José Saramago, um Nobel para a língua portuguesa

Desenho de Onofre Varela




No dia de hoje, há quinze anos, José Saramago, o maior ficcionista português do século XX, foi laureado com o prémio Nobel da Literatura, o Nobel do nosso contentamento.

Para trás ficou o ressentimento de Sousa Lara, censor de um Governo de Cavaco Silva, que lhe vetou “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” para concurso a um prémio literário.  Esquecida está já a avaliação da sua obra por uma figura grotesca, de quem o presidente da Câmara do Porto, recentemente eleito, é admirador, que o chamou «senil» e definiu a obra como «uma ganda [sic] merda», confessando nunca ter lido qualquer livro seu – o Sr. Duarte Pio.

Foi superado o rancor do Vaticano à atribuição do Nobel a um comunista, decisão que o papa de turno, anticomunista primário, que aguarda agora a canonização, não digeriu.

Esvaem-se as invejas, os ressentimentos e as desilusões de quem usa o fígado em vez da inteligência e, para a posteridade, fica a obra ímpar de um escritor singular que honrou a língua portuguesa e a levou, no esplendor da sua criatividade, a viajar pelo mundo.

Comentários

P Amorim disse…
Não gosto dos classificativos "o maior ...". Evidentemente que José Saramago é um grande escritor, autor de obras ímpares. Felizmente há mais. Quanto à canonização do papa ela é atribuída pelos correlegionários, o Nobel é um valor universal.

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