Paquistão - Mais um crime religioso

Benazir Bhutto, ex-primeira-ministra paquistanesa e actual líder de um dos partidos da oposição, morreu hoje num ataque à bomba, durante um comício político na cidade de Rawalpindi. Pelo menos outras 16 pessoas morreram no ataque.

Comentários

CA disse…
Religioso, claro. Porque o facto de ela ameaçar politicamente todas as forças em jogo (religiosas ou não, a começar pelo próprio Musharraf) não teve certamente nenhuam influência no atentado.
Anónimo disse…
(...) depois de oito anos no exílio, Bhutto atribuiu um atentado semelhante aos extremistas da Al Qaeda.
Anónimo disse…
ca:

A al-Qaeda já reivindicou o atentado e não podem os seus militantes ser acusados de falta de fé.
e-pá! disse…
PAQUISTÃO - BASTA DE SACRIFICIOS!

Hoje, levantam-se (ainda) algumas dúvidas se este inqualificável atentado foi executado pela al-Qaeda.
Essa é a intenção e o desejo de Musharraf, ia a dizer, semlhante ao de Aznar em Atocha, em relação à ETA.

A realidade é outra. Musharraf, cabeça visível do regime militar (despiu a farda mas é como o algodão - não engana) que derrubou
o governo eleito em nome do decoro, da ordem e segurança, bem como do combate à corrupção, deu ao Mundo um País onde se associa o despotismo e a anarquia, para mim, os verdadeiros responsáveis pelo assassínio de Benazir Bhutto, ontem, em Rawalpindi.

O Paquistão é um País dilacerado por contradições políticas, problemas étnicos, um caos linguístico e, ainda, questões religiosas.
O Pai de Benazir criou o PARTIDO DO POVO PAQUISTANÊS (PPP), que foi integrado por activistas do único movimento popular de massas que o País conheceu: estudantes, camponeses e trabalhadores que lideraram uma feroz oposição, durante três meses, em 1968-1969, para enfrentar e derrubar o primeiro ditador militar do Paquistão - Ayub Khan.
Ainda hoje existem resquícios desta movimentação popular e muitos paquistaneses encaram o PPP como um partido de massas, popular, o possível no meio de tanta diversidade popular e linguística.
Mas o PPP precisa de ser reconstruído. E não pode ser subsidiário da sacrificada família Bhutto.
É necessário transformar o PPP numa organização moderna e democrática, que defenda os direitos sociais e humanos e que una os dispares interesses e grupos em desespero, num Paquistão civil (laico), próspero e democrático.
Esta a grande lição a tirar do horrível assassinio de Benazir Bhutto.
O Paquistão deve seguir o seu caminho e dispensar mais sacrifícios da família Bhutto.
Já chega de regimes militares e de sacrifícios.
Bilawal Bhutto não precisa de morrer. Basta chegar a Democracia.
As primeiras declarações de Bilawal Bhutto enquanto novo (aos 19 anos) presidente do PPP, vão nesse sentido:
"A longa e histórica luta do partido pela democracia continuará com vigor renovado"...
Assim seja.

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