GNR em Timor
Militares da GNR recebidos em Baucau com banho de multidão
04.06.2006 - 08h12 Lusa
«Os militares da GNR foram hoje recebidos por um banho de multidão em Baucau.
O primeiro-ministro timorense, Mari Alkatiri, saudou a chegada a Timor-Leste do contingente de 120 efectivos da GNR que aterrou hoje de manhã em Timor, manifestando-se convicto de que a situação de segurança na capital vai melhorar significativamente».
*
Nota: Ministro australiano nega qualquer envolvimento indonésio na violência.
*
É pena que a mulher de Xanana seja australiana e que o major que se sublevou seja, em Timor, um indefectível apoiante da Austrália, que recusa a língua portuguesa, enquanto o Governo defendeu os interesses do povo maubere na partilha do petróleo.
Comentários
Em anteriores comentários sobre este assunto defendi uma maior e melhor presença da ONU na gestão e pacificação da presente situação, em Timor.
Sendo o momento político bastante confuso é de recear que, em qualquer momento, possam surgir situações em que a cadeia de comando das nossas forças não funcione, ou o que é pior, possa ser instrumentalizada.
No momento, parece que em Timor não se vive um regular fincionamento das instituições.
É visível o não entendimento político entre Presidente da República e o Primeiro-Ministro.
A remodelação promovida por Xanana
atinge politicamente Mari Alkatiri (poucos após uma retumbante vitória no congresso da Fretilin).
A Austrália (potência regional) e a Igreja (potência espiritual)apontam baterias (abriram hostilidades)a Alkatiri. Embora por razões diferentes. A Igreja por "necessitar" de maior influência junto da Governo e a Austrália por "desejar" uma melhor fatia na causa do petróleo.
Alkatiri, não é um dirigente político simpático mas, conceda~se, tem defendido junto da Igreja a laicidade do regime e, perante a Austrália, os interesses de Timor (que os tinha leoninamente negociado com a Indonésia no tempo da ocupação).
As forças da GNR vão ter, ao que sabemos por cá, um comando bicéfalo: Xanana e Alkatiri.
À partida, um problema para qualquer força que deseja uma linha de comando unificada.
É que um diferendo entre Xanana e a Fretilin que apoia o actual primeiro ministro, levando a sua destituição pode mergulhar Timor numa convulsão que, de longe, ultrapassará a missão esperada para as nossas forças da GNR.
Percebe-se, assim, porque Alkatiri saudou a chegada da GNR. As forças australianas, neozelandesas e malaias funcionam como um "nó górdio" ao seu governo...
De qualquer modo, para além dos jogos de poder, apostemos no entendimento e na PAZ. O povo timorense merece-o!
Mais uma excelente análise e uma serena e preocupada reflexão com que enriquece o Ponte Europa.
Obrigado.
Onde é que foi contar trezentos mil militares?
Não assuste os espanhóis, homem!
Odeio todos aqueles que só querem ganhar dinheiro á custa do sofrimento do povo ,seja ele qual fôr .
Paz ao povo Timorense !
Explique-me p.f. para que servem as forças armadas portuguesas ? se quiser explicar, explique devagarinho para eu não ter pesadelos...
"Afinal para que servem os 300.000 militares que temos?"
Não lhe posso explicar isso, porque eu próprio tenho dúvidas, que ninguém me explica a mim. Tudo quanto sei sobre isso é que é um assunto mais sério do que parece à primeira vista. E já agora também penso que os militares, enquanto instituição, são dos poucos grupos profissionais que não têm envergonhado os portugueses, interna e externamente, nos últimos trinta anos.
Em todo o caso, eu apenas ironizei um pouco (com respeito, faça-me essa justiça!) com esse número astronómico que V. atirou para a frente. Não vejo razão para ficar assim enxofrado.
E deixe lá o senhor, que até me faz faz sentir um venerando ancião de barbas!
A actuação da GNR fica ainda mais no fio da navalha, em termos de comando, coordenação de acções, e clareza de terrenos hierárquicos funcionais. Como é que se pode actuar assim?
»
»