O SOL e o iberismo
O jovem semanário Sol publicou uma sondagem em que alegadamente 25% dos portugueses gostariam de ser espanhóis. Claro que o correcto seria dizer que 75% recusavam ser espanhóis.
Para além da estratégia dos financiadores do SOL para atacar o Governo, teve a ver com as inclinações monárquicas do arquitecto José António Saraiva (JAS).
A sondagem corresponde a uma fixação do antigo director do Expresso no rei Juan Carlos. Vou recordar um pouco do passado do plumitivo.
Em 1998 foi insultuoso para com os Chefes de Governo e de Estado ao comentar a foto de família da reunião ibero-americana que teve lugar no Porto. Pôs em contraste a postura digna do rei de Espanha com a de todos os outros. Juan Carlos era, para o arquitecto, o único digno dos seus encómios.
Passado algum tempo, em 5/12/98, sob o título “Política à Portuguesa” escreveu várias inanidades. Depois de algumas afirmações verdadeiras e outras originais, não sendo verdadeiras as originais nem originais as verdadeiras, escreveu o fogoso plumitivo: “E um facto de que ninguém se ocupa – excepto ele – mas que de dia para dia vai adquirindo mais relevo, contribui de forma importante para o ascendente espanhol: a existência de uma monarquia em Espanha.”
A seguir disse em tom de lástima: “Nos últimos 22 anos, Portugal teve três chefes do Estado; a Espanha teve um.” (sic). Que diabo, Portugal já teve um chefe, de Governo é certo, mais de 40 anos! E não deixou saudades.
O arquitecto Saraiva conforma-se mal com o que “acontece nos países em que há rotação presidencial”. Nem repara que isso é um imperativo constitucional, legislado por representantes eleitos do povo português. Não é imposição divina nem castigo celestial. É um imperativo constitucional.
“Tudo isto faz com que, hoje, Juan Carlos já não seja apenas o Rei de Espanha – antes alargue essa aura ao conjunto da Península Ibérica” – escreveu na altura JAS. Desde 1640 que não é assim mas JAS não prima pelo rigor.
Ofensivo foi escrever que “Ao pé de Juan Carlos, Jorge Sampaio é uma espécie de governador de uma região...” e que “está um degrau abaixo”. Aí o articulista estatelou-se.
Há despautérios de que os autores se arrependem. Não parece ter sido o caso. JAS não reparou que, pela sua lógica, em vez de termos então na chefia do Estado o excelso cidadão Jorge Sampaio nos arriscaríamos a ter vitaliciamente o Senhor Duarte Pio que usa a alcunha de duque de Bragança.
Felizmente, vivemos num País de cidadãos embora alguns tenham alma de súbditos. Notei então a doentia fixação do jornalista no rei de Espanha, fixação que resistiu à mudança de jornal e que parece acentuar-se. O Sol faz-lhe mal à cabeça. Devia proteger as meninges. Mas, se é assim tão irreprimível a sedução de JAS por Juan Carlos, que emigre. Pode tornar-se director de um jornal regional ou, à falta de melhor, de um órgão paroquial da monarquia espanhola.
Para além da estratégia dos financiadores do SOL para atacar o Governo, teve a ver com as inclinações monárquicas do arquitecto José António Saraiva (JAS).
A sondagem corresponde a uma fixação do antigo director do Expresso no rei Juan Carlos. Vou recordar um pouco do passado do plumitivo.
Em 1998 foi insultuoso para com os Chefes de Governo e de Estado ao comentar a foto de família da reunião ibero-americana que teve lugar no Porto. Pôs em contraste a postura digna do rei de Espanha com a de todos os outros. Juan Carlos era, para o arquitecto, o único digno dos seus encómios.
Passado algum tempo, em 5/12/98, sob o título “Política à Portuguesa” escreveu várias inanidades. Depois de algumas afirmações verdadeiras e outras originais, não sendo verdadeiras as originais nem originais as verdadeiras, escreveu o fogoso plumitivo: “E um facto de que ninguém se ocupa – excepto ele – mas que de dia para dia vai adquirindo mais relevo, contribui de forma importante para o ascendente espanhol: a existência de uma monarquia em Espanha.”
