Mari Alkatiri demite-se

O primeiro-ministro de Timor, mostrando uma consistência política e sentido de Estado que servem de exemplo, anunciou a demissão e o regresso ao Parlamento.

As lutas pessoais, a vontade da Igreja católica e os interesses das potências regionais tornaram incompatível a sua permanência no cargo sem um banho de sangue.

Alkatiri ficará como uma referência num país que começa a dar os primeiros passos e onde a democracia não é particularmente amada e, muito menos, respeitada.

Comentários

Anónimo disse…
Xanana está metido numa grande embrulhada.
Todos, desde Alkatiri a Ramos Horta vão-lhe endossando a "batata quente".
O primeiro pedindo a sua resignação (imediatamente aceite por Xanana) do cargo de 1º. ministro, regeressando ao Parlamento.
O segundo encontra-se demissionário (apresentou a demissão a Alkatiri?)desconhecendo-se se foi aceite (ou não) a sua pretensão. Xanana reserva-lhe a substituição de Alkatiri. Resta saber se a Fretilin o aceita.

Neste momento, penso (não conheço em pormenor a constituição de Timor) que todo o governo caí com Alkatiri.
Será, portanto, necessário formar novo governo que terá (?) de passar pelo Parlamento onde a Fretilin é maioritária.
Por outro lado, a Fretilin nada diz sobre a realização de novo congresso (exigida por Xanana) a fim de rectificar a sua cúpula (por voto secreto).

Sejamos claros e objectivos, o poder político caíu na rua.
Xanana está, apenas, a segurar os cacos...e dentro de pouco tempo estará só (eventualmente apoiado pela Austrália).
Só, ninguém governa em democracia.
Portanto, o perigo de derrapagem para soluções anti-constitucionais é enorme.

Nesta situação, as tropas portuguesas estão numa encruzilhada. A sua acção, na ausência de um poder político legitimamente definido é, no mínimo, problemática.
Anónimo disse…
e-pá!

Xanana, segundo a Constituição, não tem poderes para demitir o Governo nem o Parlamento.

Claro que alguém cedeu as viaturas para trazer gente a Díli para se manifestar contra Alkatiri.

A afectividade que canalizei para Xanana (ao contrário de Alkatiri) não me impede de ver que foi manobrado.

Os heróis também se abatem. E a democracia não é vitalícia. Nem os países.
Anónimo disse…
CE:
"Xanana, segundo a Constituição, não tem poderes para demitir o Governo nem o Parlamento."

Certo. Todavia, ao lermos e ouvirmos as declarações de Xanana, durante a actual crise política, o que pensamos?
- Que, embora constitucionalmente não detenha esses poderes, os usurpou.

Empurrado por quem?
- Pela Austrália? pela Igreja católica?

Penso que a resposta a estas questões deve condicionar (questionar) a permanência da GNR em Timor.

Deve, também, obrigar a diplomacia a envidar os melhores esforços para envolver na resolução da crise, o Conselho de Segurança da ONU.

É este, na essência, o nosso "compromisso histórico" com a nossa ex-colónia. Visa, prioritariamente, salvaguardar a sua independência que, qualquer português atento, sente ameaçada.

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