Cavaco tem razão. Afinal o País é masoquista

Depois de uma plêiade de presidentes da República, eleitos na vigência da Constituição, Eanes, Soares e Sampaio, o desejo de corroborar o aforismo, «não há bem que sempre dure», foi mais forte do que o bom senso.

Esqueceu-se a censura de um livro de Saramago, vetado para um concurso literário pelo inefável Sousa Lara, a insurreição dos pregos inventada pelo azougado Ângelo Correia, a carga policial na Ponte 25 de Abril comandada pela referência ética, que dá pelo nome de Dias Loureiro, e a votação na ONU contra a libertação do terrorista Nelson Mandela, em que Reagan só foi acompanhado pela Senhora Thatcher e pelo filho do Sr. Teodoro das Bombas, de Boliqueime, contra o resto do mundo.

Talvez não se soubesse ainda, antes da teimosia na reeleição, do alfobre de empresários gerados nos seus governos ou nos viveiros do seu partido. Geraram-se quadros do BPN, exportadores de remédios para Angola, banqueiros de geração espontânea, advogados de grandes fortunas e da viúva de um milionário que não tinha a vida no seguro nem os bens a bom recato. E muitos outros homens de negócios.

Depois de uma travessia pela permuta de terrenos e pela inocente transação de ações da SLN, atividades que costumam apelidar-se de «deserto», eis que da Travessa do Possolo se transferiu para Belém o atual inquilino.

Com a casa civil a engendrar escutas de um PM e o mérito próprio para acertar no mais incapaz dos numerosos líderes do seu partido, para fazer dele o PM seguinte, devemos a Cavaco a maior ajuda que um português deu à crise financeira internacional para mal do País que votou nele.

É a vida, como dizia o melhor PM das nossas vidas.      

Comentários

Subscrevo, incluindo o último parágrafo.

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