Preocupação do presidente da Associação de Municípios

Perante graves acusações do vice-presidente da Câmara do Porto, em entrevista à Visão, face à promiscuidade entre as autarquias e a construção civil, bem como à origem do financiamento dos partidos, Fernando Ruas quer que o autor, Paulo Morais, esclareça as declarações, denuncie as pressões que sofreu e as autarquias que cedem a interesses imobiliários.

Ora, isso tudo foi o que fez o ainda vice-presidente da Câmara do Porto, Paulo Morais.

A sanha com que é visado revela mais do que uma ferida que sangra, dá conta do mal estar que os autarcas começam a sentir.

Claro que, entre os muitos que são honestos, há certamente os venais cuja dificuldade é, como afirmou o tribunal de Águeda, fazer prova.

O curioso é que, talvez injustamente, há a convicção generalizada de que as declarações de Paulo Morais correspondem à verdade, um mau sintoma para o poder autárquico.

Comentários

paulo disse…
As autarquias são minas, a céu aberto, de um urânio ainda mais tóxico que o da Urgeiriça. De sentidos toldados, os débeis municipes lá votam, na esperança talvez de mudar os hábitos, que de monges já lhes morreu a esperança. Há corrupção; generalizada. Há compadrio; abundante. Há os honestos, poucos, que poucos mandatos duram. Há os cegos por opção, os cegos por estupidez. Há sobertudo o sistema eleitoral, que leva que um novo presidente passe dois a três anos de mandato a reparar ( a tentar ) as asnices do anterior, e o ano remanescente a tentar ser de novo eleito, gritando desesperado "desta é que é". Alternativas. Só me aparece uma: listas locais independentes, com programas curtos e sólidos; com cronogramas, de perferência, para não haver desculpas. E o clássico: Mudar as mentalidades; só dura uma geração, em média. 30 anos, não é?
Anónimo disse…
Independentes ao poder!
Responsabilizar os autarcas.
Anónimo disse…
Tudo o que Paulo Morais diz é verdade, constatei-o quando estive numa Câmara a trabalhar na área das Obras Particulares: o pedido da cunha de anónimos para as suas casas e de gente da política (de todos os quadrantes) para intervenções que geram negócio.

Nisso não vejo mal (faz parte da natureza portuguesa) o que eu acho mal é a cedência face às muitas pressões. Isso no meu caso particular não testemunhei, mas sei que hà muitos autarcas que não têm "tomates" para colocarem o seu pescoço no cepo e não cederem a essas pressões. A bem da sua comunidade.
Anónimo disse…
Paulo:

Estou de acordo com tudo excepto com listas independentes.

Quando se tornaram possíveis exprimi os meus receios e fui contra.

Porquê?

- Isaltino, Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro e Ferreira Torres são bom exemplo do perigo de listas independentes.

Se fossem propostos por partidos sempre poderíamos castigá-los eleitoralmente, mas assim...

O PSD, o PS ou o CDS têm culpa dessa fente que recusaram?
Anónimo disse…
Onde escrevi «fente» deve ler-se «gente»
paulo disse…
Numa cidade como Coimbra, concordo que listas independentes seriam quase impossíveis. À uma, dificilmente se encontra gente competente disposta a baixar à política; depois, verdadeiramente ninguém interessado na vida cívica é apartidário, ou não possuí relações no meio político. É quase ficção. Já ao nível de Municípios mais pequenos, seria uma opção possível. A nível de Freguesia é já uma realidade. De qualquer maneira, como dizia o outro: "deixem-me sonhar, deixem-me sonhar".
m disse…
O que Paulo Morais disse é aquilo que todos nós dizemos "à boca cheia" e estamos fartos de saber. Mas, como muito bem assinala o Esperança referindo-se à dedcisão do tribunal de Águeda, muito dificil de provar. Por isso alguns arrogantemente desafiam quem denuncia a apresentar provas: porque sabem que elas não aparecem. É que o corruprtor também é condenado e ninguém está disposto a assumir que corrompeu.
Mas, como disse o Paulo Morais no artigo, se não são corruptos, são atrasados mentais; Ora, como parece que alguns de atrasados nada têm (antes pelo contrário, são mais tipo "chico espertos") talvez resta a outra opção.
Anónimo disse…
Diria mais caro camarada C.Esperança um mau sintoma para a democracia,mas ainda bem que vai havendo HOMENS com coragem para denunciar este "centrão" de interesses em que se transformou Abril diria mesmo um Partido unico mas bicéfalo Salazar deve estar-se a rir, de facto a sua herança vai continuando agora travestida de Democracia........que estranho Pais este......
Anónimo disse…
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