Quo Vadis, Seguro?

O que se passa no PS link?

As alterações sugeridas pelo actual candidato a candidato a primeiro-ministro António José Seguro sobre ‘urgentes’ alterações à lei eleitoral, a serem concertadas até ao final deste ano com a actual maioria, configuram, em todo o seu esplendor, aquilo que em política se designa como um ‘tiro no pé’.
A partir daqui será difícil, para o ainda líder do PS, gerir a indispensável articulação política com a sua bancada parlamentar, o que traduz um agravamento da situação recorrente que já o levou a ‘anular-se’ no passado (conforme assinalou) e as suas prestações serão (seriam), de futuro no mínimo penosas. A imagem que fica é que nas campanhas eleitorais, ao contrário do que tem sido afirmado, continua a ‘valer tudo’. 
As circunstâncias e o timing em a proposta de Seguro surge roçam, de facto, as raias do ‘populismo’. A sua inclusão na agenda política do PS, neste momento, sem prévia discussão política interna é, como diz António Costa, o ‘epitáfio desta liderançalink.

Neste momento, todos as propostas que visem o reforço de um sistema bi-partidário (PS e PSD), num futuro quadro constitucional, são ab initio ‘suspeitas’ para muitos portugueses e aparentemente (efectivamente?) redutoras do pluralismo e diversidade da representação popular. Quem esgrimiu durante toda a campanha interna a necessidade de “separar a política dos negócios”, expressão sempre recheada de um conteúdo velado e insinuador, acabou - publicamente - por aparecer a mediar (junto do PSD) um desejado “negócio político”.

Uma coisa será defender uma Reforma Administrativa que ultrapasse a confrangedora mediocridade de junção e extinção de juntas de freguesia (feita por este Governo) e querer alargá-la a um novo enquadramento municipal (Poder Local), ou ter a ousadia política de fazer ressuscitar a Regionalização (abortada no início deste século), outra será querer construir a casa pelo telhado e aparecer a propor alterações no topo da hierarquia representativa do Estado (Assembleia da República), com carácter 'moralizador'.
O ‘não-escalonamento’ destas prioridades é extremamente revelador da qualidade do nosso sistema político e partidário.

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