Este Governo e a pesada herança
Queixa-se o Governo de problemas herdados dos anteriores (Barroso, Santana, Sócrates ?), problemas a que se devem todas as malfeitorias atuais, incluindo o disparo dos juros, agravados quando da demissão irrevogável de Portas.
Mas, se era assim, porque mentiu descaradamente, durante a campanha eleitoral, sobre o massacre que nos preparou, e como justifica a sofreguidão para interromper a legislatura anterior e a entusiástica solidariedade do PR, que rapidamente substituiu a exuberância das críticas aos sacrifícios pedidos por Sócrates pelo silêncio de monge beneditino face à violência da austeridade imposta por Passos Coelho?
Aliás, como justificam Portas e Passos Coelho (não se sabe quem manda), com o País a atingir a fadiga fiscal, que cresça a dívida e o desemprego, depois de atingida a pobreza redentora que o catecismo ideológico preconizava?
Onde está a alegada confiança dos mercados perante um Governo capaz de tudo? Tudo o que podia falhar, falhou efetivamente e da forma mais clamorosa. Falhou a hipoteca do PR a este Governo, a orquestra de papagaios recrutados para o protegerem e a legião de avençados, a inventarem desculpas para o fracasso, obstinados a conterem a deceção que cresce e a raiva que não para.
Não lhes basta um governo, uma maioria e um presidente. Carecem de intimidar o povo, chantagear o Tribunal Constitucional e pedir a Barrosos e Lagardes que ameacem o País e humilhem os portugueses. O desemprego, a fome e a intimidação dos sindicatos são as armas suplementares para o cumprimento da agenda ideológica que encontrou atores de terceira categoria para a executarem.
No laboratório de experiências em que sábios loucos e néscios convictos converteram o País, roda-se um filme de Frankenstein executado por aprendizes de feiticeiro.
Mas, se era assim, porque mentiu descaradamente, durante a campanha eleitoral, sobre o massacre que nos preparou, e como justifica a sofreguidão para interromper a legislatura anterior e a entusiástica solidariedade do PR, que rapidamente substituiu a exuberância das críticas aos sacrifícios pedidos por Sócrates pelo silêncio de monge beneditino face à violência da austeridade imposta por Passos Coelho?
Aliás, como justificam Portas e Passos Coelho (não se sabe quem manda), com o País a atingir a fadiga fiscal, que cresça a dívida e o desemprego, depois de atingida a pobreza redentora que o catecismo ideológico preconizava?
Onde está a alegada confiança dos mercados perante um Governo capaz de tudo? Tudo o que podia falhar, falhou efetivamente e da forma mais clamorosa. Falhou a hipoteca do PR a este Governo, a orquestra de papagaios recrutados para o protegerem e a legião de avençados, a inventarem desculpas para o fracasso, obstinados a conterem a deceção que cresce e a raiva que não para.
Não lhes basta um governo, uma maioria e um presidente. Carecem de intimidar o povo, chantagear o Tribunal Constitucional e pedir a Barrosos e Lagardes que ameacem o País e humilhem os portugueses. O desemprego, a fome e a intimidação dos sindicatos são as armas suplementares para o cumprimento da agenda ideológica que encontrou atores de terceira categoria para a executarem.
No laboratório de experiências em que sábios loucos e néscios convictos converteram o País, roda-se um filme de Frankenstein executado por aprendizes de feiticeiro.
Comentários
-» Este pessoal é discípulo do 'grande mestre' Eng. José Sócrates!!!
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-» O 'grande mestre' anti-austeridade (vulgo: «política baseada no aumento da procura… essencial para fazer crescer a oferta…) em seis anos fez a dívida subir de 61,7% do PIB (final de 2005) para 108,1% do PIB : o Eng. Sócrates quase duplicou a dívida pública em seis anos!
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-» A manta tapa de um lado destapa do outro… leia-se: importante importante mesmo é ABRIR O DEBATE!...
-» Ora, de facto, Portugal não precisa de políticos que querem contraír mais dívida… mas sim, de POLÍTICOS DISPONÍVEIS PARA DISCUTIR INTENSAMENTE A GESTÃO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS!... [nota: os CGTP’s sempre fizeram o contrário!!!]
-» De facto, durante anos foi o regabofe total: os CGTP's queriam mais e mais.. jubilavam quando os aumentos vinham... e... varriam para debaixo do tapete o facto da entidade pagadora (leia-se o Estado) estar a atingir um nível de endividamento muito perigoso...
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-> Resumindo: os lobbys poderão negociar normalmente com os governos… só que… depois… a coisa terá que passar pelo 'crivo' do contribuinte: "O Direito ao Veto de quem paga" (vulgo contribuinte) - ver blog 'fim-da-cidadania-infantil' (Democracia Semi-Directa).
Talvez não lhe faça mal ler a entrevista que Sócrates deu ao Expresso e que vem publicada hoje.
Quando, em 1989, se elaborou o chamado "Consenso de Washington" sob a batuta do FMI, do Banco Mundial e da Reserva Federal americana, a Europa 'acreditou' que se tratava de mais um programa para a América Latina (a extensão do modelo de Chicago aplicado ao Chile de Pinochet).
Em 2008, quando a crise rebenta em Waal Street a Europa percebe, então, que é um 'gordo' e selectivo alvo do neoliberalismo.
Mas o problema na Europa não começou em 2008. Existiu, antes da crise, um peão desta política 'global' que 'minou' o espaço europeu - o 'thatcherismo'.
Na altura, a Europa olhou para Londres e pensou estar a contemplar uma esporádica e transitória deriva do conservadorismo. E geram-se, a partir daí, grandes desequilíbrios políticos, nomeadamente da parte das forças socialistas e sociais- democráticas europeias que tentam 'responder' às políticas da Srª Thatcher com uma inconsequente "3ª via". Não mais do que um tosco modelo de ‘capitulacionismo’ às doutrinas neoliberais.
A partir daí deixa-se de falar e lutar à volta de projectos políticos nascidos de convições ideológicas, abandona-se à sua sorte a sociedade civil (e inicia-se um combate sem quartel aos ‘direitos sociais’ ) e sobrepondo-se a tudo e a todos (nomeadamente às pessoas) começa um longo, insidioso e programado processo de "ajustamento macroeconómico".
É este o estadio que estamos a viver em toda a Europa e mais duramente nos países económicamente mais vulneráveis, entre os quais Portugal.
Este processo, em Portugal, não acaba em Julho de 2014, como prometem por cá os domésticos arautos do neolibealismo. Não estamos em regime de 'protectorado' como as recentes negociações com a troika demonstraram. Estamos numa posição de aviltante 'servidão'.
E só a luta política coerentemente fundamentada em conceitos ideológicos agregadores e coesos, paralelamente com as grandes movimentações sociais foram - durante a História da Humanidade - dramática e muitas vezes violentamente "libertadoras".
No presente caso, uma libertação difícil, dolorosa e morosa porque terá de ser, também, global.