Durão Barroso e a Presidência da República
Durão Barroso, antigo militante dos pequenos e médios educadores da classe operária, genro de um almirante da ditadura, passou-se com armas e bagagens, sem as mobílias da Faculdade de Direito de Lisboa, para o PSD.
Poucos se lembram do apoio do seu compadre Martins da Cruz, embaixador com vastas relações nos serviços secretos europeus, para o livrar da maçada do Governo, que já não conseguia aguentar, para lhe preparar a fuga para a presidência da Comissão Europeia, enquanto o genro do almirante jurava defender a candidatura de António Vitorino.
Pôs agora a correr que, depois de trinta anos de política, se põe à margem de Belém, ele que ajudou a preparar com Marcelo a primeira candidatura de Cavaco Silva num jantar em que os três casais foram convidados para casa do agora debilitado Ricardo Salgado.
Barroso não está cansado da política nem arrependido das armas químicas cujas provas foi ver a Londres. Não perde o sono com a cumplicidade na invasão do Iraque ou com Bush, Blair e Aznar, nem com o papel de paquete da Senhora Merkel, sempre pronto a ser capacho de poderosos por uma ‘pipa’ de dinheiro ou por qualquer benefício próprio.
O que Durão Barroso mostrou é que é mais fácil inventar provas que sirvam de desculpa para destruir um país do que arranjar factos que dignifiquem quem se habituou a andar de joelhos ou de rastos para benefício próprio.
Barroso não é um homem de Estado, é o indivíduo videirinho que esqueceu os danos que causou e não esqueceu os donos que escolheu. Portugal passa muito bem sem ele.
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