Este Governo está a dar o passo que falta para o abismo.

Com um presidente da República desacreditado, por mérito próprio, e um primeiro-ministro solidamente impreparado, o país desliza para o abismo, custe o que custar.

Não sei quem convenceu Passos Coelho de que tinha preparação para as funções e que podia ter jeito para governar. Talvez os mesmos que persuadiram Cavaco de que tinha perfil para o cargo sem lhe dizerem que é preciso mais do que ter página no Faceboock.

Nesta terça-feira Angela Merkel veio a Lisboa ver as medidas de segurança, de que não precisava, mas que estiveram ao nível do medo que o Governo sente. Não veio tratar de soluções para o protetorado, onde a subserviência do anfitrião ultrapassou o decoro, nem resolver problemas que não pudesse por e-mail. Veio tirar fotos, à beira-Tejo, com o aprendiz de feiticeiro que teima em permanecer no lugar que um equívoco da História lhe reservou.

A Sr.ª Merkel veio fazer a dispendiosa viagem como testemunha abonatória de Passos Coelho, dizendo que tudo estava a correr pelo melhor, no melhor dos mundos, para ser desmentida no dia seguinte pelo INE, BP e organismos internacionais fiáveis. O rapaz precisava do amparo protetor de uma figura poderosa, mas ele não ajuda.

Na terça-feira o país parou para ver como se escondem do povo as mais altas figuras do Estado. Na quarta, o país que resta empregado, parou por desespero, raiva e angústia. A este ritmo as greves vão terminar porque os empregados que vão permanecer são os que metodicamente nos conduzem à ruína. Enquanto o défice, o desemprego, os juros e a dívida crescem, sobem os impostos e ajustam-se contas com o 25 de abril.

Não podemos apelidar os ministros e secretários de estado de governantes. Tal como o outro rejeitava que o Januário fosse gay, pois nem a 4.ª classe tinha e, dada a falta de habilitações, era apenas paneleiro, também eu, pelo mesmo motivo, recuso designar tal gente por governantes.

Ponte Europa / Sorumbático