A Mário Silva (pintor)
Na passada semana o Mário comemorou o 78.º aniversário com a habitual multidão de amigos, da forma que gosta, com o prazer que respira.
Este ano não compareci, com mágoa, impossibilitado de me deslocar. Durante a semana procurei o texto que há anos lhe deixei num sítio da Internet e que, para surpresa minha, serviu de «Apresentação» do pintor na excelente publicação que a Galeria Sacramento editou, em 2006, no seu 77.º aniversário. Infelizmente com duas pesadas gralhas.
Só hoje descobri a publicação referida. Aqui ficam as palavras encontradas, como preito à velha amizade e à enorme consideração que dedico a Mário Silva:
«Tira das tintas cores mas é da alma que extrai a beleza que lhe escorre do pincel. Brotam-lhe da imaginação as formas, mas é ao sentimento que vai buscar a força que lhe conduz a mão que percorre as telas. Constrói a vida e a obra, passo a passo, dia a dia, com a paciência de um monge e a sabedoria de um profeta.
Disfarça de narcisismo a timidez e é rodeado da multidão de amigos que faz a catarse da solidão que o habita. Encontra na irreverência e na provocação o registo adequado para dissimular o altruísmo e a generosidade que o exornam. Dá-se aos outros fingindo que é para si próprio que olha.
Depois de noites compridas, de capitosos néctares e abundantes vitualhas regressa a casa, ao sorriso sereno da Zé, à companhia ensonada e meiga do último Mário, seu filho, e aos quilómetros de tela ainda virgem à espera de serem percorridos com a avidez criativa e o traço iconoclasta do artista que desafiou durante meio século a ortodoxia de qualquer escola.
É na fraterna amizade que se respira, nos convívios que promove, que melhor podemos apreciar a síntese do homem, do cidadão e do artista. Fraterno e jovial. Solidário e simpático. Irreverente e sedutor. Sempre.
E é na sua casa de Lavos e no caos que aí metodicamente organizou que podemos encenar uma tertúlia e fruir convívios calmos que as últimas décadas se encarregaram de exonerar na pressa do consumo e na vertigem da acumulação do capital».
Comentários
O anonimato é a codificação da falta de coragem de enfrentar de olhos nos olhos, seja o que for, é esconder o apedeutismo, é a máscara dos pusilânimes.
Quando se chama pseudo-pintor a MÁRIO SILVA, que é um dos grandes pintores consagrados Portuguêses, que é reconhecido internacionalmente,(vivo felizmente) que já ganhou vários prémios a todos os niveis, que me desculpe, mas merece as minhas palavras.Sandro Botticelli (1445-1510) tambem grande artista- renascentista/florentina.Mario Silva "o anarco-surrealista". Passado quase 500 anos, vêm fazer comparações. Conclusão final, o anónimo/a tem que aceitar que estou a falar de dois grandes nomes da pintura Mundial, com estilos e mensagens diferentes. Um abraço
Francisco Jesus (FRAGUIAL) pintor ou pseudo/pintor- artes plásticas