Espaço dos leitores

Paula Rego

Comentários

Anónimo disse…
A resma

Tenho por hábito de longa data, frequentar com assiduidade uma conhecida e histórica Instituição Cultural de Lisboa.
É um atavismo que conservo, porque não dispenso manter-me a par da informação produzida acerca dos diversos eventos a decorrer na cidade.
Assim sendo, costumo deter-me largos momentos, junto dos escaparates existentes no átrio de entrada, nos quais está exposta abundante e variada documentação sobre as mais diversas manifestações ligadas às artes.
Eis senão quando, para meu espanto, deparo com uma resma de papéis envolta num elástico e capeada por uma folha branca, estrategicamente colocada no expositor, que rezava, perdão, dizia assim:
“Referendo ao aborto sim ou não”
As palavras estavam escritas com o mesmo tipo de letra, com excepção do “não”, que
surgia sublinhado, a bold, em maiúsculas e com letras duma dimensão muito maior do que as restantes. No interior, como era de prever, estava escarrapachada a litania do costume enquadrada por fotografias e slogans mais ou menos patéticos.
Não tanto pela existência do dito panfleto, mas sobretudo pela habilidade capciosa que o mesmo evidenciava, apresentei o meu protesto junto de quem, de imediato, jogou a papelada no cesto do lixo.
Depois, segui até aos lavabos na expectativa de lá encontrar outro exemplar, mas, desta feita nada vi.
Não sei porquê, continuo convencido que, antes de mim, alguém terá por lá passado e puxado o autoclismo.

jrd

Mensagens populares deste blogue

Divagando sobre barretes e 'experiências'…

26 de agosto – efemérides