Sentido das proporções

A revista Visão, no seu último número, pg. 24, «EM FOCO» traz a seguinte informação:

REFORMA MILIONÁRIA

«O provedor de Justiça vai receber uma reforma de 4.529, 97 euros, aproveitando as antigas condições para requerer a aposentação. Nascimento Rodrigues reunia os requisitos anteriormente previstos na lei para requerer a reforma, ou seja, 60 anos de idade e 36 anos de serviço. (...)»

Não sei que mais admirar no jornalista, se a mesquinhez da notícia ou a dimensão da ignorância.

Em Portugal não há nenhum notário, nenhum conservador do registo civil ou predial, nenhum juiz, nenhum magistrado do ministério público, entre outros, que se aposente com menos de 5 mil e tal euros.

Henrique Nascimento Rodrigues, 65 anos de idade, antigo ministro, desempenhou elevados cargos do Estado e é, há vários anos, Provedor de Justiça, um cargo da maior relevância, equiparado (salvo erro) a secretário de Estado.

Será razoável noticiar a reforma de Nascimento Rodrigues quando funcionários sem relevância pública auferem pensões muito superiores?

Post scriptum – Entendo que nenhuma reforma da função pública ou de empresas do Estado deveria ultrapassar a do Presidente da República. E acho um escândalo a disparidade das reformas, entre a mínima e a máxima.

Comentários

Anónimo disse…
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