A seguir disse em tom de lástima: “Nos últimos 22 anos, Portugal teve três chefes do Estado; a Espanha teve um.” (sic). Que diabo, Portugal já teve um chefe, de Governo é certo, mais de 40 anos! E não deixou saudades.
O arquitecto Saraiva conforma-se mal com o que “acontece nos países em que há rotação presidencial”. Nem repara que isso é um imperativo constitucional, legislado por representantes eleitos do povo português. Não é imposição divina nem castigo celestial. É um imperativo constitucional.
“Tudo isto faz com que, hoje, Juan Carlos já não seja apenas o Rei de Espanha – antes alargue essa aura ao conjunto da Península Ibérica” – escreveu na altura JAS. Desde 1640 que não é assim mas JAS não prima pelo rigor.
Ofensivo foi escrever que “Ao pé de Juan Carlos, Jorge Sampaio é uma espécie de governador de uma região...” e que “está um degrau abaixo”. Aí o articulista estatelou-se.
Há despautérios de que os autores se arrependem. Não parece ter sido o caso. JAS não reparou que, pela sua lógica, em vez de termos então na chefia do Estado o excelso cidadão Jorge Sampaio nos arriscaríamos a ter vitaliciamente o Senhor Duarte Pio que usa a alcunha de duque de Bragança.
Felizmente, vivemos num País de cidadãos embora alguns tenham alma de súbditos. Notei então a doentia fixação do jornalista no rei de Espanha, fixação que resistiu à mudança de jornal e que parece acentuar-se. O Sol faz-lhe mal à cabeça. Devia proteger as meninges. Mas, se é assim tão irreprimível a sedução de JAS por Juan Carlos, que emigre. Pode tornar-se director de um jornal regional ou, à falta de melhor, de um órgão paroquial da monarquia espanhola.
Comentários
Em espenha uma revista fez o mesmo, e aqui curiosamente perto de 50% concordam com a unificação!
Só tinhamos a ganhar, com uma merda de governo... só ganhávamos
um merdas destes dizer mal do JAS... quem és tu velhote????
Quem é que te conhece???
Nem no PS... carago
Agradeço-lhe que use uma linguagem mais razoável. De resto faça a sua catarse. O Ponte Europa serve também para resolver recalcamentos de leitores mais exaltados.
Quanto a Zapatero sou também um admirador..
"Notei então a doentia fixação do jornalista no rei de Espanha, fixação que resistiu à mudança de jornal e que parece acentuar-se."
É COMO TU, TENS UMA FIXAÇÃO DOENTIA PELO ALBERTO JOÃO JARDIM. Mas isso já aqui alguém explicou porquê!!! outros tempos não é? Coimbra antiga, o gajo não te ligava importância nenhuma... enfim
Mas há mais:
"O Sol faz-lhe mal à cabeça. Devia proteger as meninges"
EH PÁ, NÃO COPIES TEXTOS DO BLOG DO PIOLHO DA SOLUM... isso é feito e não te fica bem!!!! Mas, quem não sabe mais...
viva a república!
Àcerca do Sol e do JAS, ele está d'olho no governo...
O texto dos bispos já se encontra na caixa do post anterior.
Obrigado por trazer a opinião da Igreja católica. É um ponto de vista importante para muitos.
Nada justifica, porém, que o texto seja repetido.
Assim, vou apagá-lo e os leitores que quiserem só têm que abrir a caixa do «Espaço dos leitores».
Evite o pecado da gula.
O grande capital não tem pátria.
This post has been removed by the blog administrator.
Sex Out 20, 11:58:21 AM
Pai de família:
Espero que a repetição do texto não tenha sido penitência pelos pecados cometidos.
Apaguei-lho porque está na caixa do «Espaço dos leitores».
Não tente publicar o mesmo texto várias vezes. Pode fazer-lhe bem à alma mas não lhe será permitido.
1- Claro que tal sondagem é para vender mas vale o que vale. Não acha preocupante que 2 milhões (tirando os putos) de Portugueses queiram a União. E Na sequência de outra sondagem desta vez feita em Espanha 50% dos espanhóis queiram a União?
2- Atacar o Governo! isto não tem a ver com o Governo mas sim com OS GOVERNOS dos últimos 100 anos.
3- O Acto de 98 é apenas normal, Um presidente nunca terá o Prestigio Simbolico de Um Rei. Será sempre inferior, ressalvo Simbolicamente.
