União Europeia/África
Como lucidamente referiu um leitor do Ponte Europa, esta cimeira pecou por tardia, por ter deixado que já se tivessem instalado interesses chineses e indianos, com os quais a Europa concorre, sem se antecipar.
Mais uma razão para felicitarmos, sem complexos, o arrojo de Portugal em avançar para uma cimeira problemática e cheia de riscos. Ter corrido bem é razão para os europeus se orgulharem do êxito.
Após as difíceis negociações para obter a unanimidade no tratado reformador da União Europeia o sucesso da cimeira UE/África foi, para os europeístas convictos, a cereja no cimo do bolo de uma presidência preparada com um profissionalismo e competência a que os portugueses não estão habituados e de que muitos países duvidavam.
A plêiade de diplomatas que tornou possível o brilho da presidência portuguesa, bem como a eficiência das forças de segurança que velaram pela tranquilidade com que se desenrolaram as reuniões ao mais alto nível, deviam servir de estímulo ao nosso amor próprio e de vacina ao pessimismo que nos devora.
Nesta última cimeira EU/África houve duas grandes figuras que emergiram do lado europeu, Sócrates e Angela Merkel, o primeiro pela capacidade de ter conseguido conciliar interesses económicos e direitos humanos e a segunda por se ter afirmado como a mais lídima representante do espírito europeu.
Por muito que custe a alguns digerir o sucesso alheio e por mais incerto que seja o futuro da Europa e do mundo, o contributo de Portugal para a Europa dos 27 foi, neste segundo semestre de 2007, verdadeiramente exemplar.
Mais uma razão para felicitarmos, sem complexos, o arrojo de Portugal em avançar para uma cimeira problemática e cheia de riscos. Ter corrido bem é razão para os europeus se orgulharem do êxito.
Após as difíceis negociações para obter a unanimidade no tratado reformador da União Europeia o sucesso da cimeira UE/África foi, para os europeístas convictos, a cereja no cimo do bolo de uma presidência preparada com um profissionalismo e competência a que os portugueses não estão habituados e de que muitos países duvidavam.
A plêiade de diplomatas que tornou possível o brilho da presidência portuguesa, bem como a eficiência das forças de segurança que velaram pela tranquilidade com que se desenrolaram as reuniões ao mais alto nível, deviam servir de estímulo ao nosso amor próprio e de vacina ao pessimismo que nos devora.
Nesta última cimeira EU/África houve duas grandes figuras que emergiram do lado europeu, Sócrates e Angela Merkel, o primeiro pela capacidade de ter conseguido conciliar interesses económicos e direitos humanos e a segunda por se ter afirmado como a mais lídima representante do espírito europeu.
Por muito que custe a alguns digerir o sucesso alheio e por mais incerto que seja o futuro da Europa e do mundo, o contributo de Portugal para a Europa dos 27 foi, neste segundo semestre de 2007, verdadeiramente exemplar.
Comentários
Na verdade, para os medea europeus, a coisa não foi bem assim, se dúvidas houver é consultar os princípais títulos europeus.
O grande problema de África, Darfur, ficou sem solução à vista... só aos olhos dos apaníguados do PS e de Sócrates, passa pela cabeça, o sucesso... (Portugal, também é um país de sucesso, com 8,3% de desempregados).
Direitos Humanos, de Darfur, de migrações, etc.
Na verdade, os dirigentes africanos vieram a Lisboa por outras razões.
Vieram, essencialmente, solicitar ajudas para o desenvolvimento dos seus Países.
Outros aproveitaram o ensejo para reivindicar indeminizações aos antigos colonizadores.
Não temos qualquer noção do que terá sido conseguido nesse campo de ajuda económica e em trocas comerciais, embora a imprensa registe alguns negócios, p. exº., entre Portugal e a Líbia.
Aliás, o geito de suave e amistoso anfitrião como o Governo português recebeu Kadafi e as perrogativas que lhe deu (conferência na Unibersidade de Lisboa) denunciava a existência pré-acordos negociais.
Mas o que melhor sabemos é quanta dessa ajuda económica, de que os povos africanos efectivamente necessitam, acaba desviada para perpetuar ditadores e alimentar uma clique corrupta que, normalmente, os rodeia.
E Robert Mugabe não foi o único ditador africano que esteve em Lisboa. Não é verdade?
A Cimeira teve, também, mais incongruências do que, publicamente, exibiu.
Portanto o melhor é não deitar os foguetes e apanhar as canas.
Falta distanciamento histórico para julgarmos o seu real alcance.
Julgo, no entanto, que não devemos caír no patriotismo fácil.
Devemos orgulhar-nos com a capacidade de organização mas, sobretudo, devemos congratular-nos como europeus.
Calcula-se que actualmente existam em africa 218 milhões de pobres. Este é mesmo o único continente onde a pobreza tem crescido. Face a isto os próprios mundialistas reconhecem implicitamente o fracasso da sua gestão em África. As sempre interessadas receitas económicas do Ocidente fracassaram. Não somente em Africa como eles gostavam mas também na América e na Ásia, onde as politicas estão levando à ruína isto é à dependência global dos usurários ocidentais e dentro em pouco esta politica vai tocar à Europa com o Tratado de Lisboa às costas.
