O inefável senhor Duarte Pio
No dia em que a Câmara de Mafra resolveu, finalmente, atribuir a medalha de ouro de mérito municipal do concelho a José Saramago, depois de uma obstinada recusa de 14 anos do teimoso edil, o Sr. Duarte Pio não encontrou melhores palavras sobre o grande vulto literário: «José Saramago está senil» - disse à SIC.
Vale, pois, a pena falar da figura menor enquanto esperamos o restabelecimento de Saramago, a convalescer de uma pneumonia.
O Diário de Notícias tinha um suplemento à sexta-feira – o Dna. Em 5 de Março de 2004 (N.º 379) o Sr. Duarte Pio concedeu-lhe a mercê de uma entrevista.
Há pérolas dessa entrevista que vale a pena revelar aos cidadãos e não as deixar apenas no conhecimento dos vassalos. O Sr. Duarte Pio é, segundo diz, descendente dos reis de Portugal. Curiosamente do pior ramo. Mas é duvidoso que seja da família de Bragança porque o seu bisavô D. Miguel – o Usurpador – era sem dúvida filho da promíscua D. Carlota Joaquina mas muito pouco provavelmente de D. João VI. Bourbon é de certeza.
Melhor do que falar do bisavô caceteiro é pôr o Sr. Duarte Pio em discurso directo:
- «Nem se pode dizer que o 25 de Abril ou o 5 de Outubro tenham valido a pena.» (…)
- «E nessa altura aconteceu algo muito emocionante. Eu sabia que o meu pai estava doente, que estava mal, mas não pensava que fosse realmente tão grave e fui passar esse Natal com os timorenses que se reuniram no Jamor. Houve festa e uma dança com espadas. Durante a dança, quebrou-se uma das espadas e os chefes ficaram com um ar muito comprometido, fez-se silêncio, parou tudo, parou a festa. Eu não percebia o que se passava, até que alguém me explicou que quando se quebra uma espada durante aquela dança significa que vai morrer um rei. Foi exactamente na hora em que morreu o meu pai.» (…)
- «Nos países árabes, sou recebido não só como português, mas como descendente do profeta Maomé. Sim. Porque a rainha Santa Isabel é descendente do profeta Maomé. Depois casou com o rei de Aragão. (...) Por outro lado, quando estou com os meus amigos judeus, explico-lhes que através de D. Afonso Henriques também sou descendente de David...» (…)
- «...embora(...)quando eu disse que tinha sido um prejuízo enorme para a cultura portuguesa que Saramago tivesse sido distinguido com o prémio Nobel, tenham feito uma campanha hostil contra mim.» [ referindo-se ao seu boneco da Contra-Informação].
Numa outra entrevista que cito de cor:
Jornalista – Que pensa de José Saramago?
Duarte Pio – É uma «ganda» merda [sic].
Jornalista – Já leu algum livro dele?
Duarte Pio – Não…
Vale, pois, a pena falar da figura menor enquanto esperamos o restabelecimento de Saramago, a convalescer de uma pneumonia.
O Diário de Notícias tinha um suplemento à sexta-feira – o Dna. Em 5 de Março de 2004 (N.º 379) o Sr. Duarte Pio concedeu-lhe a mercê de uma entrevista.
Há pérolas dessa entrevista que vale a pena revelar aos cidadãos e não as deixar apenas no conhecimento dos vassalos. O Sr. Duarte Pio é, segundo diz, descendente dos reis de Portugal. Curiosamente do pior ramo. Mas é duvidoso que seja da família de Bragança porque o seu bisavô D. Miguel – o Usurpador – era sem dúvida filho da promíscua D. Carlota Joaquina mas muito pouco provavelmente de D. João VI. Bourbon é de certeza.
Melhor do que falar do bisavô caceteiro é pôr o Sr. Duarte Pio em discurso directo:
- «Nem se pode dizer que o 25 de Abril ou o 5 de Outubro tenham valido a pena.» (…)
- «E nessa altura aconteceu algo muito emocionante. Eu sabia que o meu pai estava doente, que estava mal, mas não pensava que fosse realmente tão grave e fui passar esse Natal com os timorenses que se reuniram no Jamor. Houve festa e uma dança com espadas. Durante a dança, quebrou-se uma das espadas e os chefes ficaram com um ar muito comprometido, fez-se silêncio, parou tudo, parou a festa. Eu não percebia o que se passava, até que alguém me explicou que quando se quebra uma espada durante aquela dança significa que vai morrer um rei. Foi exactamente na hora em que morreu o meu pai.» (…)
- «Nos países árabes, sou recebido não só como português, mas como descendente do profeta Maomé. Sim. Porque a rainha Santa Isabel é descendente do profeta Maomé. Depois casou com o rei de Aragão. (...) Por outro lado, quando estou com os meus amigos judeus, explico-lhes que através de D. Afonso Henriques também sou descendente de David...» (…)
- «...embora(...)quando eu disse que tinha sido um prejuízo enorme para a cultura portuguesa que Saramago tivesse sido distinguido com o prémio Nobel, tenham feito uma campanha hostil contra mim.» [ referindo-se ao seu boneco da Contra-Informação].
