A União Europeia no labirinto dos nacionalismos
A U E, ansiosa por alargar a sua influência a leste, na convicção de que seria herdeira no colapso soviético, não mediu as consequências da falta de solidariedade do espaço euro-anglo-americano e esteve mais interessada em promover o alargamento da Nato do que a coesão desse espaço. Em vez de se tornar uma potência, não hostil, que disputasse a hegemonia aos EUA, tornou-se um satélite manso em que a aliança anglo-americana se consolidou. A Europa ficou sem estratégia e à deriva com a Alemanha à solta.
O Reino Unido, cujo império é a memória mantida no fausto da monarquia, que chefia uma religião sem ter de acreditar no Paraíso, não conta para a coesão europeia. A União Europeia teve à frente, nos últimos dez anos, um cúmplice de Bush, Durão Barroso, o mais americano dos europeus, nascido em Portugal, sem luz própria. Não possuindo o carácter e a coragem de Jacques Delors, limitou-se a ter, como agenda sua, os interesses dos países mais fortes e acabou mordomo da senhora Merkel.
A solidariedade deu lugar à competição interna, a segurança social, a saúde e o ensino foram progressivamente entregues à iniciativa privada, e os povos, abandonados aos interesses do capital financeiro e da hegemonia alemã, viraram-se para o nacionalismo que os corrói e julgam ver na desintegração de um grande espaço que os devia defender a salvação que os vai perder.
Reagan, Thatcher e João Paulo II, este sem as divisões por que perguntava Estaline, desfizeram a Europa com a bíblia ultraliberal a servir de religião comum. Começaram na Jugoslávia e o Papa ganhou aí dois países católicos e a ânsia de converter ortodoxos, como a Croácia desejara durante a guerra, com o padre nazi, Jozef Tiso, PR responsável pela chacina de ortodoxos, judeus e ciganos. A Alemanha captou mais consumidores e a Nato novos aliados.
A Polónia, com a pressa, custou mais dinheiro do que o previsto e levou à bancarrota do Banco Ambrosiano, mas antecipou o cadáver adiado da URSS.
A Sérvia foi a mais sangrenta e injusta das aventuras da Nato, a primeira em território europeu, criando um protetorado pouco recomendável no Kosovo e abrindo gravemente as portas ao nacionalismo da Macedónia contra o da Grécia. O futuro não é risonho.
As portas dos nacionalismos e das aventuras populistas estão escancaradas. Quem não sabia que Kiev foi o berço da Rússia acabou a estimular o nacionalismo dos ucranianos e a transformar as manifestações contra um presidente corrupto na insurreição que pôs a nu as rivalidades étnicas de um país não consolidado.
A caixa de Pandora está aberta. Muitas cabeças ainda julgam que a Rússia é comunista e que é preciso defender a Nato para conter as forças do defunto Pacto de Varsóvia. Não é só o ultraliberalismo que nos destrói, é a agnosia histórica e a falta de visão europeísta.
O Reino Unido, cujo império é a memória mantida no fausto da monarquia, que chefia uma religião sem ter de acreditar no Paraíso, não conta para a coesão europeia. A União Europeia teve à frente, nos últimos dez anos, um cúmplice de Bush, Durão Barroso, o mais americano dos europeus, nascido em Portugal, sem luz própria. Não possuindo o carácter e a coragem de Jacques Delors, limitou-se a ter, como agenda sua, os interesses dos países mais fortes e acabou mordomo da senhora Merkel.
A solidariedade deu lugar à competição interna, a segurança social, a saúde e o ensino foram progressivamente entregues à iniciativa privada, e os povos, abandonados aos interesses do capital financeiro e da hegemonia alemã, viraram-se para o nacionalismo que os corrói e julgam ver na desintegração de um grande espaço que os devia defender a salvação que os vai perder.
Reagan, Thatcher e João Paulo II, este sem as divisões por que perguntava Estaline, desfizeram a Europa com a bíblia ultraliberal a servir de religião comum. Começaram na Jugoslávia e o Papa ganhou aí dois países católicos e a ânsia de converter ortodoxos, como a Croácia desejara durante a guerra, com o padre nazi, Jozef Tiso, PR responsável pela chacina de ortodoxos, judeus e ciganos. A Alemanha captou mais consumidores e a Nato novos aliados.
A Polónia, com a pressa, custou mais dinheiro do que o previsto e levou à bancarrota do Banco Ambrosiano, mas antecipou o cadáver adiado da URSS.
A Sérvia foi a mais sangrenta e injusta das aventuras da Nato, a primeira em território europeu, criando um protetorado pouco recomendável no Kosovo e abrindo gravemente as portas ao nacionalismo da Macedónia contra o da Grécia. O futuro não é risonho.
As portas dos nacionalismos e das aventuras populistas estão escancaradas. Quem não sabia que Kiev foi o berço da Rússia acabou a estimular o nacionalismo dos ucranianos e a transformar as manifestações contra um presidente corrupto na insurreição que pôs a nu as rivalidades étnicas de um país não consolidado.
A caixa de Pandora está aberta. Muitas cabeças ainda julgam que a Rússia é comunista e que é preciso defender a Nato para conter as forças do defunto Pacto de Varsóvia. Não é só o ultraliberalismo que nos destrói, é a agnosia histórica e a falta de visão europeísta.
Comentários
A ignorância também vem da perversa informação que nos rodeia. E porquê? Pois, é que isto anda tudo ligado...finanças, politicos e patrões de jornais,televisões e radios!