O Governo, o PR e a democracia
Quando a saúde do PR é motivo de preocupação nacional, o silêncio
se torna aterrador e o Governo desrespeita ostensivamente o Tribunal
Constitucional, o Estado de Direito é uma caricatura a que a incúria,
cumplicidade ou inaptidão, de quem devia preservá-lo, o reduz.
Sucedem-se os escândalos financeiros, com o BPN à espera de
prescrição, a desonrar a fina flor cavaquista, o BPP, de João Rendeiro, e do
qual foi acionista qualificado José Miguel Júdice, a contas com a Justiça, o
BCP, de onde Jardim Gonçalves e o Opus Dei vão sair incólumes, os bancos insulares
de que não se conhece o desfecho, tal como as suspeitas de cartelização entre bancos.
Como banco do regime, com imagem imaculada, resistia o
Espírito Santo, protegido por ressonâncias místicas do nome e crença na divindade.
Ana Gomes, eurodeputada do PS, acrescenta às suspeitas que timidamente
afloraram na comunicação social, novos dados, e ficamos com a convicção de que
a banca portuguesa está ao nível da do Vaticano.
Dado o hábito de se privatizarem os benefícios e
nacionalizarem os prejuízos, temo que à dívida que não poderá ser paga nos 30
anos com que nos ameaçam, se juntem outras de que os portugueses que nascerem
no próximo século ainda se encontrem reféns.
Estamos à beira do abismo e o Governo não para.
Comentários