Alvíssaras

Aparentemente um dos trunfos de Von Rompoy na sua eleição para Presidente do Conselho Europeu foi a sua posição contra a adesão da Turquia à União Europeia.

Ora, a meu ver, e salvo respeito por melhor opinião, não me parecem existir argumentos racionais para não admitir a Turquia na UE, pressupondo que esta preencha todos os requisitos objectivos que se exigem aos novos membros.

Ora, não querendo ofender ninguém pessoalmente, ofereço alvíssaras a quem, neste blogue, oferecer argumentos contra a adesão da Turquia à União Europeia que não sejam ou argumentos xenófobos ou argumentos religiosos (i.e. a alegada matriz judaico-cristã da UE, o que quer que isso seja).

Está aberto o debate!

Comentários

Caro Rui Cascão:

No Ponte Europa, até agora, através dos colaboradores que tomaram posição, sempre se defendeu a adesão da Turquia à União Europeia.

Isto não invalida o direito da expressão de sinal contrário dos que ainda se não pronunciaram ou dos que, entretanto, mudarem de opinião, se tiverem argumentos.
Rui Cascao disse…
Caro Carlos:

o repto não é só aos colaboradores do blogue, mas também aos leitores. Não posso esperar por saber a posição do "Pai de Família"...
e-pá! disse…
As declarações deste Senhor Von Rompoy, em 2004, não deixam dúvidas quanto ao seu pensamento:

"A Turquia não é parte da Europa e nunca o será.
Os valores universais que estão em vigor na Europa, e que são valores fundamentais do cristianismo, perderiam força com a entrada de um grande país muçulmano como a Turquia".


Bem, como sabemos, é um homem de formação jesuíta - estudou na Universidade de Lovaina Economia e Filosofia. O que deu origem a um presidente da UE o mais possível encostado à Direita.
Não será propriamente - para os cidadãos europeus - o presidente do Conselho Europeu, mas o "instrumento" do PPE, para fechar a Europa sob os muros da civilização, dita, ocidental.

O "alargamento" prioritário da UE aos Países de Leste foi a consolidação de uma velha estratégia da Direita, para consolidar a derrota do comunismo - já depois deste ter "implodido". Foi chover no molhado...
Torna-se hoje perfeitamente nítido que, para a União Européia e para o seu equlíbrio geo-político e económico, a mais valia resultante da adesão da Turquia e, também (é necessário ver adiante...), os países da bacia do Mediterrâneo (nomeadamente os do Magrebe) que se aproximassem da UE, a situação actual Europa seria, neste período de globalização, diferente.
Teríamos outras perspectivas políticas e económicas com fundamentos históricos profundos, coisa que a dita civilização judaico-cristã não nos dá (nunca nos deu!).

Aliás, um bom exercício será fazer um estudo comparativo entre e expansão da UE e da OTAN...
no name disse…
rui, com a devida ressalva que não me oponho de todo à adesão da turquia à UE, quero contudo notar que é normal escutar um argumento nem xenófobo nem religioso contra essa adesão: o argumento geográfico (parte da turquia fora do continente europeu), que depois se pode aplicar também, por exemplo, à rússia e a marrocos (afinal, tão perto da europa). seria interessante saber o que pensas sobre esse "argumento geográfico".
andrepereira disse…
a Direita assaltou o poder na Europa: Rompuy e Barroso são os neo-cons cá da Europa...
Adamastor disse…
Se for aberta a porta à Turquia, deixa de haver União Europeia e passa a existir, desde logo, a União Euro-Asiática (mais de 90% do território turco não está na Ásia?).
A seguir entram na tal UE-A Irão, Iraque, Líbano, Bangladesh, Nepal, Mongólia, etc., etc.
Se outros argumentos não existissem - os tais xenófonos - tal como já foi dito por comentador anterior, o argumento "geográfico" é mais do que suficiente para fechar a porta à Turquia (que, no meu entender, nada tem a ver com a Europa).
Graza disse…
Se os europeus decidirem maioritariamente que uma pequena parte da Trácia, é motivo para que a Turquia tenha alguma coisa a ver mais com a geografia europeia do que com outra, ou porque a sua cultura e religião e tudo o mais se encaixam em passados da Europa de forma que o justifiquem, e se achem por isso no dever de acolher um irmão que mal conhecemos, que assim seja, não faço disso um fundamentalismo, mas confesso, que a considero uma Europa muito longe de mim. A quantidade de povos e culturas que a compõe, com uma religião muçulmana dominante e que começa na Europa a ser notícia nem sempre por bons entendimentos mútuos, fazem-me, a mim, que longe da necessidade de deus algum que me guie, não ter sobre este encontro ecuménico grandes augúrios. Aceito porém a questão, deste que este conceito elástico possa ser o projecto de outra coisa qualquer no futuro a que tenhamos que chamar outra coisa, menos UE.

Um não crente como eu dificilmente pode debater esta questão sem a fazer passar pela questão religiosa. É que os Católicos, vão-se tolerando e já nos entendemos, mas para um Muçulmano, eu represento Satanás… e depois? :-)

Mas longe de qualquer xenofobia!

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