Pescadinha de rabo na boca…
Aníbal Cavaco Silva – nos termos da Constituição [artº . 172 da CRP] – perde, hoje, a faculdade de dissolver a Assembleia da República.
Entramos nos 6 meses que antecedem o novo acto eleitoral para a Presidência da República.
Mesmo amputado de uma das suas mais poderosas prerrogativas como garante do regular funcionamento das instituições democráticas, Cavaco mantêm o tabu sobre a sua recandidatura. Continuará os seus “roteiros” pelo País, fingindo que nada aconteceu. Prosseguirá uma campanha eleitoral encapotada, muito ao seu jeito.
Na verdade, o PR entrou num período de diminuição da sua capacidade do exercício do poder. O mínimo que se exige é que – face às circunstâncias - tenha a hombridade de se assumir como candidato.
Este passo, aparentemente irrelevante, não o é. Os outros candidatos – já no terreno – enfrentariam, a partir do anúncio da sua recandidatura, mais um concorrente. E não uma timida hipótese [de candidato] escondida atrás de um órgão de soberania.
Democracia é [também, mas não só] igualdade de oportunidades e de condições. Mas a transparência de gestos não parece preocupar o actual inquilino do Palácio de Belém.
Quando anunciar a recandidatura [ninguém tem dúvidas sobre isso!] não revelará nada de novo. Surpreenderá a sua própria sombra…
Durão Barroso ficou conhecido - entre nós - como o “cherne”. Cavaco - da mesma família política de Durão Barroso - não ultrapassa o estatuto de “pescadinha” . Aquela que antes de o ser já o era!
Mesmo amputado de uma das suas mais poderosas prerrogativas como garante do regular funcionamento das instituições democráticas, Cavaco mantêm o tabu sobre a sua recandidatura. Continuará os seus “roteiros” pelo País, fingindo que nada aconteceu. Prosseguirá uma campanha eleitoral encapotada, muito ao seu jeito.
Na verdade, o PR entrou num período de diminuição da sua capacidade do exercício do poder. O mínimo que se exige é que – face às circunstâncias - tenha a hombridade de se assumir como candidato.
Este passo, aparentemente irrelevante, não o é. Os outros candidatos – já no terreno – enfrentariam, a partir do anúncio da sua recandidatura, mais um concorrente. E não uma timida hipótese [de candidato] escondida atrás de um órgão de soberania.
Democracia é [também, mas não só] igualdade de oportunidades e de condições. Mas a transparência de gestos não parece preocupar o actual inquilino do Palácio de Belém.
Quando anunciar a recandidatura [ninguém tem dúvidas sobre isso!] não revelará nada de novo. Surpreenderá a sua própria sombra…
Durão Barroso ficou conhecido - entre nós - como o “cherne”. Cavaco - da mesma família política de Durão Barroso - não ultrapassa o estatuto de “pescadinha” . Aquela que antes de o ser já o era!
Comentários
Ou será que criticou tambem o sampaio e o soares por demorarem tanto tempo e os acusou de se esconderem atrás do cargo? Nem abriu o bico, estou certo.
http://aeiou.expresso.pt/presidenciais-soares-e-sampaio-anunciaram-recandidaturas-3-meses-antes-das-eleicoes=f570215
O meu entendimento - sempre foi esse - é que quando abre a caça é para todos.
Agora, entrar em jogos de adivinhação é que não vale...
Em política, fábulas do tipo La Fontaine [se não foste tu que sujou a àgua, foi o teu pai, ou o teu avô...] não colam.
Aliás, para ser mais concreto, tem alguma noção se me revejo [ou não] nas atitudes dos 2 ex-presidentes que cita?
Ou acha que devemos transformar em regras ou em normas, atitudes [tácticas], que considero menos adequadas [do ponto de vista da equidade de oportunidades em todas as candidaturas], só por há precedentes no passado?
Quer pôr águas passadas a mover moinhos, no presente?
E, para terminar, depois de algumas interrogações, deixo-lhe uma certeza: não é minha intenção poupar o Cavaco [nem os outros candidatos], caso existam - no meu livre entendimento - motivos para questionar as suas posições [políticas, entenda-se].
