O novo que em pouco tempo se tornou podre…


A crise do sistema bancário apensa ao desmantelamento do BES não se cinge unicamente ao banco em causa. Ela por opção do Governo escudado em ‘regras’ oriundas da UE (apressadamente transpostas para o contexto nacional) e por detrás de um outro 'arbusto' chamado Banco de Portugal (BdP), envolve todo o sistema bancário nacional, através do tal ‘Fundo de Resolução’.

Deixando de fora todo o embróglio económico resultante no envolvimento do grupo GES neste grave e nebuloso problema que não se circunscreve a Portugal e, dia a dia, vem revelando ramificações interncionais, verificamos que, no estricto âmbito financeiro, as coisas estão muito complicadas e pouco transparentes.

Embora tenham surgido na praça pública opiniões abalizadas a certificar que a demissão da equipa dirigente do “Novo Banco” não é um ‘tsumani’ económico e financeiro  link a verdade é que, para o cidadão comum, as soluções apresentadas pelo Banco de Portugal (em 03.08.2014 link revelam-se, hoje, extremamente frágeis e exalam um insuportável cheiro a improviso. Todos percebemos que a condução do processo foi entregue ao BdP para espaldar o Governo. 
Hoje, sabemos que o BdP está a forçar a venda imediata dos destroços do ex-BES, a qualquer preço e de qualquer modo (um pouco no estilo do ‘voo do moscardo’ para substituir o efémero esvoaçar da borboleta), e eliminar problemas que possam perturbar o ano eleitoral que se aproxima. Só que os portugueses, também, sabem que, por regra, os improvisos saem extremamente caros (onerosos).

Na confusão que se instalou com a demissão da equipa de Vítor Bento link persistem 3 questões preocupantemente submersas. Uma é o fim da repetição diária de que os problemas emergentes isentam os contribuintes da(s) solução(ões); outra, é o silencio ensurdecedor vindo da corporação bancária; e, finalmente, o assobiar para o lado do Governo.

O primeiro-ministro, presentemente, ocupadíssimo em ‘demonstrar’ o absurdo, peregrina pelas escolas públicas a vociferar que este ano lectivo começou melhor do que o transacto link deve, ao País, uma explicação cabal do que se está a passar por muito que lhe custe interromper a campanha eleitoral já em curso.

O que se pede é uma explicitação política circunstanciada e inteligível sem se acoitar à sombra do BdP e sem justificar todo o cortejo de  improvisos e ‘experiências’ como ‘medidas impostas pela UE’. 
Importante seria que essa comunicação em dívida equacionasse com clareza e transparência as consequências económicas e no sistema financeiro que o Governo tem obrigação de prever e acautelar. Segundo se depreende as férias na Manta Rota já findaram.  Resta agora enfrentar ('costurar') esta ‘manta de retalhos’.

Na verdade, a desconfiança grassa, muito para além dos accionistas do ex-BES, e os portugueses têm razões de sobra para recear que soluções ‘novas’ utilizem métodos caducos, isto é, ‘antigos’. E o terrível seria um segundo regaste por conta da gestão danosa de uma família...

Comentários

Manuel Galvão disse…
Quem faz um cesto, faz um cento...
e-pá! disse…
"Importar" um banqueiro português 'emigrado' em Londres - Eduardo Stock da Cunha - para tentar resolver o melindroso caso BES/Novo Banco parece ser mais uma 'engenhosa' solução deste Governo que deverá ser prontamente assumida pelo BdP.
Daqui p'ra a frente vai ser difícil saber quem vai 'comandar' o desmantelamento do ex-BES: se o BdP ou o Lloyd's Bank...
Na verdade, fica por entender (e explicar) a razão porque o Novo Banco é entregue a um banqueiro, quando a comissão liquidatária deveria - por uma questão de coerência estratégica - ser liderada por um leiloeiro.
A questão é: porque não a OLX? Se vale X...
E-pá: interessantíssima e oportuna sugestão!!!!!
Agostinho disse…
Fiquei perplexo perante a criatividade dos génios: Banco Bom!
Com nomeação de equipa de peso para a administração, ideias, publicidade...
Pelos vistos a solução engendrada não satisfez os "tais" que vão aos restos nos leilões.

Vale x? E qual o valor de x se não se sabe os termos da equação?
O que eu penso é que os "tais@ já andam a segregar sucos gástricos que hão-de devorar os saldos que aí vêm... e a comprar palitos para o fim do festim.

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