A República e a liberdade
Os que rasgaram o 5 de Outubro do calendário dos feriados quiseram apagar a memória histórica mas foi a dignidade própria que feriram, a honra que arruinaram e o futuro que comprometeram.
Não há futuro digno sem exaltação da boa herança do passado, nem se vence o presente renegando princípios que nos colocaram na vanguarda política europeia. A vingança dos reacionários que aboliram o feriado do 5 de Outubro foi mesquinha, mas hão de julgar-se heróis por fazerem o que nem Salazar ousou.
Ontem, quando pela primeira vez se comemorou a data identitária do regime, sem feriado, senti que foi a última vez que os a(u)tores estiveram em cena. Não duram mais um ano.
Quem aboliu o 5 de Outubro já não tem tempo para extinguir o 25 de Abril. O regresso ao fascismo precisa de uma repressão para que lhes falta força e cúmplices. Não é com um discurso do invasor do Iraque, a pressionar os juízes do Tribunal Constitucional, que o bando devora o que resta de Abril e reduz ao silêncio o povo que nele confiou.
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