4 - Facto objectivo - As monarquias funcionam melhor que as repúblicas e contribuem decisivamente para o desenvolvimento dos paises
5- Facto objectivo - Espanha a partir do momento em que se torna monarquia descola para anos luz à nossa frente
6 - "A seguir disse em tom de lástima: “Nos últimos 22 anos, Portugal teve três chefes do Estado; a Espanha teve um.” (sic). Que diabo, Portugal já teve um chefe, de Governo é certo, mais de 40 anos! E não deixou saudades" Não compare o rabo com as calças
7 - "“Tudo isto faz com que, hoje, Juan Carlos já não seja apenas o Rei de Espanha – antes alargue essa aura ao conjunto da Península Ibérica” – escreveu na altura JAS." Esta afirmação de JAS é cada vez mais correcta. Aliás é Ver como Espanha trata Portugal, como uma região.
8 - “Ao pé de Juan Carlos, Jorge Sampaio é uma espécie de governador de uma região...” e que “está um degrau abaixo”. Não se estatelou, fez uma observação da Realidade. Essa é a Verdade. pode ser ofensivo , mas isso é a realidade.
9 - Convença-se da realidade. A sociedade organizada em Volta de Uma monarquia Constitucional funciona melhor. e a utopia não se coaduna com a realidade. E Isto é um facto, social, estatistica e pontuadamente Verdadeiro.
Subscrevo-os.
Espanha? NUNCA!
Enquanto houver um PORTUGUÊS (1 Só) não haverá fusão, união, Iberismo ou o que quiserem.
DE Espanha só desejo boas realações de vizinhança e cooperação naquilo que diz respeito aos nossos interesses, objectivos e compromissos comuns. Mais nada!!
Admiro MUITO o Felipe Gonzalez que é o GRANDE OBREIRO DA ESPANHA MODERNA que alguns "portuguesinhos de empréstimo" hoje invejam.
De resto dispenso.
Quanto à Monarquia, por favor...
Prefiro um simples plebeu eleito por CIDADÃOS que um chefe de estado (custa-me escrever REI, acreditem) por designação divina, linhagem de sangue ou a p**a que os pariu.
REPÚBLICA SEMPRE.
SEMPRE CIDADÃOS, nuca súbditos.
Nem que seja preciso pegar em armas outra vez!!
Quanto à Monarquia, por favor...
Prefiro um simples plebeu eleito por CIDADÃOS que um chefe de estado (custa-me escrever REI, acreditem) por designação divina, linhagem de sangue ou a p**a que os pariu.
REPÚBLICA SEMPRE.
SEMPRE CIDADÃOS, nuca súbditos.
Parece que este senhor nunca estudou história de Portugal.
Os Reis Portugueses nunca o Foram por direito divino. Sempre foram escolhidos em cortes, sempre foram eleitos. E desde de D. João I que o Povo foi parte integrante e principal, das Cortes.
Os Reis POrtugueses sempre forma PRIMUS INTER PARES. Primeiro entre pares. Acha que Hoje em dia existem súbditos nas monarquias modernas. Se me falasse em numa monarquia de há 200 anos eu seria republicano convicto.
Somos todos cidadãos. Por alguma razão os paises com as democracias mais evoluidas são Monarquias
Reitero:
Prefiro um simples plebeu eleito por CIDADÃOS que um chefe de estado (custa-me escrever REI, acreditem) por designação divina, linhagem de sangue ou a p**a que os pariu.
Nessa sondagem 25% dos portugueses queriam a união.
Os outros 75% repartiam-se por NÃO quererem a UNIÃO e não saberem.
Claro que a maioria era contra, mas é uma questão de números.
Tem razão. Obrigado pela correcção. Factos e números não se discutem.
Penso, todavia, que não invalida a argumentação contra as tolices de JAS.
A primeira elege um plebeu para chefe de Estado, a segunda não elege nada! Mas que ditaduras, estas. O Povo nada escolhe!
O que vale é que não sou masoquista, para viver nesses páíses e fico-me pela República Portuguesa, igual a tantas outras Repúblicas por esse mundo fora.
Diogo.
- republicano em Espanha;
- monárquico em Portugal!
