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A FRASE
Por
Carlos Esperança
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A descolonização trágica e a colonização virtuosa
Por
Carlos Esperança
-
Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Mas... onde estão os sonhos?
Onde está o "direito à saúde"?
Onde está o "direito ao trabalho"?
Onde andam tantos outros objectivos projectados?...
Mesmo assim, 25 de Abril, sempre!
http://esperancoso.blogspot.com/
vai mas é trabalhar, malandra!!!!!
Os problemas que hoje nos afligem são, sem sombra de dúvida, menores que em 74. Temos menos saúde, menos ensino, pior habitação? Temos menos protecção social? Temos guerra? Não podemos votar, nem falar?
Há ainda muito por fazer, mas está nas nossas mãos exigir. Exigir aos nossos políticos, aos nossos órgãos representativos, que encarem as suas funções com a responsabilidade e dignidade que o País merece. E cumprir a nossa obrigação de todos os dias tentar construir um país melhor.
E para lembrar uma das maiores conquistas de Abril (o fim da guerra colonial),deixo um poema retirado do "Cancioneiro do Niassa".
Ventos de guerra
De quantos sacrifícios, senhores que em mim mandam,
É feita a vida dum soldado
De quantas noites perdidas no mato
É feita a vida dum guerreiro
De quantos tiros, senhores que me ordenam,
É feita a vida dum soldado
De quantas minas, senhores que em mim mandam,
É feita a vida dum guerreiro
São ventos de guerra,
Não penses, amigo
Que a hora que passa é de perigo
Quem limpa, senhores, as manchas de sangue
Que os jovens deixam na picada,
Quem limpa, senhores, lágrimas choradas
Por noivas e mães adoradas
De quantas saudades, senhores que em mim mandam,
É feita a vida dum soldado,
E quantas loucuras, senhores que me ordenam,
Contém a vida dum guerreiro
São ventos de guerra,
Não penses, amigo
Que a hora que passa é de perigo.
De quantos desgostos, senhores que em mim mandam,
É feita a vida dum soldado
E quanto vinho, senhores que me ordenam,
Se deve beber p'ra esquecer
E quantas vezes, senhores que em mim mandam,
Se deve expor a vida ao perigo
E quantos gritos se devem soltar
Para se acreditar que está vivo
Quantas ideias tombadas na luta,
Quantas esperanças perdidas,
Quanto sangue deve um jovem verter
Antes que o chamem de homem
São ventos de guerra,
Não penses, amigo
Que a hora que passa é de perigo