As culpas dos fogos e a propriedade da terra
Em declarações à televisão, Carlos Encarnação, referindo-se aos trágicos incêndios que cercam a cidade, acusou a retirada de meios aéreos como responsáveis pela propagação dos fogos ao concelho de Coimbra.
No ar pareceu ficar uma insinuação. Nas declarações, nem uma ideia para que a tragédia não se repita.
As Câmara Municipais estão isentas de culpas?
Não há ordenamento territorial possível nem prevenção eficaz dos fogos se não se mexer na propriedade da terra.
Sob a iminência de um país que se reduz a pedras calcinadas, o Governo será capaz de mexer na propriedade dos solos? Ou manter-se-á sagrada?
Quem autoriza a construção de casas no meio da floresta?
No ar pareceu ficar uma insinuação. Nas declarações, nem uma ideia para que a tragédia não se repita.
As Câmara Municipais estão isentas de culpas?
Não há ordenamento territorial possível nem prevenção eficaz dos fogos se não se mexer na propriedade da terra.
Sob a iminência de um país que se reduz a pedras calcinadas, o Governo será capaz de mexer na propriedade dos solos? Ou manter-se-á sagrada?
Quem autoriza a construção de casas no meio da floresta?
Comentários
Quanto a Encarnação, não teve vergonha de aparecer na TV a pedir o auxílio da população de Coimbra, para fornecer cobertores, etc, para 28 desalojados ! Será que a CMC não tem capacidade para resolver o problema ?
"Grande adesão", afirmou a TVI.
Por aqui se prova, mais uma vez, que as pessoas são mais importantes que o Estado.
Aliás, pensando bem, o Estado não existe.
Boa! Tens memória e capacidade de associação.
Obrigado.
Como é evidente, aquilo foi uma acção de campanha, em concreto a autarquia não fez nada para evitar qualquer incêndio em vale de canas nem em parte nenhuma da cidade e isso provou-se agora.
Será que a culpa é do Sócrates por ter estado de férias ou é de quem devia ter mantido a limpeza das matas, manter as acessibilidades ao local em condições e ter um plano de contingência para estas calamidades?
Sr Presidente há alturas em que deve tirá esse riso demente
Evidentemente que também é da seca, evidentemente que é também o acumular de décadas de incúria, evidentemente que a culpa é também dos anteriores governos, evidentemente que as próprias populações são desmazeladas até ao criminoso, mas o pínaculo destas capelas imperfeitas é a massa. A deliciosa massinha.
Até um dia em que a realidade de um deserto metasahaariano nos faça organizar bem mais que o prólogo do Dakar. Como dizia alguém outro dia, podem ir todos para o Quénia.
Pudera! ... estava preocupado com a co-incineração.
José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa
Natural de Vilar de Maçada, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, em 06.09.1957.
Licenciado em Engenharia Civil, concluiu depois uma pós-graduação em Engenharia Sanitária, na Escola Nacional de Saúde Pública.
Pouco depois do 25 de Abril, com 16 anos, ingressou na JSD, saindo em ruptura logo no ano seguinte, de 1975. Militante do Partido Socialista desde 1981.
Presidente da Federação Distrital de Castelo Branco entre 1986 e 1995.
Integra o Secretariado Nacional do Partido Socialista desde 1991.
Nesse mesmo ano de 1991 iniciou também funções como Porta-voz do PS para a área do Ambiente.
Deputado à Assembleia da República desde 1987, pelo círculo de Castelo Branco.
Secretário de Estado Adjunto do Ministro do Ambiente no XIII Governo Constitucional, entre 1995 e 1997, com competências delegadas em matérias de ambiente e defesa do consumidor.
Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro no XIII Governo Constitucional, entre 1997 e 1999, com a tutela das áreas da toxicodependência, desporto, juventude e, mais tarde, comunicação social.
Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território no XIV Governo Constitucional, entre Outubro de 1999 e Abril de 2002.
Regressou em Abril de 2002 à Assembleia da República, onde exerce o seu mandato de Deputado. (sic) Eleito secretário-geral do Partido Socialista em Setembro de 2004.
