Momento de poesia
A MINHA CASA DE FAFEL*
À minha irmã Helena
A minha velha casa de Fafel
já não existe,
sucumbiu na vertigem do camartelo
e à voragem do cimento, do tijolo e do ferro.
Não resistiu à ambição do construtor civil
que a destruiu,
abatendo paredes, janelas e portas envidraçadas,
arrasando o quintal e a solitária palmeira,
o varandim de ferro onde meu pai descansava
e os floridos canteiros de que minha mãe cuidava…
A minha velha casa de Fafel
já não existe,
mas resistiu no tempo o sonho encantado
do velho sótão onde brincava
como rei e senhor do mundo todo…
E este sonho é só meu
e de mais ninguém
e não tem outro dono senão eu.
É um sonho deslumbrado que não morreu,
que resistiu,
e que o construtor civil não destruiu
nem mesmo o camartelo o venceu…
Alexandre de Castro - Dezembro de 2006
À minha irmã Helena
A minha velha casa de Fafel
já não existe,
sucumbiu na vertigem do camartelo
e à voragem do cimento, do tijolo e do ferro.
Não resistiu à ambição do construtor civil
que a destruiu,
abatendo paredes, janelas e portas envidraçadas,
arrasando o quintal e a solitária palmeira,
o varandim de ferro onde meu pai descansava
e os floridos canteiros de que minha mãe cuidava…
A minha velha casa de Fafel
já não existe,
mas resistiu no tempo o sonho encantado
do velho sótão onde brincava
como rei e senhor do mundo todo…
E este sonho é só meu
e de mais ninguém
e não tem outro dono senão eu.
É um sonho deslumbrado que não morreu,
que resistiu,
e que o construtor civil não destruiu
nem mesmo o camartelo o venceu…
Alexandre de Castro - Dezembro de 2006
* Rua de Fafel, na cidade de Lamego
Comentários
A imagem da casa por si só, talvez tivesse maior força poética.