A força da opinião pública
Bush assumiu ontem, na Áustria, um compromisso claro sobre detidos sem julgamento
Os europeus não esquecem o que devem aos americanos que deram a vida para libertar a Europa do pesadelo nazi.
As próximas eleições presidenciais vão dar aos EUA e ao mundo, não um pregador evangélico, que fala com Deus e se lança em guerras santas, mas um presidente culto que recupere o prestígio da era Clinton.
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Todavia, é uma "gota de água" nos problemas relativos à segurança no Mundo onde Bush tem tomado posições políticas (a história do "eixo do mal") e patrocinado "acções de força", à revelia da Europa, pior, em franca oposição com a opinião pública maioritária.
Bush conseguiu criar (alimentar) um forte sentimento anti-americano na Europa que não conseguirá facilmente apagar ou inverter.
Dir-se-ia que a Europa está suspensa pelo final do seu mandato.
A Administração norte-americana perdeu, perante a Europa, a sua credibilidade.
Hoje, os europeus exigem muito mais do que Bush veio "oferecer" em Viena (ao seu "amigo" Durão Barroso).
Fechar Guantánamo não chega, nem resolve parte substancial dos problemas que têm sido criados, nomeadamente, no Médio Oriente onde a segurança, pura e simplesmente, desapareceu.
Embora seja de saudar o compromisso de Bush enquanto possa ser entendido como o começo ou o indício de uma viragem da política americana para o exterior (para o Mundo). Tem pouco tempo para se redimir. Para ser credível precisa de dar "passos" mais significativos (p. exº: a exoneração de Rumsfeld).
O compromisso quanto aos prisioneiros de Guantánamo, mais parece o "descalçar de uma bota", que lhe aperta os calos...