Vamos lá ver se nos entendemos :
O sr refere que, 6 meses antes das eleições, o presidente cavaco já deveria, em nome da equidade democrática, ter anunciado a recandidatura. Não sei quem estabelece o limite temporal da equidade, mas peguei nos exemplos passados para demonstrar que 3 meses antes tem sido a "tradição" no nosso país. Se os outros candidatos anunciam 1 ano antes as suas pretensões, deve o Presidente correr logo a anunciar a recandidatura ? Seria uma tolice, convenhamos.
Mais um exemplo, desta vez, do eanes, que anunciou a recandidatura em setembro de 1980 e as eleições foram em dezembro (3 meses depois). Curioso não é ? Mas claro, para o Sr e-pá pode não ter equidade, tão curto prazo. 4 presidentes errados e o sr e-pá é que está certo.
Olhe sr e-pá, nao me quero alongar mais numa discussão sobre um artigo que raia a tolice, mas antes de terminar aconselho-o a ler a carta enviada aos militantes do Ps pela mão da edite estrela. Essa sim, pauta por apontar as diferenças ideologicas, comportamentais e históricas entre os 2 candidatos. Não teve de recorrer a ataques mesquinhos e disparatados, até historicamente, para cumprir o seu papel.
Ficar-lhe-ia bem reconhecer que desconhecia a tradição nas recandidaturas, mas não, insiste no erro de achar que só o sr está certo. Chama-se a isso vaidade.
A tradição nas candidaturas não me diz nada. Nenhum momento eleitoral é igual ao anterior. E os antecedentes políticos, per si, não fazem doutrina. Entram na História que é irrepetível.
Agora, juízos de valor, discricionários, sobre o meu perfil psicológico, francamente, dispenso-os.
E fico-me por aqui.
Pelo que fiquei a saber, afinal também outros surpreenderam a sua própria sombra! E teria sido escusado esse achaque paternalista com recurso a La Fontaine com que mimou a senhora Joana, tanto que não respondeu à pergunta da senhora: indignou-se (ou não) com os exemplos de outros presidentes? E acrescento uma: não teria sido de maior honestidade ter feito referência a eles? E lanço-lhe um desafio: se Barroso era um cherne e Cavaco uma pescadinha, com que nomes de peixe baptizará o Soares e o Sampaio? Por fim: tinha conhecimento dos procedimentos dos presidentes anteriores?
Senhor epá: espero que esta passagem “motivos para questionar as suas posições [políticas, entenda-se]” não seja uma piada brejeira, dado o género da senhora Joana. Seria de muito mau gosto.
E seria escusado fazer uma birra- quando se escreve algo e se sujeita isso a comentários, não é de esperar apenas elogios e bajulação, mas também discordância. Deveria aprender com ela. Hoje, vai-me desculpar, Desiludiu-me.
Sinto necessidade de repisar a minha posição de princípio, isto é:
- continuo a acreditar que um calculado "mutismo" sobre o anúncio da [re]candidatura de Cavaco Silva não serve a equidade democrática na próxima eleição presidencial. Como adenda ao escrito no post devo reconhecer que, em circunstâncias idênticas, no passado, também não serviram essa mesma equidade.
Depois, em relação à sua pergunta ["tinha conhecimento dos procedimentos dos presidentes anteriores?"] respondo-lhe:
Claro que sim! Na verdade, como muitos portugueses que andam nestas campanhas há muitos anos, vivi-os.
Todavia, a existência de tais precedentes não faz desses procedimentos [meramente tácticos] uma "tradição"... ou , um imutável condicionamento sobre as eleições presidenciais, que "amarre" [no presente] a minha opinião.
De resto, o futuro anúncio da recandidatura de Cavaco Silva será - para os portugueses - uma "não-notícia" ou, uma incontornável evidência, no presente, [ainda] não assumida...
E as razões não são condicionadas pelo histórico de prévias eleições presidencial. São, na minha convicção, sempre norteadas por razões políticas do momento.
E, do histórico, deve ressalvar-se o facto de terem [sempre] beneficiado as recandidaturas...
O objectivo de prosseguir o "normal" exercício de funções - com nada se passasse - é, para mim, inaceitável. Como já terá sido nas recandidaturas de Mário Soares ou Jorge Sampaio.
