Os 33 mineiros do Chile e o oportunismo clerical
Sobre a mina de S. José os padres pairam como aves de rapina.
No Chile, a 700 metros de profundidade , 33 mineiros lutam pela sobrevivência numa caverna onde deviam ter sido escavados túneis que tornavam a exploração mineira mais cara mas de menos risco.
A tragédia apanhou-os numa jornada de 12 horas, horário herdado do piedoso Pinochet, fascinado por Milton Friedman que transformou o Chile no laboratório da sua demência neoliberal.
Os mineiros, afeitos ao sofrimento e penosidade, têm resistido às condições adversas e mantêm viva a esperança de resgate. Enquanto lutam pela vida, cá fora, os funcionários de deus lutam pelo mercado da fé. O Papa enviou-lhes 33 terços benzidos manualmente, por intermédio do cardeal Francisco Javier Errazuriz, e o pastor Carlos Parra, da Igreja do Sétimo Dia, 33 bíblias protestantes em miniatura.
O respeito pela diversidade religiosa e pelas condições de fragilidade psicológica não impediu os prosélitos de montarem a tenda de adereços pios sobre a mina onde lutam pela vida os mineiros enclausurados e as famílias desesperadas aguardam.
Cá fora ergueram um santuário a transbordar de altares sobre pedras e caixas de cartão. Entre a reprodução da Virgem de Andacollo e um Cristo não faltam Santo Expedito e, naturalmente, S. Lourenço que a Igreja católica decidiu fazer patrono dos mineiros.
O presidente Piñera, especialista na caça ao voto, já ameaçou erguer um santuário católico no local, indiferente ao respeito que devia merecer-lhe o pluralismo religioso, nomeadamente a Igreja evangélica, que cerca de metade dos mineiros enclausurados frequentavam. Os clérigos que exploram o medo e a aflição das famílias fragilizadas parecem aves de rapina à espera dos despojos. Não aguardam a libertação dos mineiros, exploram o drama que se vive dentro e fora da mina, numa acção de propaganda pia.
Agora é tempo de confiar nos homens e esperar que especialistas mantenham condições de sobrevivência durante meses enquanto outros lutam por abrir um túnel que os salve.
Perante o barulho das máquinas fica o espectáculo da superstição e do oportunismo clerical a explorar a dor, o medo e a ansiedade.
Há profissões que vivem disso.
No Chile, a 700 metros de profundidade , 33 mineiros lutam pela sobrevivência numa caverna onde deviam ter sido escavados túneis que tornavam a exploração mineira mais cara mas de menos risco.
A tragédia apanhou-os numa jornada de 12 horas, horário herdado do piedoso Pinochet, fascinado por Milton Friedman que transformou o Chile no laboratório da sua demência neoliberal.
Os mineiros, afeitos ao sofrimento e penosidade, têm resistido às condições adversas e mantêm viva a esperança de resgate. Enquanto lutam pela vida, cá fora, os funcionários de deus lutam pelo mercado da fé. O Papa enviou-lhes 33 terços benzidos manualmente, por intermédio do cardeal Francisco Javier Errazuriz, e o pastor Carlos Parra, da Igreja do Sétimo Dia, 33 bíblias protestantes em miniatura.
O respeito pela diversidade religiosa e pelas condições de fragilidade psicológica não impediu os prosélitos de montarem a tenda de adereços pios sobre a mina onde lutam pela vida os mineiros enclausurados e as famílias desesperadas aguardam.
Cá fora ergueram um santuário a transbordar de altares sobre pedras e caixas de cartão. Entre a reprodução da Virgem de Andacollo e um Cristo não faltam Santo Expedito e, naturalmente, S. Lourenço que a Igreja católica decidiu fazer patrono dos mineiros.
O presidente Piñera, especialista na caça ao voto, já ameaçou erguer um santuário católico no local, indiferente ao respeito que devia merecer-lhe o pluralismo religioso, nomeadamente a Igreja evangélica, que cerca de metade dos mineiros enclausurados frequentavam. Os clérigos que exploram o medo e a aflição das famílias fragilizadas parecem aves de rapina à espera dos despojos. Não aguardam a libertação dos mineiros, exploram o drama que se vive dentro e fora da mina, numa acção de propaganda pia.
Agora é tempo de confiar nos homens e esperar que especialistas mantenham condições de sobrevivência durante meses enquanto outros lutam por abrir um túnel que os salve.
Perante o barulho das máquinas fica o espectáculo da superstição e do oportunismo clerical a explorar a dor, o medo e a ansiedade.
Há profissões que vivem disso.
Comentários
LAMENTÁVEL!!
Estão preocupados deveras com estes homens?... ou são caciques à cata de gente diferente por ter FÉ?
Não sejam idolatras das vossa ideias e escravos delas!
Respeitem para serem respeitados!!
EU TENHO FÉ NO DEUS UNICO E SOU FELIZ! SABEM PORQUÊ? PORQUE ME SINTO LIVRE, FOI ESTA A CONDIÇÂSO QUE RECEBI DO MEU DEUS!
Fátima Crespo