O ovo da serpente (…que nos saiu na rifa)
A ‘aclaração’ exigida pela maioria governamental - através de uma despudorada instrumentalização do Parlamento - dirigida ao Tribunal Constitucional link , deveria de ser precedida de uma inadiável clarificação política [que já deveria ter acontecido 'ontem'].
A saber: Após a macabra sequência oito chumbos de legislação que esbarraram no crivo constitucional (em 3 anos!), o Governo tem condições políticas internas para continuar a exercer as suas funções?
Existirão duas respostas lineares.
Uma, a dos ‘mercados’ que consideram a realização de eleições uma ‘insuportável’ desestabilização e rejeitam liminarmente qualquer mudança de rumo; outra, dos portugueses que estão fartos das diatribes neoliberais deste Governo e não entendem como tantas inconstitucionalidades continuam a ser consideradas inimputáveis factos políticos.
Uma, a dos ‘mercados’ que consideram a realização de eleições uma ‘insuportável’ desestabilização e rejeitam liminarmente qualquer mudança de rumo; outra, dos portugueses que estão fartos das diatribes neoliberais deste Governo e não entendem como tantas inconstitucionalidades continuam a ser consideradas inimputáveis factos políticos.
Pelo meio está o Presidente da República que virou ‘fantasma’ e se entrincheirou em Belém a chocar o ovo desta áspide que - é cada vez mais evidente - está apostada em estrangular a Democracia.
Como se verificou no filme realizado por Bergman a imagem que mais esta 'intervenção' do Governo suscita encaixa-se perfeitamente na fala de Brutus escrita na clássica tragédia de Shakespeare – ‘Julius Caeser’:
“And therefore think him as a serpent's egg
Which hatch'd, would, as his kind grow mischievous;
And kill him in the Shell”…
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