Marinho Pinto e a Ordem dos Advogados
A recente eleição do advogado António Marinho Pinto para bastonário da Ordem dos Advogados afigura-se ao leigo como a vitória dos advogados individuais contra os interesses dos grandes escritórios. Também não é difícil prever que a coragem com que denunciou e enfrentou o comportamento autoritário e trauliteiro de alguns actores dos exóticos sindicatos de magistrados contribuiu para a votação maciça dos seus colegas.
Mingua-me competência e o conhecimento de causa para ir mais além na análise da estrondosa vitória do novo bastonário que só encontra paralelo no ressentimento e na linguagem desbragada que alguns antecessores exibem. Devem ser fortes os interesses em jogo para tanta acrimónia e falta de urbanidade.
Do Dr. Pires de Lima não se estranha o comportamento. A indelicadeza com que tratava o primeiro-ministro Guterres, a forma arruaceira como se lhe referia e a truculência do discurso do político de direita, mais interessado, pelo menos na aparência, em fazer a apologia do CDS do que em defender os interesses da Ordem, mostraram o calibre do advogado – grande no foro e pequeno na civilidade.
Já quanto ao Dr. José Miguel Júdice, que sempre primou pela delicadeza, são difíceis de entender as comparações do novo bastonário a Hugo Chávez ou a Benito Moussolini, tanto mais que do segundo era o Dr. Júdice um admirador quando o jovem Dr. Marinho era preso pela PIDE.
Só quem convive mal com as regras da democracia pode, ainda antes da tomada de posse, ter uma conduta tão agressiva para com o futuro bastonário. E, quanto ao passado democrático, nenhum dos outros dois tem pergaminhos à altura de Marinho Pinto que, como jornalista, advogado e cidadão foi sempre um defensor da liberdade.
Assim o pudesse reivindicar o Dr. José Miguel Júdice.
Mingua-me competência e o conhecimento de causa para ir mais além na análise da estrondosa vitória do novo bastonário que só encontra paralelo no ressentimento e na linguagem desbragada que alguns antecessores exibem. Devem ser fortes os interesses em jogo para tanta acrimónia e falta de urbanidade.
Do Dr. Pires de Lima não se estranha o comportamento. A indelicadeza com que tratava o primeiro-ministro Guterres, a forma arruaceira como se lhe referia e a truculência do discurso do político de direita, mais interessado, pelo menos na aparência, em fazer a apologia do CDS do que em defender os interesses da Ordem, mostraram o calibre do advogado – grande no foro e pequeno na civilidade.
Já quanto ao Dr. José Miguel Júdice, que sempre primou pela delicadeza, são difíceis de entender as comparações do novo bastonário a Hugo Chávez ou a Benito Moussolini, tanto mais que do segundo era o Dr. Júdice um admirador quando o jovem Dr. Marinho era preso pela PIDE.
Só quem convive mal com as regras da democracia pode, ainda antes da tomada de posse, ter uma conduta tão agressiva para com o futuro bastonário. E, quanto ao passado democrático, nenhum dos outros dois tem pergaminhos à altura de Marinho Pinto que, como jornalista, advogado e cidadão foi sempre um defensor da liberdade.
Assim o pudesse reivindicar o Dr. José Miguel Júdice.
Comentários
a minha absoluta convicção é com o Dr. António Marinho, a caravana vai passar, apesar do ...
Eu também espero que a forma como crítica a justiça se traduza em actos.
Porém já se avizinham ao longe alguns inimigos, eu dou-lhe o beneficio da duvida esperando que não seja mais um demagogo que embora dizendo algumas verdades depois não tenha coragem nem peito para encontrar e lutar pelas soluções.
Vamos acreditar que alguma coisa vai mudar na justiça sobretudo para os mais carenciados.
Dizem que a Justiça é cega. Pois em Portugal, sabemos todos, além de cega, ela é lenta. Lenta em prejuízo dos pobres e lenta em benefício dos poderosos.
Agora apareceu a apoiar o candidato do PS à Câmara de Lisboa, que pelos vistos não se sentiu incomodado.
Feitios...
jrd
Muito pior do que isso é um inocente ir para a cadeia; isso é que é inadmissível e intolerável num sistema democrático.
O nome do Dr. Marinho pronuncia-se mesmo com o "a" aberto. Pelo menos é assim que ele próprio o pronuncia.
abraço amigo