Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Concordo com o espírito crítico revelado e vou remover a imagem.
Obrigado.
Os leitores são a consciência crítica de quem «faz» o blogue.
Não imagino como culminara esta guerra. Não imagino que fim terá a sociedade iraquiana. Será bom a longo prazo? Fomentará o ódio intra-populacional? A verdade é que o caos está instalado... Um comentador brasileiro dizia que esta guerra era ilegítima mas boa para os iraquianos. Já não sei...
Neste momento, penso ser fácil criticar os americanos mas, por outro lado, e tentando ser realista, um ditador com o Saddam nunca abdicaria do seu cargo por meio da diplomacia. Na minha opinião há Guerras justificaveis (na busca de um mal menor) e nelas a diplomacia é apenas uma parte do problema. Se será este o caso não sei. Temos dois exemplos distintos que foram os Balcãs e o Afeganistão. Se estes soldados forem benéficos na manutenção da ordem, óptimo. O que acontece é que o problema está no cerne, que é a sociedade iraquiana, e aí só ela pode ser fundamental.
Faz parte da "teimosia" de Bush e da estratégia política "neocon" perfilada pelos seus colaboradores mais próximos.
Os soldados americanos vão para o Iraque para dar mais uma oportunidade ao governo dirigido por Nouri al-Maliki. Como sabemos um governo completamente manietado e incapaz de pacificar a sociedade iraquiana. Com este governo a guerra civil prossegue acentuando-se o conflito, nomeadamente, entre as comunidades xiitas e sunitas.
O envio de mais 20.000 militares faz com que o contigente americano ultrapasse os 160.000 homens e mulheres. Um número impressionante. Uma estratégia considerada pelo senador Kennedy como sobreponível à do Vietnam quer no esforço militar quer nos resultados.
Uma resposta estratégica do Presidente dos EUA que ignora o sentido da votação do povo americano expressa na eleição do novo Congresso.
Uma decisão que ignora as recomendações do relatório Baker-Hamilton.
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Pergunta-se:
Este reforço da presença militar americana no Iraque, não vai ser interpretado pela população como a intensificação da ocupação?
E... um País ocupado é sempre um campo de batalha terrível, adverso e imprevisível. Um terreno armadilhado.