Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Romano Prodi, sempre teve poucas condições para governar, e isso tanto era vísivel para os italianos, como para o Mundo.
Concertar uma tão dispar e ampla "coligação" de partidos pequenos, mas com grandes e insaciáveis interesses, é uma tarefa impossível.
O espectro político era demaisado largo e aberto para não ser paralisante: ia do centrismo católico à extrema esquerda.
Quando há poucos dias vimos nas TV´s de todo o Mundo o estado da cidade de Napoles, transformada numa gigantesca e insalubre lixeira... Estavamos perante o Estado fraco e impotente para disciplinar e controlar as "guerras" entre facções da Camorra napolitana pelo controlo dos serviços de limpeza e higienação da cidade... era fácil adivinhar que o fim (da coligação) estava próximo...
Mas essa "caldeirada" de interesses trouxe mais uma vez à tona um problema sistémico do regime italiano:
a total incapacidade política em lidar com a corrupção.
Algo, de muito errado, estará a passar-se, há demasiado tempo, em Itália.
Só a maléfica terapia de tentar curar ferida de cão com o pêlo do mesmo, cria hipóteses de, neste momento, 'Il Cavaliere' poder estar a esfregar as mãos... ou os "coglioni" ...
Il Caimano e il Vaticano aspettam.