Abril vem aí. Cantemos

Comentários

Anónimo disse…
É disto que o povo gosta?
Recordemos o 25 de abril como a viragem de uma página na evoluçao democrática de Portugal, nao como uma arma de arremesso contra sanchos panças.
O 25 de Abril resolveu, já nao resolve!
É preciso mais do que manifestaçoes e ajuntamentos populares...há-que trabalhar,trabalhar,trabalhar!
Ano após ano..."contra os fascistas, viva o proletariado!..."isso já nao pega é preciso evoluir, recordar o 25 de abril? sim mas nao fazer dele a soluçao dos problemas de Portugal.
Unknown disse…
"isso já nao pega é preciso evoluir, recordar o 25 de abril? sim mas nao fazer dele a soluçao dos problemas de Portugal."

a solução dos problemas de portugal está, antes de tudo, nas nossas mãos; se fossemos mais cultos, mais exigentes, se não convivessemos diária e alegremente com a pequena corrupção, se fossemos intervenientes (para além dos blogs, é claro)se, se, se;
depois, temos de condenar vários governos, com um destaque muito especial para a direita que, sozinha ou em coligação, foi a responsável pela maior parte dos problemas com que hoje nos debatemos.desvios de dinheiro (onde foram aplicados os dinheiros da UE?), corrupção, nepotismo, etc. foi como um tumor a alastrar, agora só com uma grande operação
Anónimo disse…
Há por vezes comentários cheios de nevoeiro!
O 25 de Abril é um dos poucos momentos em que Portugal acertou o passo com a história. É uma data maior, que não pode ser esquecida, ou sequer menosprezada.
Sem ela, nenhum dos 'problemas de Portugal' teria solução.
E é claro que, a partir dela, há que tocar a guitarra e mostrar que há unhas.
Haverá, ou não. Mas isso é outra questão.
Anónimo disse…
À ANA.

Parabéns pelo seu texto. Aparentemente você conhece as razões do inêxito do vinte e cinco de Abril. Saramago já tinha dito isso tudo, constituindo-se como um aliado de peso. Estou disponível para colaborar no possível endireitar da carruagem. Há aí capacidade de liderança? Ana, você tem isso?

Não foi este o País que me prometeram, disse um dia Baptista-Bastos.

E nós, aqueles que nos dizemos solidários o que é que dizemos? Eu, como já dise, digo: estou disponível.

Zézé.
Unknown disse…
Zézè
capacidade de liderança, não sei se tenho. mas continuo a bater-me diariamente pelos ideais de Abril, que ainda são os meus.estou contudo muito desiludida com o meu povo. depois de 30 anos, agora que temos tudo à disposição, não passamos duns grunhos mal amanhados. a maior parte das mulheres da minha geração limitou-se a trabalhar, cuidar da casa e dos filhos (sei que é uma enorme tarefa) e a ver novelas.a tarefa principal ficou por fazer e que quanto a mim é transmitir princípios, valores e conhecimento.repare no que se passa à sua volta desde que sai de casa: jovens e menos jovens comportam-se na estrada sem um mínimo de civismo;conduzem de modo a pôr em perigo a sua vida e a dos outros; deitam lixo pela janela. quando chegam ao emprego falam de quê, comportam-se como?e mais,qual é a eficácia do seu trabalho, com os empresários e gestores que temos?
e temos ainda um dos maiores crimes cometidos principalmente pela direita a seguir ao 25 de Abril: a invasão das escolas por pessoas que jamais lá deviam ter entrado. a partir de 1980, quem não tinha emprego ia alegremente dar aulas no secundário, mesmo que para isso não tivesse quaisquer condições. o resultado está agora à vista, e não vejo remédio a curto prazo.família+escola fizeram este triste cocktayl, que pode ser analisado em espécimes como chicomartins.
mas estou, sim, disponível para participar na construção de um melhor país.
Anónimo disse…
Ai Abril Abril....

Os Capitães de Abril estão em estado de sitio e os que já partiram estão às voltas na campa!

Este governo está a conseguir retirar todas as coisas boas que se conseguiram com o 25 de Abril!

Grandes homens de esquerda estão revoltados, sentem-se traídos...

Este senhor Esperança ainda tem a ousadia de vir aqui falar desse grande homem que foi Fernando Vale... Um homem que combateu a ditadura de Salazar, um homem que colocava acima de tudo e à frente de tudo as questões humanas e sociais... nunca as esconómicas... como podemos defender um governo assim!!!!???? Sinto-me revoltado, desacreditado e vilipendiado com o meu voto neste governo!