Numa outra entrevista que cito de cor:
Jornalista – Que pensa de José Saramago?
Duarte Pio – É uma «ganda» merda [sic].
Jornalista – Já leu algum livro dele?
Duarte Pio – Não…
Comentários
O Sr. Duarte não estará senil, é só atrasado mental, mas é, sem dúvida, uma merda de homem.
O ridículo mata, e o que é certo é que este homem ainda não morreu. Tem resistido, apesar de néscio, como o seu trisavô, D. João VI.
Há-de ir para o Panteão dentro de um frasco de formalina.
o blog L'Ami du Peuple, espera merecer aprovação para reproduzir na íntegra este artigo.
Saudações republicanas!
Está autorizado a reproduzir na íntegra, ou em parte, todos os textos da minha autoria, sem carecer de autorização. Basta indicar a fonte.
Saudações republicanas.
Carlos Esperança
Mas,o gajo não sabe falar e,pelos vistos nem ler sabe...
'Hahnhan isabelinha,isaaaabelinha'.Rei,só se for da real PQP!!!!
Numa das margens snete-se o esplendor da vida, noutra o ridículo.
Nunca encontrou uma ponte, não tem barco, nem sabe nadar.(a)
Ficou arrestado no ridículo, ad eternum...
(a) consegue, com alguma dificuldade, articular umas palavras...
O problema é que em relação ao Saramago ele tem toda a razão.
Este último é um autêntico atentado quer à lingua portuguesa quer aos talentosos escritores que temos e tivemos num passado recente.
Receber um Nobel com base naquele arrazoado que produz leva-me a questionar seriamente a qualidade das escolhas que se fazem pela entidade gstora do prémio, bem como os seus objectivos concretos.
Havia um Miguel Torga, um Namora, um... sei lá, são tantos. Agora este, não lembra ao diabo, mas lembrou ao Comité do Nobel...
Já para não falar naquela sua opção espanhola, no engodo duma mulher nova...
Por acaso isso até tem um nome bem engraçado na nossa cultura popular...
O merdas do secretário de estado monárquico, foi provávelmente o culpado, do nosso Nobel, ter ido viver para Lanzarote...agora, os espanhóis reconhecem o seu valor.
O prémio Nobel, já não é só nosso, é da Ibéria...
Aliás,como se sabe, é muito duvidoso que o Sr. Duarte descenda dos Braganças. Como segredava o bom povo, na sua santa desconfiança, verdadeiramente, o Sr. D. Miguel não era filho do Sr. D. João VI.Ao que se diz à Carlota Joaquina, nem o cocheiro escapava.
E se afinal o fosse ? Acham legítimo que nos queiram fazer engulir um descendente do Rei Absoluto, vencido pelos liberais?
O Sr Duarte , aliás Pio, frequetou a Universidade Técnica de Lisboa. Cometeu a proeza de ter feito uma cadeira, que por acaso era da responsabilidade de um Professor monárquico que , ao que se dizia, lhe fez exame à porta fechada.
Ou seja, o Sr. Duarte é uma figura que se situa algures no espaço imaginário entre o rei de copas e o rei de paus, mas a nossa complacente república não tem vergonha de atribuir um lugar especial no protocolo do estado ao Sr Duarte, Ou já terá sido corrigida esse absurdo ?
Já foi corrigido o absurdo de lhe reservar um lugar no protocolo de Estado.
Mas ainda é convidado por muitos presidentes de Câmara para animar festas.
Agradeço a sua saudação, assim como a referência elogiosa a um dos meus poemas, aqui publicados.
Afinal afirmo acima que o nosso prémio Nobel tem pouca ou nenhuma qualidade literária e ninguém se preocupa minimamente com isso.
O que significa que todos assumem esse facto como um dado adquirido.
Estranho, muito estranho...