Relatório da Comissão Europeia
«A Comissão Europeia entende que o chumbo de algumas medidas do Orçamento do Estado (OE) por parte do Tribunal Constitucional (TC) pode pôr em causa a política orçamental do Governo e precipitar um segundo pedido de resgate».
Se Portugal tivesse um Governo honrado, com um módico de dignidade e a vaga ideia do que é o brio nacional, repudiaria a miserável chantagem da Comissão Europeia e far-lhe-ia sentir que o respeito pelas instituições democráticas é um dever dos órgãos de soberania, a quem a intromissão humilhou, e cujo pedido de desculpas é uma exigência.
Se Portugal tivesse um PR, à altura das funções que ocupa, não deixaria sem resposta tão grave ingerência e tão infame ultraje ao Estado de direito.
Se a Comissão Europeia tivesse um presidente honrado em vez do sabujo de interesses alheios, um político em vez do invasor do Iraque, um humanista, em vez do oportunista, seria o primeiro a repudiar a interferência da CE, onde ficou a representar Bush, Blair e Aznar, em vez de ser conivente pelo silêncio e, quiçá, pela cumplicidade ativa.
Se Portugal tivesse um mínimo de memória guardar-se-ia para julgar os traidores não só no pelourinho da opinião pública mas nos Tribunais.
Não sei se é maior a vergonha que sinto ou a indignação.
Se Portugal tivesse um Governo honrado, com um módico de dignidade e a vaga ideia do que é o brio nacional, repudiaria a miserável chantagem da Comissão Europeia e far-lhe-ia sentir que o respeito pelas instituições democráticas é um dever dos órgãos de soberania, a quem a intromissão humilhou, e cujo pedido de desculpas é uma exigência.
Se Portugal tivesse um PR, à altura das funções que ocupa, não deixaria sem resposta tão grave ingerência e tão infame ultraje ao Estado de direito.
Se a Comissão Europeia tivesse um presidente honrado em vez do sabujo de interesses alheios, um político em vez do invasor do Iraque, um humanista, em vez do oportunista, seria o primeiro a repudiar a interferência da CE, onde ficou a representar Bush, Blair e Aznar, em vez de ser conivente pelo silêncio e, quiçá, pela cumplicidade ativa.
Se Portugal tivesse um mínimo de memória guardar-se-ia para julgar os traidores não só no pelourinho da opinião pública mas nos Tribunais.
Não sei se é maior a vergonha que sinto ou a indignação.
Comentários
A inquisidora pergunta sobre "Estará a supremacia do pacto orçamental [da União Europeia] a ser respeitada pelo TC?” revela o grave 'entorse' que se pretende consumar ao nível da política europeia.
E a 'outra' pergunta - a que se impõe - deverá ser "estará a UE informada que o pacto orçamental - aprovado na AR - não foi 'inscrito' na Lei Fundamental portuguesa?". Consegue, agora, adivinhar porquê?
A 'supremacia' desses pactos só existe na cabeça dos burocratas de Bruxelas e em alguns círculos berlinenses. E nestes últimos só depois de o TC (de lá) o permitir...
Óbvio ululante!