Notas Soltas - Agosto/2005
Arábia Saudita – Abdullah Bin al-Saud, governante de facto há uma década, é o delegado da oligarquia feudal da família Saud com 10 mil príncipes à espera de disputar a sucessão no país mais rico em petróleo e à beira da explosão do delírio islâmico.
Mauritânia – O presidente Ahmed Ould Taya saiu do país para ir ao funeral do rei Fahd e foi destituído, 20 anos após o golpe que o levou ao poder, por outro golpe. Os ditadores não podem afastar-se. Salazar só uma vez foi a Badajoz. E em segredo.
Terrorismo – A eficiência da polícia britânica na perseguição e desmantelamento de células terroristas é uma esperança no combate pela sobrevivência da civilização, mas não há benzina que desencarda a nódoa do brasileiro fuzilado no Metro.
Incêndios – Parece que há em nós uma vocação pirómana e uma incúria fatal que vai reduzindo Portugal sistematicamente a cinzas. Nos escombros de um país ardido há ainda lugar para a prevenção ou esta é a forma cruel de ordenamento do território?
Lisboa – Os desacertos entre Carmona Rodrigues e a distrital do PSD, presidida pelo impoluto deputado António Preto, denunciaram a oferta de lugares em empresas municipais e o lugar de provedor do munícipe para compensar afastamentos da lista. Uma vergonha PSD/PND/PPM.
Japão – Há 60 anos o terror dilacerou Hiroxima e Nagasáqui, cidades mártires do horror nuclear. A tragédia não vacinou a humanidade, o clube nuclear não cessa de crescer e os japoneses esqueceram a agressão imperialista que perpetraram.
Israel – A demissão de Benjamin Netanyahou, perante o desmantelamento dos colonatos, revelou um extremista que rejeita soluções políticas. Terá lugar destacado na alteração do xadrez partidário, inevitável se o processo de paz falhar.
Palestina – O Hamas ao anunciar que não renuncia à luta armada, após a devolução de Gaza e da Cisjordânia, altera a correlação de forças favorável à Palestina. Faz pelo seu povo o que Bush fez pelo dos EUA – atrair a hostilidade.
Pontal – A tentativa de reabilitar a outrora pujante festa laranja foi um fiasco. Os barões que atraem a clientela e os fregueses do costume só aprecem quando pressentem a iminência da vitória e a proximidade do poder. Tal como noutros partidos.
Luís Filipe Meneses – Está a preparar o ataque a Marques Mendes. Tem o apoio do pior que o PSD foi capaz de gerar, de Valentim Loureiro e Isaltino Morais a A. J. Jardim. É a política no seu pior, a apoteose da mediocridade.
Aeroporto da Ota – Não sei se a localização é a melhor, mas imagino o que teria sucedido se o avião que aterrou (mal) em Toronto se tivesse feito à pista em Lisboa e ardesse no Campo Grande ou na avenida de Roma.
Ferro Rodrigues – O posto de embaixador junto da OCDE é um lugar digno para o antigo líder do PS, mas a tentativa de assassinato político de que foi alvo, por uma das mais ignóbeis canalhices de sempre, é um crime que não pode ficar impune.
Alemanha – A CDU, partido da Direita, com fortes hipóteses de uma arrasadora vitória, tem cometido gafes tão graves que já foi considerada a Direita mais estúpida da Europa. Nestas coisas, a comunicação social esquece Portugal.
Taizé – Roger Schutz, fundador da comunidade em 1940, foi assassinado aos 90 anos, enquanto rezava. O velho monge era defensor sincero do diálogo ecuménico e da paz. Perdeu-se um homem bom, às mãos de uma demente.
Colónia – A cidade alemã, de religiosidade reduzida, foi palco do primeiro banho de multidão a Bento XVI. A encenação correspondeu aos esforços de numerosas dioceses empenhadas no êxito do evento.
Crueldade – A OMS e a UNICEF afirmam que há 130 milhões de mulheres vítimas de mutilações genitais. A tradição justifica práticas atrozes. Egipto, Iémen e África sub-sahariana lideram a tradição e o número de mortes associadas.
Iraque – O projecto de Constituição prevê uma teocracia, institui a sharia, anula os direitos das mulheres, divide o País e prepara uma obscura ditadura que reforça o vizinho Irão, à beira de concretizar a aventura nuclear.
Porto – O vice-presidente da Câmara, Paulo Morais, fez denúncias tão graves, sobre tentativas de corrupção e atropelos urbanísticos, que pôs as autarquias sob suspeita e o financiamento dos partidos em xeque. A entrevista à «Visão» não pode ser ignorada.
