As eleições suecas de 19 de Setembro...

Os regimes social-democratas do Norte da Europa, particularmente, o "modelo sueco" trouxe, durante várias décadas, para os escandinavos, e para regozijo da Europa moderna e civilizada, uma harmónica coexistência de um Estado generoso com uma economia sã, um sistema fiscal austero e rigoroso, uma despesa pública avultada [mas controlada], prestações sociais impares e exemplares e, finalmente, um alto nível de vida.

A crise económico-financeira em que grande parte do Mundo está mergulhado, à primeira vista, deveria beneficiar as políticas social-democratas.
O liberalismo [qualquer que seja o matiz] subsidiário do todo poderoso mercado-livre e, recorde-se, responsável [político] pela presente crise, em princípio, deveria no terreno eleitoral “castigar” a Direita e o Centro.
Na verdade, toda panóplia de benesses sociais e um alto nível de qualidade de vida que a Suécia tem disfrutado [e generalizando os restantes Países nórdicos] deveria funcionar como a demonstração da eficiência de Estado interventivo, atento e equilibrado nos seus poderes mas, acima de tudo, tendo como centralidade a sociedade e como objectivo próximo o cidadão.

Apesar de todo este idílico quadro de bem-estar a crise tem jogado a favor da Direita.
As sociais-democracias nórdicas, de eleição para eleição, vêm claudicando, não só na Suécia, como na Finlândia e na Dinamarca… Este último fim de semana foi ainda pior. Além da social-democracia não ter consiguido recuperar a confiança dos eleitores, a extrema-Direita, pela primeira vez, chega ao Parlamento sueco.

Um paradoxal destino político dentro da angústia [medo] de uma profunda convulsão [financeira, económica e social]…
Ou há algo de podre no Reino da Dinamarca?

Comentários

Anónimo disse…
saudades de Palme
Como diz Stefano, fazem muita falta políticos como Olof Palme.
Mas parece-me que a ascensão da extrema-direita um pouco por toda a Europa se deve mais ao medo de outros extremismos, de caráter político e religioso (lembremo-nos do que se passou com a Dinamarca quando um cartoonista, no legítimo exercício da liberdade de expressão tão cara aos nórdicos, fez uma caricatura de Maomé).
Esses fundamentalismos religiosos, além de serem um mal em si mesmos, têm ainda o mal suplementar de reforçar a extrema-direita.
Anónimo disse…
bom... o jornal dinamarkês ke publicou cartuns de mahomet é o mesmo ke boicotou cartuns de cristo. hipocrisia!
Este post foi parcialmente transcrito pelo Público em 23/9/10

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