Momento de poesia
Dissertação sobre um poema inacabado…
As mãos já não sossegam
com a febre das palavras
que rebentam os muros dos silêncios.
Cerco-me de solidões incandescentes
no vazio opaco do plasma de um ecrã gigante
à borda da estrada
a vomitar distorcidos decibéis
e estrábicos olhares
e onde eu preencho, nos intervalos,
os interstícios da matéria do meu puzzle
Quero adormecer na calmaria dos astros
depois de chegar aos inacabados caminhos
de uma viagem suspensa
e que não tem regresso anunciado.
Ainda estou atordoado com a voz
da despedida, a rolar nos seixos
e a assustar os pássaros.
Alexandre de Castro
Lisboa, Setembro de 2010
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