(citação do porta-aviões)
Por favor, digam às populações que estão totalmente por sua conta e risco, pois de outro modo, arde rigorosamente tudo. Aliás tem ardido tudo quanto pode arder. Se têm dúvidas não fiquem à espera das notícias tablóides das TV's, desloquem-se aos locais e apreciem. Mas façam o favor de fintar a GNR que corta os acessos. Não existe na maioria das vezes qualquer risco de passagem. A sua função é impedir que o povo veja a veradeira realidade do tal pseudo combate que se faz aos incêndios.
a)Dou de bom grado meia dezena de pequenos prédios rústicos, entre o Açor e a Estrela - autarquia, agricultura ou finanças. Fruto de heranças de uma população em vias de desaparecer, os nossos antepassados do séc. XX, apenas os irrisórios impostos cobrados
têm impedido a sua oferta/devolução ás finanças.
b)Após os fogos de 2004 (iniciados junto propriedade minha), parte do Açor ficou efectiva e finalmente «limpa». Locais onde já ninguém vai, lá vão retomando a vida vegetal por obra e graça da natureza. Fogos iniciados nos limites da actual ocupação humana, naturalmente.
c)Para concluir: grande parte dos terrenos florestais, estão em vias de voltar a constituir floresta selvagem, como eram há um século, antes da ocupação humana dos nossos avós.
d)Rematando. Há que defender, com medidas de «segurança», os perímetros das povoações ditas rurais. Ali sim, com ordenamento e limpezas. Além do resto.
Quanto à «propriedade», as celuloses nem precisaram de adquirir qq terreno. Limitaram-se a pagar uns valores aos proprietários locais. No meu caso, com uns eucaliptos de que nunca vi a 'renda', recebida por um qq agente local. Á portuguesa.
Zeu s cumpriu o seu dever civico duas noites atras integrando o punhado de cidadaos anonimos que apagaram os fogos na quinta do pontao, quinta da maia, ladeira de montessao, antonio jardim.
Bem dentro da cidade, encravada entre urbanizaçoes, é facil encontrar esta pequena mancha de silvas e eucaliptos, prontinha a arder, qual tocha, ja que o proprietario, a protecçao civil, a camara municipal, a junta de freguesia, ou demais irresponsaveis, apesar de insistentemente contactados, insistem em sacudir as obrigaçoes do capote.
Provavelmente ocupados com outras ocorrencias, nao tivemos nessa noite o vislumbre de qualquer farda ou meio de combate oficial (pelo menos entre as 01h00 e as 09h00), valeram os populares.
Hoje as 05h00, novo reacendimento, contactei os bombeiros (117) que sim, que tinham enviado meios, mas dos lentos, daqueles que por volta das 06h30, quando apagamos o foco de incendio, ainda nao tinham chegado.
A hora em que escrevo, 17h50, acabam de sair do mesmo local os componentes de uma equipa de quatro bombeiros que finalmente parecem ter debelado nova erupçao, antes atacada pelos populares.
O meu sentido obrigado a todos os que ajudaram neste esforço.
O meu mais gutural escarro para todas as entidades publicas e privadas que nada fizeram para evitar tragedias maiores, façam um ultimo favor: nao ponham sequer as barbas de molho, nos precisamos da agua.
Ou seja, e quanto a mim: quem quer bombeiros, que os pague. Nós temos dinheiro para tanta porcaria, e não temos para comprar Canadairs, ou para por a funcionar os poucos que temos, ou para profissionalizar corpos militares no combate às chamas (é mais importante que andem a brincar às guerras com inimigos imaginários).
A questão da limpeza é outra falsa questão. No concelho de Pombal, quase toda a mata estava limpa. A freguesia de Carnide (Pombal) ardeu toda, e os pinhais tinha sido limpos por particulares, junta e C.M.P. dois meses antes. Além disso, é fácil exigir aos particulares, mas caso não saibam, os tais "rendimentos da floresta" são mentira. Um pinheiro dá o rendimento de 60 contos de 40 em 40 anos (ena, vou ficar milionário com 100 pinheiros, se eles não arderem... acho que vou largar o emprego!), um pinhal com 200 m2 (pequenino, portanto) dá 150 m3 de mato por ano. Para colocar onde? Fazer o quê com ele? Podiamos aproveitar para produzir energia numa central termo-eléctrica, mas onde é que ela está?
Que interessa ao publico em geral os distritos de maior risco de incendio???? não deveria ser uma informação até confidencial????
Isto está é tudo louco.