Manuel Alegre – Sem espaço político, desistiu da corrida presidencial. Fica o exemplo da sua disponibilidade, a abnegação do cidadão de todos os combates e o pundonor de um republicano e socialista fiel a si próprio e aos seus ideais.
Katrina – A violência do furacão que levou a morte e a destruição à cidade de Nova Orleães não é apenas uma cíclica catástrofe natural, é fruto do efeito de estufa que o actual modelo de desenvolvimento não para de agravar.
Monumento ao 25 de Abril em Almeida – A decisão não ultrapassará o ano que decorre. As responsabilidades terão de ser assumidas.
Mauritânia – O presidente Ahmed Ould Taya saiu do país para ir ao funeral do rei Fahd e foi destituído, 20 anos após o golpe que o levou ao poder, por outro golpe. Os ditadores não podem afastar-se. Salazar só uma vez foi a Badajoz. E em segredo.
Terrorismo – A eficiência da polícia britânica na perseguição e desmantelamento de células terroristas é uma esperança no combate pela sobrevivência da civilização, mas não há benzina que desencarda a nódoa do brasileiro fuzilado no Metro.
Incêndios – Parece que há em nós uma vocação pirómana e uma incúria fatal que vai reduzindo Portugal sistematicamente a cinzas. Nos escombros de um país ardido há ainda lugar para a prevenção ou esta é a forma cruel de ordenamento do território?
Lisboa – Os desacertos entre Carmona Rodrigues e a distrital do PSD, presidida pelo impoluto deputado António Preto, denunciaram a oferta de lugares em empresas municipais e o lugar de provedor do munícipe para compensar afastamentos da lista. Uma vergonha PSD/PND/PPM.
Japão – Há 60 anos o terror dilacerou Hiroxima e Nagasáqui, cidades mártires do horror nuclear. A tragédia não vacinou a humanidade, o clube nuclear não cessa de crescer e os japoneses esqueceram a agressão imperialista que perpetraram.
Israel – A demissão de Benjamin Netanyahou, perante o desmantelamento dos colonatos, revelou um extremista que rejeita soluções políticas. Terá lugar destacado na alteração do xadrez partidário, inevitável se o processo de paz falhar.
Palestina – O Hamas ao anunciar que não renuncia à luta armada, após a devolução de Gaza e da Cisjordânia, altera a correlação de forças favorável à Palestina. Faz pelo seu povo o que Bush fez pelo dos EUA – atrair a hostilidade.
Pontal – A tentativa de reabilitar a outrora pujante festa laranja foi um fiasco. Os barões que atraem a clientela e os fregueses do costume só aprecem quando pressentem a iminência da vitória e a proximidade do poder. Tal como noutros partidos.
Luís Filipe Meneses – Está a preparar o ataque a Marques Mendes. Tem o apoio do pior que o PSD foi capaz de gerar, de Valentim Loureiro e Isaltino Morais a A. J. Jardim. É a política no seu pior, a apoteose da mediocridade.
Aeroporto da Ota – Não sei se a localização é a melhor, mas imagino o que teria sucedido se o avião que aterrou (mal) em Toronto se tivesse feito à pista em Lisboa e ardesse no Campo Grande ou na avenida de Roma.
Ferro Rodrigues – O posto de embaixador junto da OCDE é um lugar digno para o antigo líder do PS, mas a tentativa de assassinato político de que foi alvo, por uma das mais ignóbeis canalhices de sempre, é um crime que não pode ficar impune.
Alemanha – A CDU, partido da Direita, com fortes hipóteses de uma arrasadora vitória, tem cometido gafes tão graves que já foi considerada a Direita mais estúpida da Europa. Nestas coisas, a comunicação social esquece Portugal.
Taizé – Roger Schutz, fundador da comunidade em 1940, foi assassinado aos 90 anos, enquanto rezava. O velho monge era defensor sincero do diálogo ecuménico e da paz. Perdeu-se um homem bom, às mãos de uma demente.
Colónia – A cidade alemã, de religiosidade reduzida, foi palco do primeiro banho de multidão a Bento XVI. A encenação correspondeu aos esforços de numerosas dioceses empenhadas no êxito do evento.
Crueldade – A OMS e a UNICEF afirmam que há 130 milhões de mulheres vítimas de mutilações genitais. A tradição justifica práticas atrozes. Egipto, Iémen e África sub-sahariana lideram a tradição e o número de mortes associadas.
Iraque – O projecto de Constituição prevê uma teocracia, institui a sharia, anula os direitos das mulheres, divide o País e prepara uma obscura ditadura que reforça o vizinho Irão, à beira de concretizar a aventura nuclear.
Porto – O vice-presidente da Câmara, Paulo Morais, fez denúncias tão graves, sobre tentativas de corrupção e atropelos urbanísticos, que pôs as autarquias sob suspeita e o financiamento dos partidos em xeque. A entrevista à «Visão» não pode ser ignorada.
