Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c
Comentários
É com pena que verifico que o Carlos Esperança, preso como está a uma visão unilateral da vida, teima em fechar os olhos à realidade. Este seu último "post" é bem o sinal da cegueira que, normalmente (há excepções: gostei muito do que escreveu sobre o Rio de Janeiro!), está patente no que escreve.
Vejamos.
"A débil vitória da direita, que continua minoritária"
Não é o Carlos Esperança que diz que existe uma maioria de esquerda no Bundestag? Se assim é, por que razão Schroder não é o chanceler de um governo constituído exclusivamente por partidos de esquerda? Por que se coligou à direita "minoritária", para mais reconhecendo-lhe a prerrogativa de ter o chanceler?
Não é também verdade que o governo liderado por Angela Merkl tem apoio maioritário no parlamento alemão? Se assim é, não têm justificação (por falta de apoio na realidade) as suas teorias sobre a esquerda que é de gente boa e a direita que é de trogloditas.
"obrigou Angela Merkel, a nova chanceler, a ceder ao SPD e a refrear o entusiasmo neoliberal com que partiu para eleições, agora sob a vigilância atenta do seu antecessor G. Schröder".
Num acordo, ninguém obriga ninguém a nada. Não esteja a ver nulidades contratuais onde elas não existem. Por outro lado, Schroder foi líder de um governo liberal e, além do mais, incompetente, pelo que não se espera dele a atenção necessária para controlar a actividade de ninguém. Tão simples quanto isso.
Cumprimentos,
Pedro Alegrete
Claro que temos visões diferentes da realidade, que temos valores políticos diferentes. Não vejo nisso qualquer problema nem fico triste com isso.
Problema seria se todos fôssemos iguais, se uma qualquer clonagem nos pusesse a pensar de igual modo, se uma polícia política não permitisse a fiferença.
Assim, é motivo de satisfação. O confronto dialéctico das diversas opções é sinal de maturidade política e, contrariamente aos profetas da desgraça, motivo de esperança na virtualidade da democracia.
Quanto à Alemanha, a verdade é que a direita não tem a maioria no «Parlamento». É efectivamente minoritária. Não consegue formar Governo sem a esquerda e, por isso, tem de refrear-se.
É natural que o antigo chanceler não queira uma aliança com uma esquerda radical, quiçá, antidemocrática. Aqui tem a razão para a esquerda não formar Governo quando tem a maioria.
Agradecendo o seu comentário do qual discordo, cumprimento-o.
P. S. – Agradeço o comentário benevolente e amável ao apontamento que publiquei sobre a minha última viagem ao Brasil, publicado no período de reflexão eleitoral que, por civismo entendi respeitar.