JAS nem uma coisa nem outra. É um medidor de estaturas. Impressiona-se pelo arcaboiço.
No recondito remanso dos seus sonhos, a luz (não disse o SOL) é:
Filipe I de Espanha e II de Portugal.
Uma abrangência global e um sossego para as disputas ibéricas.
A questão ibérica, tal como foi levantada (simultaneamente nos dois países - coincidência?) é maioritáriamente rejeitada (em Portugal) na sondagem e escandalosamente manipulada pela imprensa nacional que enfatisa as respostas favoráveis a uma, digamos, extemporânea "união ibérica".
Trata-se de uma especulação política e, mais acessoriamente, de regime, de somenos importância.
Juan Carlos é uma "solução franquista" para suavizar os previsíveis conflitos das nacionalidades bascas, catalães, galegas, valencianas, etc.
Parece-me que, agora, existe uma nova vaga da "intelectualidade" lisboeta interessada em estender a monarquia espanhola à nação portuguesa. É esta a minha visão porque não acredito que, esta elite lisboeta, se atreva a pensar no inefável duquezinho de Bragança.
Se Sampaio lhes parece "pequeno" junto a Juan Carlos, Duarte Pio ao lado deste último, parecerá um aio. Não é por aí que se levantará o brio português - tão maltratado há muitos anos...
Esta questão surge de um modo algo semelhante ao observado no tempo dos Filipes.
Como sabemos Filipe I para ascender ao trono português, entre outras coisas, "comprou" a nobreza nacional, que lhe teceu loas.
Hoje, sem precisar de Filipes, a Espanha tem comprado partes significativas da riqueza nacional. Apoderou-se, é o termo. É só olhar para Lisboa e para o Alentejo.
Portanto, tanto "barulho" para chegarmos à remota situação dos finais do séc. XVI?
Quem terá comprado quem?
Ou a minha leitura é preversa e tudo isto não passa de coincidências mediáticas?
Em segundo lugar, as tendências de união ibérica sempre se manifestaram profundamente em Portugal em momentos de crise, de perplexidade, de depressão ou de maior miséria. É o caso de alcácer-Kibir, e do esfumar dos sonhos trágicos da Índia. É o caso do desgraçado séc. XIX, depois das guerras liberais e da independência do Brasil. É o caso presente em que Portugal voltou a casa, delapidou os fundos europeus e agora não sabe bem o que fazer à vida, enquanto vai retomando consciência de que nunca deixou de ser pobre.
Em terceiro lugar, há em Castela um amor-próprio, uma assunção da castelhanidade e da sua cultura, de que nós nunca padecemos. E algumas farroncas nacionalistas que afloram na caixa dos comentários fazem lembrar o Rei 'Restaurador' e não passam disso mesmo. Não levam sequer os autores a recusar os produtos da Zara ou a deixar de ir ao Corte Inglês.
Em quarto lugar a espanha é um instável ramalhete de nações distintas, que Castela tem submetido. Voltar a esse quadro com capital em Madrid e o castelhano obrigatório... NÃO OBRIGADO!
Em quinto lugar, numa Ibéria de estados federados (galegos, bascos, catalães, castelhanos e andaluzes) ficavam muito bem os portugueses. Evitavam eles a auto-destruição, e a Ibéria apaziguava-se. Essa utopia, que é a única bola em jogo, está na mão dos castelhanos!
« O que Portugal fez de maior no mundo não foi nem o descobrimento, nem a conquista, nem a formação de nações ultramarinas : foi o ter resistido a Castela ».
Agostinho da SILVA, 1996
Obrigado, leitor, por nos ter recordado esse ilustra pensador.
bom mesmo bom era o julio cesar!
Quando foi atribuido a Saramago o prémio Nobel da Literatura, um jornalista perguntou ao Sr. Duarte Pio (eu li):
Jornalista - O que pensa de josé Saramago?
DP - É uma ganda merda [sic].
Jorn. - Já leu algum livro dele?
DP - Não.
Eu cá não me importava nada de ser espanhol, Portugal está um atraso pegado, é só apertar o cinto a quem já não tem mais por onde, enquanto os falcões se riem e exploram o pequenito. Os políticos esses sabem bem tratar dos tachos, e o mexilhãozito está sempre a apanhar tareia.
Mas afinal que raio de país é este???