Manuel Alegre – Sem espaço político, desistiu da corrida presidencial. Fica o exemplo da sua disponibilidade, a abnegação do cidadão de todos os combates e o pundonor de um republicano e socialista fiel a si próprio e aos seus ideais.
Katrina – A violência do furacão que levou a morte e a destruição à cidade de Nova Orleães não é apenas uma cíclica catástrofe natural, é fruto do efeito de estufa que o actual modelo de desenvolvimento não para de agravar.
Monumento ao 25 de Abril em Almeida – A decisão não ultrapassará o ano que decorre. As responsabilidades terão de ser assumidas.
Comentários
"Japão – Há 60 anos o terror dilacerou Hiroxima e Nagasáqui, cidades mártires do horror nuclear. A tragédia não vacinou a humanidade, o clube nuclear não cessa de crescer e os japoneses esqueceram a agressão imperialista que perpetraram."
Eu acredito que os japoneses não esqueceram a agressão imperialista que perpetraram. O Estado japonês mantém a sua política antibelicista baseada numa forte consciência pacífica. A sua Constituição proíbe a venda de armas ao exterior e o envio de tropas para o estrangeiro só é possível no quadro das míssões de manuntenção de paz da ONU.
E o que ele disse, ontem, da candidatura do ancião? Não há comentários Carlos Esperança?
Ou é o decoro que o leva a não opinar sobre tal?
Parabéns por este post. Um abraço do JS
O comentário foi apagado porque já o repetiu no «espaço dos leitores».
Não sei se, da forma como pensa, daria igual oportunidade aos socialistas para atacarem o seu partido.
De qualquer modo, o seu post lá se mantém.
Obrigado pelo seu amável comentário. Não me julgo detentor da verdade única e posso não ter razão.
«Notas Soltas» é um texto com o formato que vê e que publico, mês a mês, há anos, no jornal «Praça Alta» - um honesto mensário da vila e concelho de Almeida.
Desde o princípio, passei a publicá-lo também no «Ponte Europa».
Quanto aos japoneses, é verdade tudo o que diz. Recordo-lhe, no entanto, que a Constituição lhes foi imposta pelos EUA. Muitos militares não aceitavam a rendição ainda que morressem todos.
Ainda hoje, segundo julgo saber, continuam com preconceitos rácicos e não fizeram o equvalente à «desnazificação» que fez a Alemanha.
Não tem havido uma verdadeira luta contra as idiossincrasias que os tornou belicistas e responsáveis de massacres de dimensões brutais.
Não lhe acontece gostar de duas pessoas que tiveram uma desavença entre elas ou, msmmo, que deixaram de ser amigas?
Colaboro no «Ponte Europa» desde o primeiro dia. A minha luta, democrática e honesta, num país em que só a Direita foi poder durante 48 anos, é a favor da Esquerda.
Haverá algo de estranho ou reprovável na minha conduta?
Carlos...só não percebi o ultimo post:" Monumento ao 25 de Abril em Almeida – A decisão não ultrapassará o ano que decorre. As responsabilidades terão de ser assumidas.” pode-me explicar, é que não encontrei nada na net sobre isso.
Sou o porta-voz (presidente?) de uma comissão que integra pessoas do PCP, PS e PSD que se propões erigir um monumento ao 25 de Abril.
A mesma benevolência com que me confiaram tais responsabiidades é a mesma com que me atribuem a presidência no almoço comemorativo do 25 de Abril que todos os anos se realiza em Almeida.
O projecto do monumento é de Lagoa Henriques e Carlos Amado. O facto de Almeida ser uma vila histórica tem-nos levantado problemas com o IPPAR.
Já lá vão 7 anos de luta e há um dia em que a opinião pública tem de saber quem é a favor do monumento e quem o sabota.
O facto de todos os meses escrever essa «Nota Solta» é para lembrar aos decisores de que a comissão promotora do monumento não desiste.
«Não lhe acontece gostar de duas pessoas que tiveram uma desavença entre elas ou, msmmo, que deixaram de ser amigas?»
Pois, você já gostava do Salgado Zenha e veja o que deu... E agora o Manuel Alegre!
E veja lá as coincidências ou talvez não, ambos homens de Coimbra.
Gostei do Zenha e fui seu mandatário no concelho da Lourinhã em 1965.
Gosto do Manuel Alegre e sou um leitor dedicado e um admirador.
E daí?
Quanto ao facto de serem de Coimbra não acrescenta nada à minha dmiração. O bairrismo é o nacionalismo a nível paroquial.
Salazar era de Coimbra o que pouco honra a cidade e bastante compromete o País.