Sempre fui PS, sempre defendi o socialismo porque ao contrário das direitas, sempre tivemos pessoas que colocávam as questões humanas e sociais à frente das económicas.... Mas enfim... o que se pode esperar de um homem que começou por ser presidente da JSD!!!!
Anónimo disse…
NOVAMENTE PARA A ANA.

Bom dia.
Vejo-a revoltada e isso é bom. Mas apresentou-me tanta coisa para resolver que não sei para onde pegar. Vou preparar aí um texto, talvez sobre o desemprego, e depois convido-a para irmos aí para um palco no 25 de Abril dar o nosso contributo. Valé?...

ZÉZÉ.
Unknown disse…
Zézé
estou pronta a dar todos os contributos. mas em cima dum palco duvido, não faz o meu género...
Anónimo disse…
Para ANA,

Eu faço o texto, você corrige e eu leio-o às massas. Temos de os cativar. Abriremos a sessão com aquela poesia do ANTÓNIO JACINTO: "Naquela roça grande não tem chuva ..."

Vou preparar o texto e pedir ao senhor CE que o deixe publicar aqui. Para uma discussão pública.

Pode ser assim? Quem alinha?

Zézé
Anónimo disse…
À ANA,

Aí vai o que lhe prometi. Dê aí umas ideias.

O DESEMPREGO EM PORTUGAL

Neste comício sobre desemprego em Portugal, comecemos por declamar um poema do poeta angolano António Jacinto.

"Monangamba",

de ANTÓNIO JACINTO


Naquela roça grande não tem chuva
é o suor do meu rosto que rega as plantações;

Naquela roça grande tem café maduro
e aquele vermelho- cereja
são gotas do meu sangue feitas seiva.

O café vai ser torrado
pisado, torturado,
vai ficar negro,
negro da cor do contratado.
Negro da cor do contratado!

Perguntem as aves que cantam,
aos regatos de alegre serpentear
e ao vento forte do sertão:

Quem se levanta cedo? quem vai a tonga?
Quem traz pela estrada longa
a tipoia ou o cacho de dendém?
Quem capina e em paga recebe desdem
fuba podre, peixe podre,
panos ruins, cinquenta angolares
"porrada se refilares"?

Quem?
Quem faz o milho crescer
e os laranjais florescer
- Quem?
Quem dá dinheiro para o patrão comprar
maquinas, carros, senhoras
e cabeças de pretos para os motores?

Quem faz o branco prosperar,
ter barriga grande - ter dinheiro?
- Quem?
E as aves que cantam,
os regatos de alegre serpentear
e o vento forte do sertão
responderão:

- "Monangambééé..."

Ah! Deixem-me ao menos subir ás palmeiras
Deixem-me beber maruvo, maruvo
e esquecer diluído nas minhas bebedeiras

- "Monangambéé...'"

Vivemos num País Democrático, que tem uma Constituição, que tem um Parlamento legalmente constituído, que tem partidos políticos, que tem um Governo de maioria absoluta e há paz e sossego nas populações, o que quer dizer que o Governo tem condições para trabalhar. Depois de tudo isto, também tem desemprego.

A maior chaga social de um Pais é o desemprego. Porque é que há desemprego? Temos de saber isto rapidamente e em força, porque pretendemos ajudar a resolver o roblema. Existem no País quinhentos mil desempregados.

Soluções precisam-se. Quem dá? Um desempregado é aquele que não tem fonte de rendimento e tem a renda de casa para pagar, a escola dos filhos para pagar, pagar.. pagar... mas pagar como?

Num país onde existem dez milhões de habitantes, nove milhões e meio têm condições para sobreviver. Meio milhão não tem. Porquê?... Qual a razão? Quais os motivos? Ao menos o Governo preocupou-se em saber tal? Precisamos de saber quais os distritos onde se situa esse desemprego. Depois fazer um levantamento do tecido empresarial de cada distrito, onde seja possível angariar-se colocação para aquelas pessoas desempregadas, mediante a concessão de benefícios fiscais às empresas empregadoras.
Procurar identificar as especialidades profissionais mais carenciadas em cada distrito, por empresa, e preparar pessoal nesses domínios, através de acções de formação profissional desencadeadas sob a alçada do Fundo de Desemprego e estabelecer metas de resultados nesse ensino, de acordo com os objectivos traçados. Fiscalizar as acções e fazer a ligação entre os problemas surgidos entre empregados e empregadores.

