O Pogrom de Lisboa de 1506
A ausência de Coimbra, a dificuldade de acesso à Internet e uma arreliadora gripe impediram-me de assinalar, no dia 19, a monstruosa manifestação de intolerância, superstição e crueldade que manchou a nossa história, há 500 anos.
Transcrevo da Wikipédia um pequeno texto cujos links ajudarão os leitores a compreender até onde pode chegar a irracionalidade da fé. Quinhentos anos depois o nosso atraso é ainda fruto da intolerância, do horror à ciência e da aversão à novidade.
A fuga dos judeus que sobraram do ódio religioso privou os portugueses dos conhecimentos que fizeram uma época de oiro – os Descobrimentos. Portugal nunca mais recuperou o seu esplendor.
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(Redirecionado de Massacre de Lisboa)
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No "pogrom" de Lisboa de 19 de Abril de 1506, durante o reinado do Rei Manuel I de Portugal, um "cristão-novo" (judeu obrigado a converter-se ao catolicismo sob pena de morte) expressa as suas dúvidas sobre as visões milagrosas na Igreja de S. Domingos em Lisboa.
Como consequência, cerca de 4000 judeus, homens, mulheres e crianças, foram massacrados pela população católica, incitados por frades dominicanos. Os judeus foram acusados entre outros "males", de deicídio e de serem a causa da profunda seca que assolava o país. A matança durou três dias.
No seguimento deste massacre, do clima de crescente Anti-Semitismo em Portugal e do estabelecimento da Inquisição, (o tribunal da Inquisição entrou em funcionamento em 1540 e perdurou até 1821) muitas famílias judaicas fugiram do país.
Comentários
Com todo o respeito:
A expulsão dos judeus por ordem do rei merceeiro, (que a decretou cedendo à chantagem dos reis católicos de Madrid - sem isso não levas a noiva!), privou o mesmo rei merceeiro dum instrumento fundamental para se apoderar do comércio das especiarias orientais, e para construir aquilo que poderia ter sido uma época de oiro, real e figurado.
Assim, Portugal nunca mais recuperou o esplendor, porque não chegou a alcançá-lo. Salvo, claro, no campo dos mitos, com que nos têm procurado alindar uma história que, lá no fundo, é triste. Como ainda hoje se pode ver.
Tudo isso é verdade. Mas a época de oiro nasceu com o infante D. Pedro (talvez mais do que com D. Henrique) e termina com D. João II).
O sinistro casal Fernando e Isabel, cuja canonização esteve para acontecer no anterior pontificado, foi mais uma acha na fogueira que consumiu os nossos sonhos.
D. Manuel, o pateta de D. João III e o D. Sebastião, violado pelo confessor, são desgraças que um país sozinho teve de suportar.
A história leva-se às costas, não se pode refazê-la. Mas lá que apetecia...