A aplicação do chamado programa de Ajuste Estrutural (PAE) desenhado pelo FMI e o Banco Mundial conseguiu que a esmagadora maioria dos países africanos experimentassem o maior retrocesso de toda a economia mundial. Claro que a pergunta que fazemos é se os mundialistas não pretendiam mesmo outra coisa que não o perpetuar a dependência neocolonialista do Terceiro Mundo, e a submissão ao capitalismo financeiro representado pelas suas instituições usurárias.
Na actual conjuntura os países africanos dependentes dos créditos do FMI e do Banco Mundial e para poder pagar esta divida, o Terceiro Mundo transfere milhares de dólares por dia. A divida externa converteu-se em África como na América Latina num dos principais elementos de dominação e exploração das economias das novas nações que surgiram após o processo de descolonização por parte das potencias imperialistas ocidentais. O que feitas as contas significa que ao colonialismo Europeu sucedeu o neocolonialismo financeiro ocidental de dimensões planetárias agora conhecido por mundialismo.
Certamente alguns supostos “camaradas” dirão que me interessa, que pena, mas nós nada temos a ver com os problemas africo asiáticos de sub capazes de construir o seu caminho próprio. Estão seguros do que defendem? Nunca pensaram que o actual emagrecimento de recursos naturais e humanos de que padece o terceiro mundo e cujo único responsável é o mundialismo, contra o qual esses camaradas dizem lutar, já produz à varias décadas um interminável fluxo migratório sobre o ocidente plutocrático branco sionizado no qual sobrevivemos como peças de museu e que alguns hoje se apressam a defender, qual mercenários baratos ao serviço das multinacionais sionistas americanas?
Já devem certamente ter ficado horrorizados com os barcos negreiros que os insuspeitos jornalistas do sistema fazem o favor de nos mostrar. Esta gente só imigra por que espera melhorar asa suas condições de vida escapando dos seus países com a única intenção de sobreviver a qualquer preço.
Por outro lado no Ocidente, alguns meninos provenientes da esquerda burguesa, féis nesta ocasião ao seu papel de moralistas sociais do capitalismo “ilustrado”, humanitário, liberal progressista e soft constituem-se no bastião militante de uma espécie de mundialismo fino e amável, agrupado num curioso conceito de ingerência humanitária e espelhado num conjunto de instituições nascidas na maioria do dia para a noite para receber as habituais subvenções estatais e denominadas ONG`s.
De resto o papel destas ONG´s não é o de mudar o processo de espoliação nem denunciar as praticas aberrantes do neocolonialismo financeiro ou o imenso negocio de trafico de armas destinadas ás guerras civis conscientemente fomentadas pelos interesses mundialistas na zona ou questionar as mais valias ganhas com a “reconstrução” das zonas afectadas pela guerra ( com os recentes casos da Bósnia ou do Iraque); nada disso. A ingerência humanitária não é mais que a outra cara da moeda do princípio da ingerência politica económica militar desenvolvida pelo mundialismo, desde que terminou o chamado processo de descolonização.
Podemos afirmar que o negócio derivado da ajuda humanitária e da ajuda de reconstrução é tão grande e tão rentável para os interesses imperialistas que para enumera-lo aqui é praticamente impossível. Basta pensar quem beneficia com esse vasto fluxo de capitais, que em teoria deviam reverter para a melhoria das condições de vida dos países receptores da ajuda mas que na realidade pela própria estrutura do mercado financeiro internacional volta como que por efeito de boomerang a engrossar as arcas da alta finança mundial, é o negocio perfeito.
Para terminar e esboçando uma nova chave da dominação e exploração sionista sobre africa, reproduzimos a noticia que apareceu no mesmo jornal “El Mundo” e intitulada “ Israel treina a ditadura na Nigéria”. Na notícia relatam-se as andanças da empresa israelita TANDU, uma daquelas muitas firmas de acessória militar com sede em Israel que também treinou em 1992 as unidades antiterroristas da Ertzaintza e que também treinou os esquadrões da morte do ditador Sani Abacha, outro “bom” aliado do ocidente sionista e partidocrático. Na realidade a empresa em questão excedeu-se na sua missão escandaloso apoio do parlamento israelita. Os esquadrões de Sani Abacha chegaram a ser armados pela El Shabak (policia politica de Israel). Esta ligação foi no entanto encerrada pelo parlamento, mas como diz Eyal Dotán um dos proprietários da TANDU sem papas na língua “Enquanto Africa for Africa, haverá sempre trabalho para a TANDU”.
Esta frase é reveladora do que está acontecendo em Africa, só que os termos inverteram-se.
Na realidade enquanto a TANDU, Israel, Estados Unidos e demais aliados necessitarem de trabalho, isto é de negócio, coisa que lhes está na alma Africa continuara a ser Africa. Não esquecer que os mundialistas necessitam de cobrar os astronómicos interesses da sua usura global, mas conhecida por divida externa, Africa continuará a ser Africa. E enquanto as senhoras da caridade da consciência culpada da sociedade ocidental necessitarem de espiar os seus pecados, com a piedade, haverá sempre ONGs para chegar onde o longo braço militar e económico do ocidente não alcance, como os missionários do tempo colonial, porque hoje como ontem Africa continua a ser Africa, e de uma maneira ou de outra sempre paga. Pelo menos até hoje.