A inefável Maria Luís

A desconhecida licenciada e mestre em economia escapou da demissão de ajudante do ministro Gaspar, por não ter transposto o budget de swaps, que a tornaria incompatível com as funções no Governo, como aconteceu a outro secretário de Estado das Finanças.

Tendo no currículo docente a frequência das suas aulas pelo promissor político formado na madraça do PSD, acabou como ministra do governo do aluno, que antes de entrar na universidade, aos 18 anos, 1982/1983, lecionou matemática numa escola secundária de Vila Pouca de Aguiar.

Foi já como ministra que arranjou emprego estável e bem remunerado ao marido, logo que o jornal onde trabalhava o mandou para o desemprego.

As contingências políticas levaram-na de ministra a deputada onde passa a acumular funções no Reino Unido, na Arrow Global, empresa que gere os ativos tóxicos do Banif.  “É um papel em part-time, não é uma posição executiva” –, garante a Arrow. Claro que o lugar de Diretora é compatível com o de deputada, sobretudo com a experiência que a mesma adquiriu na deterioração do Banif.

Por um lado, Londres fica ali a duas horas da Portela de Sacavém e o que dela se espera é a experiência em ativos financeiros igualmente tóxicos, a gerá-los e a geri-los.

- Incompatibilidade ética?
- Ora! A escola de Passos Coelho, Relvas e Marco António é séria candidata aos fundos europeus para formação em deontologia pós-ética.

Há quem se aproveite da política para subir na vida. Não é o caso de Maria Luís, que trocou a docência e a decência pela gratidão que lhe manifestaram em Londres. Em ££ esterlinas.

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