Fim de um pesadelo – 9 de março de 2016
Este dia não faz história, mas alivia. É um daqueles em que rebenta um furúnculo ou os pregos dos sapatos, que aleijavam os pés, desaparecem quando nos descalçamos.
A chegada de Marcelo Rebelo Sousa, a Belém, devia ser normal, em democracia, se não fosse o alívio da partida de Cavaco Silva. Voltar a ter um PR culto, inteligente e normal é uma situação auspiciosa, depois de uma década inquieta. Na euforia da saída, celebra-se a esperança, com quem entra. Com quem quer que entrasse!
A partir de hoje, as injúrias a Cavaco deixam de ser crime público. Cabe-lhe demandar quem dele disser o que pensa, aquém do que merece, do que a urbanidade aconselha e a caridade consente.
Leva mais uma pensão, a de PR, depois de um Governo PS o ter obrigado a optar entre as pensões e o ordenado. Abdicou deste, ressentido, e ‘apenas’ acumulou o subsídio de representação [40%].
O País esquecerá as lamúrias sobre a exiguidade das reformas, a felicidade na atribuição de pensões aos pides, por relevantes serviços à Pátria, os discursos rancorosos contra os adversários, em quem via meros inimigos, e os acessos de raiva e ressentimento.
Só as vacas açorianas recordarão quem lhes apreciava os sorrisos, e o bolo-rei quem o deglutia inteiro. Pode agora regressar à transação de ações não cotadas e às proveitosas permutas no ramo imobiliário.
O lugar vitalício no Conselho de Estado abriga-o e apenas o aborrecerá o desprezo que há de sentir.
Escusa de se preocupar com a invenção de escutas destinadas a intrigas, com perguntas incómodas sobre o número de cantos d’Os Lusíadas, com explicações sobre a ficha da Pide e as referências à não convivência com o sogro, aí contidas.
Ao entrar no Convento de Alcântara, onde o esperam as mordomias de ex-PR, se frades ainda ali houvera, pensariam ver, no recém-chegado, D. João de Portugal, julgado morto no Alcácer Quibir da presidência letal, encenando o Frei Luís de Sousa. E perguntariam:
- «Quem és tu, romeiro?».
A chegada de Marcelo Rebelo Sousa, a Belém, devia ser normal, em democracia, se não fosse o alívio da partida de Cavaco Silva. Voltar a ter um PR culto, inteligente e normal é uma situação auspiciosa, depois de uma década inquieta. Na euforia da saída, celebra-se a esperança, com quem entra. Com quem quer que entrasse!
A partir de hoje, as injúrias a Cavaco deixam de ser crime público. Cabe-lhe demandar quem dele disser o que pensa, aquém do que merece, do que a urbanidade aconselha e a caridade consente.
Leva mais uma pensão, a de PR, depois de um Governo PS o ter obrigado a optar entre as pensões e o ordenado. Abdicou deste, ressentido, e ‘apenas’ acumulou o subsídio de representação [40%].
O País esquecerá as lamúrias sobre a exiguidade das reformas, a felicidade na atribuição de pensões aos pides, por relevantes serviços à Pátria, os discursos rancorosos contra os adversários, em quem via meros inimigos, e os acessos de raiva e ressentimento.
Só as vacas açorianas recordarão quem lhes apreciava os sorrisos, e o bolo-rei quem o deglutia inteiro. Pode agora regressar à transação de ações não cotadas e às proveitosas permutas no ramo imobiliário.
O lugar vitalício no Conselho de Estado abriga-o e apenas o aborrecerá o desprezo que há de sentir.
Escusa de se preocupar com a invenção de escutas destinadas a intrigas, com perguntas incómodas sobre o número de cantos d’Os Lusíadas, com explicações sobre a ficha da Pide e as referências à não convivência com o sogro, aí contidas.
Ao entrar no Convento de Alcântara, onde o esperam as mordomias de ex-PR, se frades ainda ali houvera, pensariam ver, no recém-chegado, D. João de Portugal, julgado morto no Alcácer Quibir da presidência letal, encenando o Frei Luís de Sousa. E perguntariam:
- «Quem és tu, romeiro?».
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