Timor e a Austrália

O major Alfredo Reinado, o líder dos militares rebeldes timorenses, entregou esta sexta-feira a arma e os respectivos nove carregadores, em Maubisse.

O militar sedicioso, defensor dos interesses australianos, entregou a arma ao exército australiano que não controlou a violência nas ruas mas protegeu este seu aliado.

Comentários

Camarelli disse…
nem mais, não. há mais: o silêncio do clero católico (ferozes opositores do PM de origem muçulmana que incitaram a rebelião das aulas de moral) a temer o protestantismo australiano.
Anónimo disse…
Daquilo que conheci quando estive em Timor, no ano passado, mais os
contactos que mantenho diariamente com os meus amigos que lá estão a
trabalhar, algumas ideias e uma leitura naturalmente muito superficial...

Quando foi a invasão do Iraque pelos americanos, Ramos Horta apressou-se a
declarar o apoio aos EEUU. Entrevistado por um jornalista Mário Alkatiri
declarou-se a favor da paz e da resolução dos problemas no quadro das
Nações Unidas. O jornalista insistiu que um ministro do governo de Timor
tinha apoiado os americanos...A resposta de Mário Alkatiri, perante a
insistência, foi de que Ramos Horta não o fez como representante do governo
de Timor "deve ter sido como Prémio Nobel da PAZ"!

Quando o Governo de Timor procurava fazer cumprir a Constituição e a
religião católica não ser de ensino obrigatório nas
escolas...desencadearam-se as manifestções. Também uma jornalista insistiu
perante o 1º Ministro que teria sido manipulado por estrangeiros o que
Alkatiri negou... e ela insistiu com a presença do Embaixador Americano na
manifestção. Alkatiri desvalorizou... mais ou menos isso "conheço bem o Sr.
Embaixador, é muito católico, vai à missa todos os domingos, deve ter
pensado que era uma procissão.."

A sensatez e a independência de Mário Alkatiri e do seu país paga-se!

No fim de semana passado, no Público, uma socióloga australiana dizia que o
governo da Austrália não gostava do governo de Timor por causa da
delimitação do mar de Timor! Hoje a esposa de Xanana, AUSTRALIANA, já
falava (em inglês) para a rádio e já parecia a nova porta voz, falando em
nome do Presidente e da sua concertação com Ramos Horta!... e com a
Austrália é claro!

A 1ª ofensiva em finais de Abril visava o Congresso da Fetilin, coincidiam
os 4 anos de independência, o fim da missão da ONU. Como ponta de lança, no
Congresso, contra o Governo e contra Alkatiri, surgia o embaixaor Timorense
nos EEUU, que depende hierarquicamente de Ramos Horta...Rápidamente a
Astrália mobilizou as suas tropas e colocou os seus barcos de guerra junto
ao mar de Timor...

Em análise no Conselho de Segurança o pedido de mais um ano de missão da ONU
em Timor, os EEUU opuseram-se, só aceitaram mais um mês, jogavam na
deterioração da situação e no papel/intervenção da Austrália. No
Congresso
essa ofensiva perdeu, ganhou a direcção, os membros do Governo e Alkatiri.

O suposto "comandante" dos supostos "rebeldes" sempre viveu na Austrália, só
depois da independência foi para Timor, onde pelo "treinamento" dos
conselheiros australianos, integrados na ONU, chegou a comandante da
polícia.

Estavam a decorrer os concursos públicos para atribuição das concessões de
exploração de petróleo no mar de Timor. No fim de semana começou-se a
conhecer que as COMPANHIAS AUSTRALIANAS estavam mal posicionadas! Na 2ª
feira foram tornados públicos os resultados do concurso. Nenhuma COMPANHIA
AUSTRALIANA obteve uma licença. Na 3ª feira recrudesceram os conflitos em
Timor. Na 4ª feira entrou a tropa australiana!

Naturalmente que o chefe dos "rebeldes" diz que só fala com Xanana, com
Ramos Horta e com o comandante das tropas da Austrália... pelo meio ainda
ficou uma "tentativa de mediação"?... que metia o embaixador da indonésia em
Lisboa e a proposta de um encontro "entre as diversas partes" em Fátima!...

Será fácil procurar mais coincidências, só tentei sistematizar algumas para
o triângulo TIMOR-PETRÓLEO-AUSTRÁLIA e os seus pilares Xanana (casado com a Austrália) e Ramos Horta com um pé nos Estados Unidos e outro na Austrália
e a viver numa rua a que deu o nome de "Boulevard Kenedy"...

Podem ainda conhecer mais notícias num blog ainda feito em Timor com todas
as limitações de quem o faz, nas condições em que o faz...

http://www.timor-online.blogspot.com/
Para mim, no meio desta caldeirada, o pior que pode acontecer é ficarem
reféns da Austrália que a pretexto de conflitos internos, entra e fica, como
foi com a Indonésia...
Um abraço para todos e por favor ajudem a esclarecer a situação
Vasco Paiva
Camarelli disse…
Muito interessante. Há pouco tempo falava com um amigo meu que deu aulas em Timor e o que ele diz encaixa perfeitamente nesta descrição. Há aqui factos novos (para mim) que corroboram as suspeitas, nomeadamente os resultados desfavoráveis à austrália nos concursos públicos.

Antes já tinha reparado na vergonhosa pressão dos media internacionais [portugueses também, basta ler uma entrevista do DN] sobre Alkatiri para ver se o homem era demitido.

No meu entender, Timor tem a sorte de ter Mário Alkatiri no comando. Quem nos dera a nós ter um governante com tal discernimento e coragem de defender o que realmente interessa ao país. Se lá estivesse um Socrates, já estava tudo vendido e as crianças timorenses a coser bolas para o mundial.

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