O futebol e o treinador

A paixão futebolística, uma espécie de religião da bola, que usa quase sempre os pés, algumas vezes a cabeça e considera pecado o uso das mãos, dá origem a acalorados debates que um não iniciado percebe mal.

Ontem pareceu-me que a discussão sobre um jogo tinha quase todos do mesmo lado. O caso BPN, o julgamento de Aveiro ou a tragédia GES/BES são irrelevantes num país onde jogadores e treinadores são mais conhecidos do que os governantes.

Percebi que um grupo de jogadores portugueses tinha jogado com um grupo homólogo de outro país e que o epílogo fora uma pequena derrota para os autóctones que sofreram um golo sem se vingarem. Quem me mandou ir ao café!

Para quem, como eu, está habituado a ver Portugal sofrer humilhações pesadas, julguei que não era mau o resultado. Inocência minha. Os insultos, para além dos que o pudor me impede de referir, chegaram ao ponto de chamar a um tal Paulo Bento, o Passos Coelho da seleção nacional.

Sei que um jornal, esquecido da queda da ditadura, lhe chamou comunista, julgando que a PIDE iria buscá-lo a casa. Resolvi sair, farto de insultos a quem não conheço. Se me demorasse, ainda me arriscava a ouvir, no calor da raiva, apelidar de Cavaco o infeliz treinador.

Não aguentei tanto.

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