TEMPO DE DIZER "NÃO !"


Portugal está numa encruzilhada decisiva para o seu futuro.

Poderosas forças – económicas, financeiras e políticas – internacionais estão apostadas em fazer regredir a Europa ao capitalismo selvagem, demolindo quaisquer vestígios de Estado Social.

Portugal é, neste momento, o alvo principal dessa cruzada. Por um lado, porque, graças à revolução de 25 de Abril, tem um estado social – Serviço Nacional de Saúde, escola pública e laica, segurança social – bastante desenvolvido. Por outro lado porque, encontrando-se em situação económica e financeira muito difícil, é um dos elos mais fracos da cadeia.

O atual governo não é mais que um pau mandado dessas forças internacionais. Nele pontifica o ministro Vítor Gaspar, um tecnocrata apátrida que, munido da sua cartilha neoliberal, tanto podia gerir as finanças de Portugal como as de Espanha ou da Grécia. Foi destacado pela “Internacional Neoliberal” para ser ministro das finanças de Portugal porque para essas funções era preciso alguém com nacionalidade portuguesa. Mas do nosso país só tem o passaporte; não tem qualquer comunhão com o povo português.

O primeiro-ministro Passos Coelho, intelectual e politicamente invertebrado, é um produto típico do serralho da JSD, engendrado por essa eminência nem-sequer-parda que é o sinistro Miguel Relvas. Germanófilo, cumpre obedientemente as ordens da Chanceler alemã, sendo absolutamente insensível ao sofrimento que o seu governo inflige ao nosso povo.

A primeira parte do programa neoliberal já está realizada. A economia nacional está destruída e criou-se uma enorme reserva de mão de obra barata – a falta de postos de trabalho é de tal ordem que quem precisa de trabalhar tem de se sujeitar a aceitar salários de miséria e condições de trabalho precárias. Por outro lado, a soberania nacional tornou-se letra morta.

Agora falta o principal: desmantelar o que resta do Estado Social. “Refundar o Estado” ou “repensar as funções do Estado”, como eles dizem, num obsceno eufemismo. Depois de terem criado as condições económicas para isso, já começaram a preparar o terreno no plano ideológico: economistas “competentíssimos”, titulares de múltiplos “tachos” pagos a peso de ouro, não param de propalar que o estado social é insustentável e “está acima das nossas possibilidades”. Jovens e velhos intelectuais de serviço teorizam ultimamente no mesmo sentido, com argumentos mais “filosóficos”.

Com falinhas mansas, assediam o PS e a UGT para “negociações” cujo resultado já têm engatilhado à partida.

O próximo passo é a aprovação da proposta de Orçamento de Estado para 2013, que é uma autêntica declaração de guerra ao martirizado povo português.

Mas já não é tempo de compromissos. O Governo cavou à sua volta uma trincheira bélica. Ou se está de um lado ou se está do outro. Nenhum democrata que se preze pode misturar-se com essa gentalha.

Não se pode “viabilizar” a contra-revolução.

Já não é tempo de meias medidas, meias tintas ou meias palavras.

Já não são possíveis abstenções.

É tempo de dizer, definitivamente, “NÃO!”.

                                                                         

Comentários

e-pá! disse…
AHP: Subscrevo na íntegra o seu vibrante apelo.

O 'embuste neoliberal' conduz invariavelmente as sociedades, i. e., os povos, para dois destinos, ambos fatais:
- miséria;
- e/ou, guerra.

O resto é paisagem...
AHP:

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