É isto o que os portugueses querem?

CM - Mas ninguém é operado ou internado porque quer. É justo que eu pague uma taxa por algo que sou obrigado a fazer para salvar a minha vida?

JCN – Todas as pessoas têm uma doença desde que nascem, que é a necessidade de comer todos os dias. E têm de pagar pela comida que comem. O que é um facto é que as pessoas que recorrem ao SNS estão a gastar recursos. É certo que é por questões de saúde, mas que a sociedade pague esses recursos e a pessoa que beneficia deles não pague nada não é justo!

Excerto da Entrevista do Correio da Manhã (CM) ao economista João César das Neves (JCN).

NOTA: JCN é um economista próximo do PSD. Foi assessor de Cavaco Silva, para a área da economia, quando este foi PM.

Comentários

Anónimo disse…
E é igualmente um cristão em penhado, um católico praticante, um súbdito do Vaticano.
Anónimo disse…
e que fará o governo com os que não têm mais sítio para ir. penhora-lhes o cadáver?

aliás, se temos que pagar a saúde, o governo devia pagar-nos os órgãos que tira quando morremos sem dizer nada.
ou será que os nossos órgãos não custam muito dinheiro a manter?

ou será que o rendimento mínimo já paga isso?
Anónimo disse…
Esperem lá, então mas não é uma das permissas do socialismo prestar cuidados de saúde gratuitamente, bem como o direito à escolaridade???
Mas afinal que socialismo é este que esmaga completamente a classe média para já não falar da classe baixa e não toca nem com um dedo no grande capital?
Que moral é esta que obriga os pequenos a pagar a crise, e faz com que muitas famílias neste momento já estejam a passar FOME?
O que é que pretendem com políticas de aperto de cinto unilateral?
Será que os socialistas não teem vergonha de estar a fazer aquilo que a direita nem sequer ousou fazer não indo tão longe, nos sacrificios que o actual PS está a obrigar as pessoas a fazerem?
Então estamos na europa comunitária para algumas coisas, produção deveres, liberalização do trabalho, flexibilidade de horários e de distâncias ao local de emprego, precaridade etc., e para outras como salários, condições de vida etc., etc., já não estamos???
Eu parece-me que se está a pisar um pouco o risco e a esticar a corda, muito especialmente pq os sacrifícios não são de todos, nomeadamente dos que mais podem e que se quisessem poderiam ajudar a debelar a crise, mas se não querem obriguem-nos, assim É IMORAL!
Anónimo disse…
Que dirá o pai do SNS, Dr. António Arnault, naturalmente está indignado...este PS, antes de mais devia mudar de nome, porque de socialista não tem nada.
Anónimo disse…
Esta de a necessidade de se alimentar ser uma doença, pôs-me umas horas a rir...
Mas, depois de me escangalhar a rir, com a baboseira, fiquei a pensar que estando a saúde a ser entregue a economistas e gestores, prenhes de ideias preregrinas, vamos... acabar por destruir o SNS e entregarmo-nos nas mãos dos bancos e das seguradoras, já no mercado travestidos como "Grupos de Saúde", para implementar as famosas "parcerias público-privadas".
Este caminho não será "tendencialmente" gratuito. Terá de ser, necessariamente, tendencialmente pago.
Business is business!

O trajecto político do actual min. da Saúde coincide com estes interesses. Não há da boca de Correia de Campos uma palavra que sossegue os portugueses quanto ao SNS. Parece estar a prepará-lo para o entregar (despido daquilo que considera oneração e desperdícios) aos tais "grupos", poderosos lobbies na área da saúde.
Sobre o min. da Saúde, todos os dias, se levantam inquietantes suspeições. O seu trajecto profissional e o conflitos de eventuais interesses pessoais nesta área, cirurgiamente, fora do cuuriculum governamental (site oficial), são frequentemente chamadas à colação.

