As boas intenções dos cortes salariais
O Diário Económico, de hoje, diz que o «corte de 10% na função pública é incentivo às rescisões», donde se conclui que não é desejo do Governo reduzir os salários mas tão só ver-se livre dos funcionários.
Sendo, pois, a decisão um meio, e não um fim, é de esperar que, finalmente, o Governo tenha encontrado o método adequado aos seus intentos e, no caso de falhar a benemérita intenção, resta-lhe prosseguir o rumo e aumentar progressivamente a percentagem. E se, mesmo assim, depois de atingidos os 100% de redução do salário, ainda houver alguns que teimem em regressar diariamente às repartições, ficam as carreiras especiais para os dissuadir. Não há funcionário sem vencimento que resista a uma boa carga policial.
Aos empregados é preciso estimulá-los à mudança, vencer-lhes a inércia, afastá-los das rotinas. Bastam os pensionistas, que já não podem ser corridos das repartições públicas e, apenas, se lhes pode reduzir o valor das pensões, até preferirem à vida a defunção.
Depois das sábias palavras do banqueiro Fernando Ulrich, «ai aguentam, aguentam…», o Governo está sempre receoso de que a violência das medidas seja escassa e a teimosia da sobrevivência dos desempregados e reformados se converta num beco sem saída para a missão messiânica de que se julga portador.
A avaliar pelas últimas sondagens, os partidos do Governo têm ampliado a popularidade e preparam-se para insistir nas medidas que o mago das Finanças, revezado na desgraça pela sua ajudante, reconheceu terem falhado.
É de crer que, tal como no tempo de Salazar, os mortos votem. Afinal, são dos poucos que não têm sofrido com as medidas governamentais e, alguns, até lhe devem a rápida promoção a defuntos.
Sendo, pois, a decisão um meio, e não um fim, é de esperar que, finalmente, o Governo tenha encontrado o método adequado aos seus intentos e, no caso de falhar a benemérita intenção, resta-lhe prosseguir o rumo e aumentar progressivamente a percentagem. E se, mesmo assim, depois de atingidos os 100% de redução do salário, ainda houver alguns que teimem em regressar diariamente às repartições, ficam as carreiras especiais para os dissuadir. Não há funcionário sem vencimento que resista a uma boa carga policial.
Aos empregados é preciso estimulá-los à mudança, vencer-lhes a inércia, afastá-los das rotinas. Bastam os pensionistas, que já não podem ser corridos das repartições públicas e, apenas, se lhes pode reduzir o valor das pensões, até preferirem à vida a defunção.
Depois das sábias palavras do banqueiro Fernando Ulrich, «ai aguentam, aguentam…», o Governo está sempre receoso de que a violência das medidas seja escassa e a teimosia da sobrevivência dos desempregados e reformados se converta num beco sem saída para a missão messiânica de que se julga portador.
A avaliar pelas últimas sondagens, os partidos do Governo têm ampliado a popularidade e preparam-se para insistir nas medidas que o mago das Finanças, revezado na desgraça pela sua ajudante, reconheceu terem falhado.
É de crer que, tal como no tempo de Salazar, os mortos votem. Afinal, são dos poucos que não têm sofrido com as medidas governamentais e, alguns, até lhe devem a rápida promoção a defuntos.
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