Lampedusa – cemitério de ilusões e de vidas
Ali acaba a Europa e começa a África. É uma ilha italiana que apavora a mente dos mais sensíveis e acalenta sonhos a quem foge da maldição do Magrebe e da primavera árabe. Está a mais de cem milhas da Sicília e a cerca de setenta da Tunísia, no Mediterrâneo, com 20 Km2 de esperança para quem é vítima da fome e do Islão.
Não faltam vendedores de ilusões e contrabandistas que amontoam no convés de frágeis embarcações o triplo das pessoas que suportam. Homens, mulheres e crianças saltam para a morte ao sabor das ondas e desaparecem, por entre a madeira desconjuntada dos barcos que naufragam, com a angústia e o medo asfixiados em água salgada.
Morrem com os sonhos, únicos bens que lhes sobraram depois de pagarem aos agiotas, e dão à costa, já cadáveres, crianças que permanecem agarradas às mães e homens que apenas esperavam viver. O drama das pessoas que nasceram no sítio errado só é notícia quando a tragédia atinge dimensões obscenas.
Alguém se admira de que a fé num paraíso imaginário seja o bálsamo que alimenta a esperança de quem foi condenado ao inferno da vida? Nós, impotentes, assistimos aos dramas pungentes entre a África e a Europa com as vidas perdidas num rio triste que dá pelo nome de Mediterrâneo.
Não faltam vendedores de ilusões e contrabandistas que amontoam no convés de frágeis embarcações o triplo das pessoas que suportam. Homens, mulheres e crianças saltam para a morte ao sabor das ondas e desaparecem, por entre a madeira desconjuntada dos barcos que naufragam, com a angústia e o medo asfixiados em água salgada.
Morrem com os sonhos, únicos bens que lhes sobraram depois de pagarem aos agiotas, e dão à costa, já cadáveres, crianças que permanecem agarradas às mães e homens que apenas esperavam viver. O drama das pessoas que nasceram no sítio errado só é notícia quando a tragédia atinge dimensões obscenas.
Alguém se admira de que a fé num paraíso imaginário seja o bálsamo que alimenta a esperança de quem foi condenado ao inferno da vida? Nós, impotentes, assistimos aos dramas pungentes entre a África e a Europa com as vidas perdidas num rio triste que dá pelo nome de Mediterrâneo.
Comentários
O actual ciclo de violência é fruto de alquimias político-estratégicas feitas por 'aprendizes de feiticeiros' que 'agitando as águas' deixaram os povos de toda a bordadura mediterrânica, entregues 'à bicharada'...