Conceder uma pequena ajuda financeira (adiantamento por inserção social) e promover o controlo dos resultados das acções de formação, mensalmente, e apurar os desvios dos resultados.

Estabelecer reuniões com os empregadores acerca do grau de eficiência alcançados.. Designar um elemento da empresa empregadora que estará sempre disponível para, num período de seis meses, resolver todos os problemas surgidos. Perspectivar um período de seis meses para analisar o capital de conhecimentos adquiridos e comportamentos no local de trabalho.

Estas serão as linhas mestras que deverão pautar o emagrecimento do desemprego, procedendo-se assim à inserção de pessoal desempregado.

Pedem-se comentários e melhorias.

João Brito Sousa
Unknown disse…
força, Zézè, eu alinho. e o poema é lindo.
Unknown disse…
João Brito Sousa

Segundo a minha análise, que tem poucas bases científicas, o desemprego tem várias causas. Para além da conjuntura internacional, contra a qual pouco podemos fazer, temos problemas internos derivados da nossa própria mentalidade.Somos um povo pobre mas cheio de vaidade. Quantas pessoas recorrem ao crédito para fazer um tipo de vida assumidamente acima das suas possibilidades? E os nossos empresários, têm visão empresarial a longo prazo, estão interessados no desenvolvimento do seu país? ou na sua maioria querem é apoios para fundar empresas que depois levam à falência? e quando investem, querem colher os dividendos no dia seguinte, fazer o palácio e comprar carrinhos topo de gama, pôr 200 ou 300 no desemprego e partir para outra.
temos ainda outra força de bloqueio, que são as famílias. todos querem que os seus filhos sejam doutores ou engenheiros, mesmo com canudo tirado numa universidade rasca.mesmo que o seu curso não tenha qualquer saída no mercado de trabalho. todos os anos as universidades cospem milhares de licenciados, que um ano depois continuam desempregados à espera de emprego na sua área. todos reclamam por não haver ensino técnico-profissional. mas quando há, é deixado às moscas. canalizadores, electricistas, estucadores, têm de ser pescados à linha.não sou de modo algum contra o ensino superior, mas também não me parece que seja obrigatório. são também estes desempregados que engrossam a lista embora a maioria venha, sem sombra de dúvida das falências, fraudulentas ou não. estamos também num período de organização e adaptação às novas realidades (enorme capacidade produtiva de alguns países asiáticos).
Anónimo disse…
Cantemos Abril.

Ana,

você apontou as causas do desemprego do seu ponto de vista, com as suas bases pouco ou muito científicas. Não acha que, havendo entre nós quinhentos mil desempregados e estando o Belmiro em quinhentos na lista das maiores fortunas do mundo, há aqui uma desigualdade social que não tem razão de ser e é preciso combater. Aceita isto?

ZÉZÉ
Anónimo disse…
João Brito Sousa

O poema de António Jacinto é lindo, encerra a história dos negros bailundos, nas fazendas do norte de Angola, com uma verdade demolidora.

Com o 25 d'Abril, a história passou a ser outra, os protagonistas mudaram mas, os bailundos continuaram sofrendo...
Anónimo disse…
AO ANÓNIMO ANTERIOR.

Viva.
Concordo plenamente com o que diz,porque eu trabalhei quatro anos na Companhia de Diamanmtes de Angola, no Dundo ou Portugália na Lunda Norte. O meu povo eram os QUIOCOS. Tenho saudades deles todos, especialmente dos cozinheiros João e Samona. Aí vai um abraço para eles.

Eu tinha jeito para falar com eles
assim como penso que tenho jeito para falar com os bailundos de que fala.

Vamos organizar-nos.

JBS
Unknown disse…
"Aceita isto?"
não zézé, não aceito. mas como fazer? não se pode tocar nos meninos, senão eles vão embora.até nos organismos públicos, se não lhes dão o que querem, vão embora.porque não se consideram simples funcionários, que é o que deveriam ser. até já os juízes
fizeram greve, que prejudicados estavam, coitados!as pessoas querem é dinheiro, zézé.não houve revolução nas mentalidades e isso é fundamental.
Anónimo disse…
MUITO BEM.

OK, vamos reflectir, então... e depois se verá.

Zézé.

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