Adiante,

O poder político e os seus apaniguados de serviço como o JCN continuam a fazer passar a ideia que há, da parte dos cidadãos, culpas em relação às despesas que uma eventual e imprevisível doença gera no orçamento da saúde.
O PSD está aparentemente embaraçado com o precedente que o actual governo levanta em relação as anunciadas "taxas de utilização". Não pode defendê-las na oposição - mas gostaria de poder fazê-las se estivesse no governo. Entretanto, manda especimes com João Cesar das Neves para a praça pública.
Na realidade, esconde-se que o SNS é suportado pelo orçamento do Estado, isto é, pelos nossos impostos. Mas na prática parece não ser. Parece ser do bolso do governo.
Enquanto o PS não se convencer que os 3 pilares sociais do Estado - saúde, educação e segurança social - são áreas sensíveis, do estrito âmbito político, corre sérios riscos, por melhores que sejam, neste momento, os indicadores das sondagens.
Há cortes orçamentais que podem ser efectuados em outros sectores. Nestes 3 pilares sociais o preço político será, não tenho qualquer dúvida, pesadíssimo para a sua (militante) base de apoio. Aquela que dá a cara nas eleições.
O ruído de fundo que, neste momento, o governo pode confundir como aplauso, é o soundbite de uma Direita, agradecida e verenanda ao Sr. Ministro. Este - e Sócrates -deveriam ouvir - Jorge Coelho - um destacado militante que nos últimos tempos tem chamado a artenção para a importância destes problemas.
O min. da Saude não pode ter uma visão coincidente com a de um contabilista. Tem necessidade de ter uma visão económica e uma estratégia política que não colida com os princípios do partido vencedor das eleições e, de pleno direito, no exercício do Poder.

A entrevista de João Cesar das Neves mostra como a pregrinação pré-Congresso de Sócrates, pelo País, essencialmente anunciadora e justificadora de mais e maiores sacrificios, confunde o partido com o governo.
Penso que, os miltantes socialistas conhecem as dificuldades económicas e financeiras (orçamentais) do País, estão receptíveis a mudanças, mas as linhas de força políticas (necessariamente socialistas)para a abordagem destes problemas, não podem ser entregues a tecnocratas.
Anónimo disse…
Mas estes ingénuos só agora é que descobriram o que é o mercado?
Então andaram uma vida inteira com medo do papão estado votando sempre á DIREITA e agora Querem ser governados á esquerda???
Eu acho uma piada louca a isto tudo,no préc nacionalizaram tudo, depois convenseram o ZÉ povinho que tinha que se entregar tudo novamente á privada porque o estado não sabe gerir, agora que lhes esta a começar a tocar no osso aquilo porque tem lutado e defendido a existencia de politicas de mercado e liberais estão todos a virar em esquerdelhos querem lá ver.....
Anónimo disse…
"e o bobo sou eu"....

Obrigada pela chamada de atenção. Mas quando estou a discutir saúde
- por ora - não estou a pensar em mercado.
Bem sei que se aproximam novos tempos...
Contudo, pretendo resistir, enquanto cidadão, à mercantilização da Saúde.
Em minha opinião, a destruição do SNS, terá custos políticos, insuportáveis, para qualquer governo.
Anónimo disse…
Todos os trabahadores pagam as cotisações para a segurança social, não?.
Então a saude é grátis para quem?
Como se a segurança social não fosse dos que pagam as cotisações?... Estou talvez enganado. Ou esse tipo estudou muito até perder o raciocinio.

