A indústria da santidade ao serviço do fascismo
Para vergonha da Igreja católica, descontados os crimes de eras recuadas, que podem sempre ser atribuídos aos costumes bárbaros da época, mas comprometem a inspiração divina de que se reclama, bastava a cumplicidade e o silêncio perante um dos maiores genocidas da Humanidade – Francisco Franco –, para exigir o pedido de perdão sincero de quem herdou o ferrete da ignomínia.
Todos sabemos que a violência atingiu na Guerra Civil espanhola limites inauditos de crueldade dos dois lados da barricada. Não houve bons e maus, só maus. Não podemos esquecer a violência cruel do anticlericalismo dos anarquistas e liberais e, em menor medida, dos marxistas, cujo ódio à Igreja, implicada com a pior direita, rivalizou com o empenhamento do clero nos crimes mais perversos.
Há, no entanto, duas diferenças capitais entre os que se bateram de um e de outro lado da barricada. Do lado da República, o facto de ter resultado de eleições livres sufragadas pelo povo, e, do lado dos sediciosos, a intenção de derrubar o Governo legal e instalar a ditadura. A segunda diferença, assaz sinistra, resulta do facto de, vencida a guerra, insistirem nas execuções sumárias, perseguições cruéis, assassinatos programados e nas valas comuns, cujos vestígios querem apagar, para onde atiraram as vítimas, fuziladas por divertimento sádico e violência sectária.
As crianças roubadas a mulheres, que assassinavam após o parto, foram distribuídas por casais inférteis de sequazes do fascismo espanhol. Não houve ignomínia, crueldade ou sadismo que os franquistas não cometessem, depois da guerra onde Hitler experimentou o armamento com os aviões da Legião Condor, Mussolini colaborou com submarinos e avões, a Igreja católica concedeu o estatuto de Cruzada aos revoltosos e Salazar apoiou a retaguarda, permitindo o recrutamento dos Viriatos, o abastecimento aos franquistas e impedindo o refúgio das populações leais ao Governo.
Franco teve o apoio entusiasta do Opus Dei, que nunca lhe faltou com bênçãos, missas e ministros para o Governo. Balaguer, além de ter colaborado na guerra, ainda o felicitava entusiasticamente, quase duas décadas depois, em carta de 25 de maio de 1958, carta que a filha do ditador conservou extasiada com a veneração do futuro santo ao déspota.
Depois da dolorosa memória que dilacera Espanha, depois de mais de 400 mil mortos e centenas de milhares de exilados, impede-se a exumação das vítimas do franquismo e exonera-se um juiz corajoso, Baltasar Garzón, que quis identificá-las e reparar a sua humilhação e esquecimento, exumando as valas comuns. Para trás fica o horror galego onde o franquismo instaurou, depois da guerra, o método dos “passeios” , ir às casas das pessoas, buscá-las para as “passear”, isto é, fuzilá-las à noite e deixá-las nas valetas.
Através dos sinistros “passeios”, dos conselhos de guerra contra civis, dos fuzilamentos maciços de prisioneiros e de confrontos armados com a guerrilha, morreram, só na Galiza, 197.000 galegos (fonte "La Guerra Civil en Galicia" edic. La Voz) durante o regime franquista, continuando a grande maioria em valas comuns. Nesse período, cerca de 200 mil galegos exilaram-se noutros países, sorte que não tiveram os que escolheram Portugal e foram entregues, para fuzilamento, pelas polícia de Salazar.
João Paulo II beatificou 233 vítimas religiosas da repressão republicana, ignorando o sofrimento coletivo dos espanhóis e Bento XVI reincidiria com nova beatificação de outras 498 vítimas, a maior beatificação da história da Igreja católica.
A decisão destes dois papas, profundamente reacionários, comprometidos com o Opus Dei, não surpreendeu, apenas indignou os familiares das vítimas republicanas e todos os que ansiavam pelo esbatimento do ódio que dilacerou Espanha.
Com mais de duas mil valas comuns por abrir, surpreende que o Papa atual, de quem se cria que não deitasse mais ácido nas feridas por sarar, eleve 522 beatos ao altar do franquismo, numa manifestação de demência episcopal da Espanha que não perdoa e que não se deixa julgar.
Este Papa, depois da lixivia gasta a limpar as nódoas do Vaticano, maculou as vestes e acabou por recordar as boas relações que manteve com Videla.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
Este blogue nada tem a ver com o Diário de uns Ateus.
Todavia, se forem aqui colocadas obscenidades serão erradicadas.
Só quem tem mentalidade pidesca confunde a censura com a higiene.
1- A crueldade é apanágio dos crentes
2-Os tipos da ICAR são todos uns macacos
7- A religião transforma um homem num monte de merda
8- O Ritual Sagrado de Defecação é um ato formal de quem se está cagando para a
Igreja Católica
9- Pela minha parte vou passar a retribuir as orações, dos que rezam por mim,
com o meu ritual diário de defecação
12- Jesus paneleiro
22-A figura semi-nua do J.C. na cruz, exibindo aquele olhar
paneleirote que todos lhe conhecemos.
53- Mas tu sabes não sabes meu cabrão de merda?
54- Vai chamar grunho À puta que te pariu.
69-Vai chamar Carpinteiro à puta-que-te-pariu
97- Jesus era rabeta
109- Todo crente é um asno
O tal jesus era um grandessíssimo palerma . E rabeta.
138- Essa juíza é uma boa fdp !
P.S. Agora os teus leitores que vejam o grande hipócrita que és !
1 -"Sim, defendo o EXTERMÍNIO da gentalha muçulmana, mormente da sua hedionda escumalha, o maior perigo mundial."
"De Lisboa a Paris, de San Francisco a Moscovo, de Porto Santo a Papeete, qualquer aeroporto internacional ou de voo doméstico está submetido a vigilância drástica e restritiva, tudo causado pela hedionda escumalha islâmica, que são homens, mulheres e CRIANÇAS, futuras escumalhas duma gentalha geneticamente incapaz de progresso normal e respeitabilidade cívica e que conseguiram pôr todo o mundo em alerta e restrição circulatória."
João Pedro Moura
Jesus Cristo o Exterminador Implacável DduA 6/9/2013
2- A hedionda escumalha islâmica é para ser combatida e EXTERMINADA mesmo, se for necessária...
Homens, mulheres E CRIANÇAS... porque tudo isso é islamismo boçal, já feito ou em crescimento, patriarcais, sexistas, misóginos, reacionários, totalitários, liberticidas, capazes das maiores repugnâncias políticas, sociais e pessoais...
A política, a religião e o totalitarismo
DduA 25/8/2013