Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Concordo com o espírito crítico revelado e vou remover a imagem.
Obrigado.
Os leitores são a consciência crítica de quem «faz» o blogue.
Não imagino como culminara esta guerra. Não imagino que fim terá a sociedade iraquiana. Será bom a longo prazo? Fomentará o ódio intra-populacional? A verdade é que o caos está instalado... Um comentador brasileiro dizia que esta guerra era ilegítima mas boa para os iraquianos. Já não sei...
Neste momento, penso ser fácil criticar os americanos mas, por outro lado, e tentando ser realista, um ditador com o Saddam nunca abdicaria do seu cargo por meio da diplomacia. Na minha opinião há Guerras justificaveis (na busca de um mal menor) e nelas a diplomacia é apenas uma parte do problema. Se será este o caso não sei. Temos dois exemplos distintos que foram os Balcãs e o Afeganistão. Se estes soldados forem benéficos na manutenção da ordem, óptimo. O que acontece é que o problema está no cerne, que é a sociedade iraquiana, e aí só ela pode ser fundamental.
Faz parte da "teimosia" de Bush e da estratégia política "neocon" perfilada pelos seus colaboradores mais próximos.
Os soldados americanos vão para o Iraque para dar mais uma oportunidade ao governo dirigido por Nouri al-Maliki. Como sabemos um governo completamente manietado e incapaz de pacificar a sociedade iraquiana. Com este governo a guerra civil prossegue acentuando-se o conflito, nomeadamente, entre as comunidades xiitas e sunitas.
O envio de mais 20.000 militares faz com que o contigente americano ultrapasse os 160.000 homens e mulheres. Um número impressionante. Uma estratégia considerada pelo senador Kennedy como sobreponível à do Vietnam quer no esforço militar quer nos resultados.
Uma resposta estratégica do Presidente dos EUA que ignora o sentido da votação do povo americano expressa na eleição do novo Congresso.
Uma decisão que ignora as recomendações do relatório Baker-Hamilton.
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Pergunta-se:
Este reforço da presença militar americana no Iraque, não vai ser interpretado pela população como a intensificação da ocupação?
E... um País ocupado é sempre um campo de batalha terrível, adverso e imprevisível. Um terreno armadilhado.