Agora pensar que um partido ou outro presta qualquer coisa gratuitamente, é só um erro de semântica.
Os socialistas e a esquerda em geral, só podem prometer uma melhor distribuição das riquezas, e uma melhor justiça social.
Ou distribuição da pobreza.
Mas quando os governantes privatizam, e que dizem que funciona melhor no sector privado, na realidade é porque os grupos privados pretendem ganhar dinheiro com isso.
O sonho dos grupos privados é que o Estado privatize os beneficios e torne públicos os défices.
Anónimo disse…
convirá não confundir bons desejos com más realidades!
saúde, segurança social, ensino, justiça: tudo custa dinheiro, e apoia-se nos desempenhos da economia, como é sabido.
agora digam-me:
1- como é que Portugal vai construir numa geração uma economia que desprezou durante 500 anos, num mundo extremamente aberto e competitivo?
2 - como é que Portugal vai pôr a trabalhar, e ao serviço do bem público, uma classe médica que teve sempre como objectivo profissional fazer fortuna?
3 - como é que Portugal vai pôr a trabalhar, ao serviço colectivo, os senhores doutores da justiça, que foram sempre eminências pardas do poder, dos governos, da assembleia de deputados?
4- o que é que Portugal vai fazer de 50% dos professores que tem no sistema, e que são culturalmente anedóticos e tecnicamente incapazes?
5- como é que Portugal vai distribuir o que não há?

Não há, em tudo isto, nada de novo, foi sempre assim ao longo da história. A receita continua a ser a mesma e é única: dois terços do país emigram ou mourejam, para que um terço viva confortavelmente.

Admiro muito os optimistas. Mas não os invejo. Surpreendem-me.
Anónimo disse…
Ufo...

As questões que levanta são pertinentes.
Já agora permita-me considerá-las um tanto pessimistas. O que também não é invejável.

Pegando só numa das suas questões:
"como é que Portugal vai pôr a trabalhar, e ao serviço do bem público, uma classe médica que teve sempre como objectivo profissional fazer fortuna?"

A resposta é: cuidando e melhorando o SNS, que, até, não está mal classificado no "ranking" da OMS.
Transferir hipotéticas "fortunas" dos médicos para os grupos privados de saúde trará alguma melhoria de cuidados para os cidadãos?
Melhor, transferir o encargo do Estado para o negócio, trará alguma vantangem aos utentes?

Ou vamos engordar um lobby em acelerada formação?

E, perdoe-me, a franqueza: os médicos que trabalham na função pública, não enriquecem. Estão como a generalidade dos funcionários públicos. Poderá estar a confundi-los com os gestores públicos.

A discussão que é urgente fazer é sobre o o financiamento do SNS.
Isto é, se o mesmo continua a ser sustentado pelo orçamento de Estado, portanto, gratuito ou vamos desmantelá-lo e entrega-lo à iniciativa privada.
Ao optar-mos pela segunda opção é necessário questionar outras questões:
a situação económica portuguesa suporta o pagamento de seguros por parte dos cidadãos?
Ou vamos criar uma "legião" de excluídos com a consequente degradação do estado sanitário de um sector significativo da população?
Ainda, dentro da 2ª. opção, e no quadro da abdicação pelo Estado das responsabilidades na área da saúde, deverão em - correspondência - os portugueses ser substantivamente aliviados da carga fiscal?
O mesmo aplica-se em relação à Eduacação.

O Estado Social deve compreender que ao cobrar impostos, taxas, emolumentos, tem a obrigação de prestar serviços de "retorno".
Senão está aí o modelo liberal. Colocam-se as empresas em "off shores" e os seus administradores atropelam-se para sentar-se na primeira linha da mesa do orçamento.
Neste último quadro, também, sou realista ou pessimista, como queira.

Nunca discutimos as coisas com ponderação. Fazemos sempre remendos e malabarismos. Nisso, estou de acordo - há 500 anos!
Anónimo disse…
O Professor César das Neves, certo, conciso, profundo e justo.
Como sempre.
Anónimo disse…
mas o estado paga serviços de retorno,aos medicos bombeiros, policias ,professores, enfermeiros militares,vigilantes de museus, transportes publicos subsidiados,teatros, cinemas , estradas publicas, iluminação publica etc etc etc, muitos cidadãos vivem é por conta disto e não cumprem as suas responsabilidades enquanto portugueses isto é não querem pagar impostos mas usufruir dos bens comuns, acho que falta é muita pedagogia civica que deveria começar nas escolas , por isso os paises mais desenvolvidos e de melhor bem estar já compreederam que este é o caminho,e não o do xico esperto que é apreciado pelos concidadãos quando não cumpre nesses paises esse individuo é sim um vigarista para a comunidade.
Anónimo disse…
plenamente de acordo...disse precisar.........
como os salários são diferenciados porque carga de aguas as taxas tem que ser iguais?????????
Anónimo disse…
se o governo se apropriasse do mnercado das drogas, muito dinheirinho metia ao bolso.

