Pensem nisso...
Foi com voz calma, não mostrando a cara para não se tornar vedeta, que uma mulher de cinquenta anos reclamou hoje, em entrevista à SIC, o direito de morrer.
Não receia a morte, teme a vida e o sofrimento a que está condenada e a que condena os que ama e a amam. É uma mulher que se exprime com desenvoltura e serenidade.
O cancro do estômago avança inexoravelmente e ela não se queixa da vida. É a doente terminal que reclama o direito a morrer sem mais sofrimento. Pensa em quem não teve a vida que ela viveu, nos que não tiveram direito à felicidade que ela teve e nos que não chegaram à sua idade.
Definiu a eutanásia como «caridade cristã». Admite que um dia as suas palavras possam ajudar outros a ter o direito que agora lhe negam, «talvez daqui por dez anos».
Voz profética, caldeada no sofrimento, de arrepiante lucidez. A força arrebatadora de uma mulher cuja fase terminal não lhe roubou a inteligência. Uma enorme humanidade.
Direito à eutanásia?
- «Pensem nisso» - disse.
Comentários
Tive um caso idêntico na família. Até ao último momento tive esperança.
Devemos sim é apostar nos cuidados paliativos.
Não é bom que isso aconteça.
Estamos perante um tremendo conflito entre a ética e a dignidade humana.
Algum dia terá de ser resolvido, precedido de uma ampla e serena discussão.
No entanto, neste momento, o que está na ordem do dia é a IVG.
Na mesma, um debate sobre a ética e a dignidade humana.
Não devemos ter a pretensão de fazer tudo ao mesmo tempo.
A sociedade tem cada vez menos tempo para pensar e enfrentar tabus, sem dogmatismos do tipo "sempre fui pela vida".
Muito embora esteja tudo, ainda, por discutir, todos sabemos que o problema não se resume a isso.
Legalizam o aborto e depois o casamento entre maricas e adopção de crianças por estas aberrações sub-humanas. Depois é o sexo e casamento com animais, droga, a eutanásia e, quem sabe, o canibalismo.
È a cultura de morte em toda a sua força. Acaba-se com a vida e com a civilização. Regressa-se à barbárie.
Mas porque é que os comunas ateus vivem obcecados com a morte, seja de criancinhas inocentes, seja de doentes indefesos?
A senhora que ontem, na TV, expôs o seu dilacerante problema deve ser considerada uma "comuna", uma insaciável "comedora de criancinhas" ou uma homofóbica inveterada. "Caridades" cristãs... que, nos momentos críticos, vêm à tona.
Ou, então:
como um pretenso respeito pela vida se transforma num miserável desrespeito pelos "outros".
Um doente com cancro em fase terminal tem tudo menos qualidade de vida...eu diria mesmo: tem tudo o que há de pior para ele e nenhuma vida.
Não vi a reportagem mas acredito que se a senhora falou do seu caso é porque está consciente do que lhe vai acontecer ... e ela não imagina nem metade...
A eutanásia há muito que deveria ter sido legalizada. Que eu saiba depois de estar legalizada ninguém será obrigado a morrer por isso... juro que ás vezes não percebo estes falsos "puritanismos" da nossa sociedade.
Acho que todos nós devíamos ter o direito a escolher o nosso fim. Nada é mais cruel para uma família do que ver quem ama a morrer dia após dia sem poder fazer nada para impedir que a degradação física e mental continue.
Infelizmente sei do que falo.
Obrigada por pelo menos ter feito algumas pessoas pensarem um pouco mais nisso com este post!
:o)
Nas eleições venceu a esquerda, com a sua cultura de morte.
"Nas eleições venceu a esquerda, com a sua cultura de morte."
Para sua orientação política e pacificação espiritual em relação à esquerda, lembro-lhe um exemplo próximo (ibérico)- há muitos - o general fascista Millán Astray, com o seu célebre (pela negativa) grito, na Universidade de Salamanca:
Viva la muerte!
Muera la inteligencia!