Comunicado da AAP - Crucifixos nas salas de aula

COMUNICADO

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) não pode deixar de se congratular com a decisão histórica do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, em Estrasburgo, ao considerar a presença de crucifixos nas salas de aula "uma violação do direito dos pais de educar os seus filhos de acordo com as suas convic-ções" e "uma violação da liberdade religiosa dos estudantes".

A escola laica é o reflexo de um Estado laico onde, ao contrário dos estados confessionais, a liberdade não é apanágio da religião oficial mas um direito de todas, direito igualmente conferido aos ateus, cép-ticos, agnósticos e livres-pensadores.

Perante a agressividade de várias religiões na disputa do mercado da fé, esta decisão histórica deve servir de aviso às professoras que pretendem dar aulas de burka, às comunidades que pretendem ver as escolas transformadas em madraças e a todos os prosélitos que querem uma escola ao serviço das suas crenças.

A jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem remete para o foro privado as práticas religiosas cabendo aos Estados respeitá-las e defendê-las.

Intransigente na defesa da laicidade do Estado, que o mesmo é dizer, do direito de todos os cidadãos à crença, descrença ou anti-crença, a AAP reitera a sua satisfação e solidariedade pela sábia decisão tomada pelo referido Tribunal.
Reduzir o espaço de confronto religioso entre os fundamentalistas de várias religiões é contribuir para a paz e a liberdade, dois valores fundamentais da democracia.

Espera ainda a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) que o Governo português exerça a vigilância que deve em relação aos abusos que ainda persistem, por incúria, nas escolas e hospitais públicos.

Associação Ateísta Portuguesa – Odivelas, 3 de Novembro de 2009

Comentários

Pai de Família disse…
Em Portugal?
Deixe-me rir...

Uma coisa é esse auto-apregoado "laicismo", outra, completamente diferente, é a realidade.

E dela, da realidade, não há como fugir.

Não há como fugir da profunda e ancestral crença do Povo Português na Santa Madre Igreja, por mais que a "modernidade" e seus correlegionários queiram demonstrar o contrário.

Poderá não haver correspondência entre realidade e Constituição, e não há, de facto, nisto e muitas mais coisas que não são agora pertinentes.

Por mais que lhes doa, e acredito que vos doa muito, Portugal tem de facto (não de direito...) uma Religião Oficial.

Dai as voltas que quiserdes dar, porque... não há volta a dar!

É tão certo o Sr. Primeiro-Ministro seguir esta directiva em Portugal como certo será ver o Sr. Carlos Esperança a rezar aos Três Pastorinhos, ajoelhado, no Santuário de Fátima!

Porque o Sr. Primeiro-Ministro terá muitos defeitos, sem dúvida, mas nunca se deve menosprezar a esperteza de um esquerdista. E ele pode ser muita coisa mas parvo não é de certeza, como não foi há uns anos quando surgiu a tal "polémica" dos crucifixos nas salas de aula.

Não saíram de lá então os crucifixos, e não será agora que alguém terá a desfaçatez de os mandar tirar.

Venham de lá então essas papeladas muito modernas e europeias, gizadas por quem não tem muito que fazer. Venham, pois, que nós, o Povo Português, cá estaremos para lhes dar o devido destino, leia-se: "o caixote do lixo".

A Paz do Senhor esteja com todos.

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