Só isso! Tudo o resto são questões ad látere...
(vejo que ficou sem efeito a garantia de “ficar-se por aqui”)
Espero, e estou convicto que terá, latitude suficiente para encaixar o meu cepticismo a respeito do seu conhecimento quanto aos procedimentos dos presidentes anteriores. Foi a sua própria resposta que me fez torcer o nariz, ora repare: “Claro que sim!”- disse o senhor epá, adornando a certeza com uma exclamação. Claro que sim? Era suposto estar ao corrente de que o senhor epá é possuidor de um conhecimento total das coisas? Por acaso devo eu pedir-lhe desculpas por ter sequer colocado a hipótese de o senhor poder desconhecer tais factos? A sua própria resposta aproximou-me do raciocínio da senhora Joana, o que alertou para a possibilidade do senhor epá ser incapaz de reconhecer estar errado, qual prisioneiro da vaidade. “Anda nestas campanhas há muitos anos?” Arrisco afirmar que menos do que eu próprio, mesmo contando com o seu tempo de serviço virtual, aspecto que a minha carreira não pode contemplar, por inexistência da Internet. E mesmo assim, nada me demove de confessar que desconhecia o facto de todos os anteriores presidentes se terem pautado por uma forma idêntica. Também vivi tais momentos, acontece que ou não tive conhecimento dos pormenores das datas, ou não memorizei. Nem se trata de humildade, senhor epá! Trata-se da verdade. Todavia, pelo que afirmou, diz a (sua) verdade que “claro que sabia!”. Perdoe-me, senhor epá, mas considero que o serviço público não é compatível com a arrogância nem com o umbigo de quem o presta.
Senhora Joana:
Não sei da sua idade, posso estar a cometer um erro. Imaginei-a bem mais nova do que eu, pelo fulgor e pela forma objectiva com que comentou este post. E também é característica dos jovens a pertinácia com que defendem a verdade, indiferentemente aos interesses deste ou daquele grupo. Isso é liberdade e um acto libertário, as minhas felicitações.
E estou convicto de que, ao contrário do senhor epá, não teria tido inibições em encontrar um nome de peixe com que baptizar os ex-presidentes Sampaio e Soares, nem que fosse pelo acto criativo em si.
Mas uma vez que Sampaio e Soares procederam de forma idêntica a Cavaco, teria sido também uma questão de… equidade.
Com todo o respeito que me merecem os contraditórios, este diálogo entrou - explorando juízos de valor e supostas convicções - numa confrangedora dualidade:
- vaidade versus mentira.
Não vou por esse caminho..., i. e., não posso aceitar que hipotéticos pressupostos [aquilo que designou por "cepticismo"] sustentem insinuações e, portanto, dispenso-me de prosseguir com outros comentários.
Cumprimentos.
Vejo que acata com maior facilidade um elogio pobre do que uma discordância bem provida.
Cumpra com os ditames da sua segunda birra (já que não cumpriu com os da primeira) e dispense-se (de facto) de prosseguir com os comentários.
(quanto muito agradeça à senhora Joana o pertinente enriquecimento que trouxe à sua análise)
Cumprimentos para si também
E houve algum presidente que não se recandidatou ? Então todas as recandidaturas são uma não noticia, por principio.
Todos o fizeram 3 meses antes das eleições, TODOS! Fala em falta de equidade democratica, então desafio-o em demonstrar, na practica, a diferença de um anuncio 6 meses antes, em termos de equidade. E não me venha com balelas de falta de adversario. Nenhum se coíbe de atacar o actual presidente mesmo sem qualquer anuncio.
Aliás, 6 meses antes, seria até colocar o país desnecessáriamente centrado numa eleição distante, sem acrescentar a ela nenhum genero de equidade. Apenas fazendo penar os actores politicos e o povo em geral, durante 180! dias em uma especie de pre campanha eleitoral. Faz algum sentido ? Nem a si, provavelmente.
Ao não o fazer, essa demonstração, revela apenas que fez uma declaração avulso, um simples ataque sem qualquer fundamento, à qual agora agarra-se por orgulho.
E já agora, porque não 9 ou 12 meses antes ? Não será ainda maior equidade ? Ou neste caso já é demais ? Em que ficamos sr epá ?