ou então que pague a dívida às farmacêuticas com as drogas que
a polícia apanha.

o que fazem a tanta farinha?
Anónimo disse…
A TAXA DE ENTERNAMENTO PARA UMA INTERVENÇÃO NA ORTOOEDIA (CERRAR OS CORNOS) É ZERO. HÁ LISTAS DE ESPERA NESTE SERVIÇO.
Anónimo disse…
e-pá!
1- nunca jamais em tempo algum defendi ou defenderei a entrega seja do que for aos privados, muito menos o SNS. Para pior já basta assim.
2- a melhoria do SNS, que sempre custará dinheiro, passa pelo trabalho, pela dedicação e pela consciência da classe médica. Salvo aquelas excepções a confirmar a regra(que sei existirem, e que não me canso de reverenciar) afirmo que a classe médica não trabalha (três horas por dia num centro de saúde não é trabalhar!). Não há na sociedade e no poder político qualquer capacidade para alterar essa realidade, que é assim há séculos. E do mercado a corporação vem-se defendendo, ao restringir criminosamente o acesso às faculdades de medicina, rarefazendo a oferta, valorizando o produto... O único caminho para pôr os médicos a trabalhar a sério no público é aumentar a oferta, é ter mil médicos no desemprego.
3- Mesmo assim, o SNS custa muito dinheiro, e eu defendo a justa remuneração do trabalho dos médicos. de resto, não acredito em trabalho sério que não seja bem remunerado.
4- O busílis está na economia, na produção de riqueza. Por responsabilidade de políticos desde há séculos(e empresários de hoje, os tais do show-off do Beato, que não passam de papões mas sabem a cantiga toda há muito tempo).
5- Só há uma resultante, desta embrulhada toda: os serviços disponíveis para os portugueses em geral, ao nível da saúde, vão diminuir, vão baixar, e vão encarecer. Especialmente para os mais fracos.
A história diz que foi sempre assim. Julgo que não há razões para que hoje venha a ser diferente. Daí o meu pessimismo.
Anónimo disse…
Antigamente dizia-se que ganhar dinheiro à custa da doença dos outros era imoral.

Se o lucro passa a ser o critério do saudável, então já estamos todos doentes há muito tempo.

Mas se o saudável só dá prejuízo, então também não há volta a dar.

O grande problema moral é o lucro, continuar-se a pensar que ganhar dinheiro é um mal.
Quando a moral alternativa diz exactamente o contrário: ganhar dinheiro é uma coisa boa, que só excepcionalmente se pode limitar.

Isto é que é perverso no Estado Social actual. Mantém-se a moralidade dos coitadinhos, o que justifica a despesa pública brutal no sector. Mas depois o Estado, por razões de eficiência, dá o dinheiro a ganhar aos privados externalizando a gestão das suas unidades.
São as chamadas parcerias público-privadas.
O público (leia-se, o contribuinte) paga, o privado mete ao bolso. Para não falar nas mordomias dos nobres gestores.

Ora toma.
Anónimo disse…
É um canalha desalmado!Troglodita da dimensão dum Hitler,certamente!O homem não merece,o dinheiro que 'ganha'.Não vale nada!O que tem ele feito por este buraco 'governado' por economistas farrabotas e falhados no interesse público mas bem orientados nos seus bens particulares?! São uns ladrões e vigaristas que têm a máquina de propaganda ao seu dispor,para 'indrominarem'o cidadão.Há pessoas a passar fome,a esta escumalha agradeçam e aos otários que votam nestas bestas sem coração.

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